Entrando nos trilhos

1.5K 143 7
                                    


— Eu vou para a Coréia, Pete.

Olhei para minha tia um pouco chocado, mas não de tudo surpreso.

Abaixei o copo de chocolate quente e acabei suspirando. Mudar fazia parte da vida e aprendi aquilo da maneira mais louca, embora maravilhosa, possível. Casando.

— Tem certeza, tia Mei?

— Sim, eu tenho.

Ambos estávamos no café preferido da minha tia naquele fim de tarde de inverno. Muitas coisas tinham mudado nas últimas semanas, em minha vida, na vida dela, na vida dos meus vizinhos que agora eram família para mim. Muitas coisas legais e muitas coisas surpreendentes. Algumas um pouco difíceis, mas fazia parte. Eu assenti finalmente:

— Se tem certeza e vai te fazer feliz, então eu vou dar meu apoio, Tia Mei. Eu quero te ver feliz.

— Obrigada meu querido, obrigada mesmo.

Ela cobriu a minha mão com a dela sobre a mesa e nós sorrimos um para o outro. O inverno tinha chegado, em breve um ano novo começaria, estamos seguindo o fluxo da natureza por fim, não é?

Fazia quase dois meses que Chenchen tinha entrado pela minha porta de pijamas e carinha de preocupado. Dois meses, que pareciam outro mundo.

Naquela noite depois que eu expliquei o porquê tinha voltado – Eu jamais mentiria para ele – Enquanto conversamos, eu observava cada nuance dos seus olhares furtivos para meus maridos e dos deles para meu melhor amigo. Eu sabia que era o destino nos avisando, eu sabia...

Fui o primeiro a tocar no assunto depois de algumas confusões sobre o que dizer e tentativas de gaguejar desculpas. Chenchen me perguntou se eu ia odiá-lo por isso e eu falei as palavras que definiram todo o nosso relacionamento depois: "Eu te amo também, Chenchen, eu ficaria muito feliz que você fizesse parte da nossa nova família".

As coisas se encaminharam mais fáceis e naturais do que até mesmo eu esperava. Chenchen continuava a morar com Nini e HY, e meus maridos e eu nos alternávamos em acompanhar ele para a escola, ou ir para o cinema ou ficarmos todos em casa assistindo filme. Eles agiam com ele como agiram comigo no início, mal o tocavam, mas eu podia ver o mesmo amor nos olhos deles aumentando conforme a situação ficava mais confortável para todos. Éramos uma família meio maluca, mas eu sabia que não era mais o único, havia o mesmo caso na família do Chenchen e aquilo me dava aquela sensação gostosinha de que estávamos fazendo certo e que o que importava era nós, e nenhuma opinião de fora.

Meu trabalho foi finalmente aceito como porta de entrada para lecionar na universidade e eu começaria no próximo semestre. Estava nervoso e ansioso, mas principalmente feliz. A minha vida se encaminhava para o que eu sempre quis, trabalho, casa, família, amor.

Minha alergia ainda era estudada, Bruce, por mais que eu dissesse que não era necessário aquele exagero, deixou as outras pesquisas e mergulhou no meu caso. Construiu um laboratório no jardim dos fundos, tinha um computador das industrias Stark com uma outra versão de Jarvis também e Chenchen brincava que logo ele ia ficar verde de estresse com alguma pesquisa insana de tão focado que estava.

Como eu, Chenchen viu em Bruce aquele amor caloroso e silencioso que tornava tudo tão gostoso ao redor que era impossível se manter longe, e eu peguei mais de uma vez ambos desmaiados no sofá da sala juntinhos. Ver aquilo me enchia ainda mais de amor porquê de nenhuma forma, nenhum de nós queria ele se sentindo como o segundo, ou o extra, ele era parte de um todo, um todo que não era completo sem ele.

Eu me lembrava bem do dia seguinte daquela noite em que os pais do Chenchen ainda estavam na casa deles, que ele ligou para o príncipe dizendo que tinha adorado o encontro, mas não sentia o mesmo que ele. Chenchen se sentiu péssimo e eu dei o meu melhor para animá-lo e logo o distraímos porque meus maridos foram pedir para namorar o Chenchen para os pais dele.

Meus daddies vingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora