Amor com amor se paga?

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Bucky assistiu com certa impaciência seu príncipe sair do metrô como se fosse um qualquer anônimo ali, naquela cidade, o que ele não era em nada, e lhe sorriu de lado achando graça de sua irritação, o que lhe fez suspirar contido ao se colocar ao lado dele na saída da estação e caminhar a esmo como tinham feito quase o dia todo.

Ainda não se conformava com as decisões das últimas horas do futuro rei de Wakanda, principalmente quando inventou de andar de metro por aí para "sentir o que é ser um nova-iorquino". T'Challa era um homem integro como poucos que já conheceu na vida, mas tinha um humor volátil e umas atitudes meio insanas que o irritavam, mas um dos seus deveres quando o príncipe viajava era protegê-lo, então fazia aquilo sem reclamar, muito...

— Ainda não me disse quem é o jovem que te liga durante as manhãs.

Correção, não se irritava, na verdade odiava o príncipe. Era isso.

Bucky desviou de algum transeunte e colocou suas mãos para trás quando pararam em uma avenida ainda bem movimentada da noturna Manhattan.

Não queria pensar em Jongin e ainda assim não conseguia tirar o jovem coreano da sua mente um segundo sequer. Falava com ele por telefone, como prometido e lhe deu a liberdade de ligar quando desejasse para ele ainda que nem sempre atendesse, e uma dessas vezes nas duas semanas em que voltou para Wakanda, o príncipe atendeu sua ligação enquanto Bucky saia da sala de reuniões para pegar um arquivo que precisavam, deixando o celular sobre a mesa.

Desde então o príncipe vinha lhe infernizando para saber mais sobre a pessoa que conseguiu seu número, coisa que ninguém tinha além da elite do reino que trabalhava e que se prontificou a servir até a morte.

A irritação com seu chefe era quase igual à que tinha consigo mesmo por não conseguir esquecer os beijos que trocou com o jovem inocente e que se culpava como um louco desde então, além de ter feito a ligação que prometeu a ele três dias depois iniciando então o contato quase diário.

Não devia ter bebido aquela vodca coreana, não devia ter aceitado os carinhos do garoto, não devia ter dormido com ele nos braços naquela sala de casa de contos de fadas, seu mundo não pertencia a um cenário de sitcom americano, seu mundo era violento, ele era perigoso, jamais poderia ficar perto do garoto de novo, sabia como sua presença era agressiva, mas a voz dele soando mesmo sobre coisas banais do dia a dia dele o deixava ansioso para vê-lo outra vez, para sentir o cheiro da pele macia e do risinho sem graça e suave.

Queria ver os olhos acastanhados lhe olhando com carinho novamente, queria seu toque gentil em seu rosto e a boca beijando seus lábios com doçura e leveza.

Jongin era a última coisa em que pensava ao dormir e a primeira a acordar e aqueles quinze dias já tinham o deixado louco com isso, mas ele era proibido, não podia voltar a encontrá-lo, por isso quando o príncipe lhe disse que viria para NY para o casamento do seu amigo... Que inclusive era o seu primeiro e único namorado na vida – Os demais relacionamentos foram pautados em sexo sem nome e sem compromisso – ele não teve escolha a não ser vir junto, mesmo estremecendo por dentro.

Tony Stark estava se casando e aquilo por só já era surpreendente ao extremo, mas o fato de aquilo não o incomodar era ainda mais perturbador, foi sua culpa de tudo dar errado entre eles, mas agora... Sua mente só tinha um foco e um nome, tudo o mais não era importante e ainda assim... ele não podia ceder e bater naquela porta, não podia. Tinha dito a Jongin no dia anterior que sentia muito pelo o que fez naquele jantar e que jamais seria repetido, que ele não voltaria a NY e agora estava ali, tão perto da sua tentação sedutora e suave...

"Não se pressione, James – A voz dele tinha soado compressiva na última conversa, além disso ele o chamava pelo nome real, de uma forma que nunca ninguém o chamava e era outro dos seus feitiços sobre seus sentidos - O que tiver de ser, vai ser"

Meus daddies vingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora