capítulo 10

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Quando ficamos satisfeitos, eu senti-me exausta, mole, trôpega. Jace tirou o dedo de dentro de mim com cuidado e rolou-me para a cama a seu lado. Desfez-se do preservativo e então apoiou minha cabeça em seu ombro.

Ficamos quietos, esperando nossa respiração se acalmar. Nus e suados, ainda estávamos muito ligados, abraçados um no outro.

Fechei os olhos, sem acreditar em tudo o que ele me fizera sentir. Eu sempre gostara de sexo e já tivera diversos orgasmos antes. Mas nunca foi daquela maneira, intensa, louca, alucinante. Com Jonathan era gostoso e havia amor, mas não aquela atração puramente sexual que havia entre a gente. Mesmo agora, satisfeita, eu me sentia atraída por ele, inebriada por seu cheiro e sua presença. Mal conseguia raciocinar com clareza.

Jace levou a mão ao meu rosto e ergueu-o em sua direção. Fitamo-nos nos olhos. Os dele estavam incrivelmente lindos.

- Tudo bem?

Balancei a cabeça afirmativamente, não confiando em mim para falar. Podia dizer algo do qual me arrependeria depois.

- Fica comigo..essa noite..?!

Percebi que eu queria, surpresa. Mas a realidade estava de volta e, com ele, uma pontada de culpa.

- Não posso. – Disse baixinho. – Preciso voltar para casa. Minha amiga está olhando a Alyssa e o...

Por alguma razão, dizer o nome do meu marido ali, na cama com outro, deixou-me incomodada. Jace também pareceu se tornar mais frio.

- Meu motorista levará você.

Ele soltou-me e se levantou. Não pude deixar de observa-lo com admiração, enquanto ele pegava o jeans no chão e o vestia. Olhou-me sem expressão.

- Vou contatar amanhã uma agência de enfermeiras particulares e mandar algumas para você entrevistar. Escolha uma ou duas, que possam se revezar com seu marido. Quero você disponível amanhã a noite toda.

- A noite toda? – Ergui-me em um cotovelo. – jace, pode acontecer algo e a minha filha...

- Você se lembra dos termos do acordo Clarisse. Terá o dia para resolver seus problemas e se acomodar. Não se preocupe. Será apenas por um mês. – Seus olhos percorreram friamente meu corpo nu. – Talvez menos.

Fiquei corada, sentindo-me humilhada.

- Deixe anotado o número do seu telefone. Avisarei a hora em que Bruno irá buscá-la.

- Não tenho telefone. – Disse fria.

Ele me olhou por um momento com impaciência. Depois foi até a cômoda e voltou com um celular desses mais caros, com câmera e tudo mais. Jogou-o na cama perto de mim.

- Fique com esse por enquanto. E deixe-o sempre ligado. Vou pegar o carregador e ligar para Bruno. Não demore a se aprontar.

Depois que jace saiu do quarto, encolhi-me na cama com os olhos cheios de lágrimas,contendo a custo a vontade de chorar. Que confusão eu fora me meter!

*******

Bruno deixou-me em casa por volta das onze horas da noite e afastou-se na Mercedes luxuosa.

Na calçada, fitei a casa em que eu vivia, com muro baixo, portão enferrujado e pintura verde descascando. Uma onda de culpa me engolfou por ter estado fazendo amor com Jace  em um apartamento de cobertura, enquanto meu marido doente estava ali entrevado em uma cama e minha filha devia estar sentindo a minha falta.

Os cinco mil reais e o contrato pareciam pesar toneladas em minha bolsa. Respirando fundo, abri o portão, que rangeu, e subi os dois degraus que levavam até a varanda. Izzy deixara a luz acesa para mim. Peguei a chave na bolsa, destranquei a porta e entrei.

chantagem -CLACE Onde histórias criam vida. Descubra agora