Jace me ligou por volta das sete horas da noite. Alyssa estava desenhando em folhas, sentada no chão da sala. Sentei no sofá, feliz por ouvir a voz dele.
- Quer sair hoje?
- Para onde?
- Casal Carter nos convidaram para um jantar hoje em sua casa. O que acha?
Tive que conter um grito e minha animação excessiva.
- Maravilhoso!
Me limitei a dizer. Eu não tinha roupa para ir num lugar daqueles e não queria envergonhar Jace, mas não falei nada. Poderia parecer que eu estava pedindo para ele comprar roupa para mim.
– Você está com vontade de ir?
- Estou. As reuniões na casa deles são sempre muito boas. Você vai gostar. Bruno já saiu para te buscar.
- Certo. Então, até já.
Ele se despediu e desligou.
Alyssa me olhou.- Vai sair, mamãe?
- Vou. Você fica quietinha com a tia Izzy?
- Eu queria sair também.
Bocejou.
- Mas a mamãe vai voltar tarde e você daqui a pouco vai dormir.
Acariciei seus cabelos macios
- Vai sair naquele carro bonito, todo preto? Vai ver o tio Jace?
Fiquei surpresa por ela se lembrar dele e por dar um apelido a ele. Sem saber o que dizer, ela me surpreendeu mais ao dizer:
- A dona catita peguntou de quem era o carro e o que o tio Jace era seu. O que ele é seu mamãe?
Fitei seus olhos ingênuos e corei, de vergonha e de raiva. Raiva daquela vizinha fofoqueira que tinha a coragem de interrogar uma criança.
- O que você disse para ela?
- Que ele tinha uma televisão gande e uma casa gandona do tamanho do mundo. E que era bonzinho e meu titio. Ele é seu tio também mamãe?
- Não meu amor. Ele é meio-irmão de seu pai e meu amigo .
- Quando ele vai deixar eu ir na casa dele de novo?
- Não sei.
- Você pegunta?
- Se der eu pergunto.
- Tá. Quando você voltar taz doce pa mim?
- Pode deixar.
Izzy concordou em ficar com Alyssa e a menina ficou feliz da vida porque ia dormir na casa dela. Carregou seu velho cachorro de pelúcia e falou o tempo todo. Quando izzy me acompanhou até a porta, olhei com raiva para a casa de Catita, nossa vizinha, quase em frente, e contei para ela o que alyssa disse.
- É muito fofoqueira, não é? O que ela tem a ver com a minha vida? Teve coragem de interrogar a minha filha!
- Não dê atenção. Sabe como o pessoal daqui é. Estão curiosos, vendo você sair quase todas as noites naquele carrão.
- Devem estar pensando que trabalho como prostituta ou que tenho um amante rico.
Dei de ombros, furiosa.
– O que não deixa de ser verdade, só muda é que você o ama.
- Não devo nada a eles.
Ela acaria meu braço com carinho.
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chantagem -CLACE
ספרות חובביםClary está passando por momentos difíceis. Tem uma filha pequena, um marido doente e muitas dívidas para pagar. Além disso, está sendo ameaçada por agiotas e cada vez mais se sente sufocar, sem conseguir resolver seus problemas. Até que reencontra u...