Invasores

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Elizabeth

Segunda feira, dia de trabalhar. Acordei com meu despertador tocando. Meu trabalho é ótimo. Além de ser da área que eu amo, só começo às 10 horas. 

Levantei-me, abri as cortinas e o sol invadiu meu quarto. Que sensação boa! 

Minha vida está tão boa e tranquila ultimamente... até um cara legal eu arrumei. 

Fui até o banheiro, tomei banho e fiz minhas higienes. Coloquei uma calça social preta, uma blusa de botão vinho, um salto, maquiagem leve e cabelo preso num coque frouxo. Peguei minha bolsa e desci. Verônica a essa hora já devia ter saído também.


Antes de entrar no edifício, parei no Starbucks para comprar um frappuccino de caramelo. Cheguei no andar onde funcionava o gabinete do juíz Mendes e sua secretária me informou que ele queria me ver. Bati em sua porta e após ouvir um "entre", entrei. 

- Bom dia, senhor Mendes. Queria me ver?

-Betty, querida, bom dia. — ele disse com seu sempre gentil sorriso — Como foi a prova?

-Acho que fui bem. Não tive muita dificuldade em quase nenhuma questão, mas nunca se sabe. Obrigada por toda ajuda, senhor.

-Que nada! Tenho certeza que passará e será uma ótima e justa juíza. Me deixará muito orgulhoso. Nunca esqueça os seus princípios. 

O juíz Mendes é, como eu costumo dizer, meu pai de profissão. Quando eu me tornar juíza, espero conseguir ser metade do que ele é.

-Não esquecerei, senhor. 

-Tenho certeza disso, minha querida. Então, pedi para que a minha secretária lhe enviasse um arquivo com um caso que está para ser julgado. Quero que você faça um memorando e fique a par de tudo. Você trabalhará comigo na decisão desse caso. Tudo bem?

-Claro, senhor. Será uma honra. Com licença. 

Fiquei tão empolgada com esse caso, que perdi minha hora de almoço e passei um pouco do horário. 


Assim que abri a porta de casa, desejei não ter voltado. Verônica, Reggie, Josie e Sweet Pea estavam no sofá abraçados vendo TV. Pelo menos o babaca do Jughead não estava junto. 

-Olá.

-Oi, Betty. — responderam em uníssono.

-O que vocês estão vendo? Não sabia que minha casa tinha virado ponto de encon...

-Aqui está a pipoca — uma voz vindo da cozinha disse. Ah não, reconheço essa voz.

- O que esse homem está fazendo aqui? / O que essa mulher tá fazendo aqui? — eu e ele perguntamos ao mesmo tempo.

-Essa é minha casa, imbecil. 

-Achei que a casa fosse sua, Verônica — ele perguntou sem nem olhar para mim. Petulante. 

-E é. É minha e da Betty. E vocês são muito bem vindos, não é, Betty?

-Ah, claro! — respondi com todo sarcasmo que havia em mim. 

Fui para o meu quarto na tentativa de ignorar a presença desse idiota na minha casa. 

Tomei banho e resolvi ligar para o Ezra. Conversamos por longos minutos e combinamos de ir ao cinema amanhã à noite. 

Ao desligar, percebi que estava faminta. Não ia ficar presa dentro do quarto, na minha própria casa, por causa daquele tatuado. Eles eram os invasores, não eu. 

Levantei da cama e desci as escadas descalça e  de babydoll mesmo em busca de comida. Os abusados estavam com a perna em cima da mesinha. O filme deve ser muito bom para manter esses ogros em silêncio. Todos estavam vidrados na TV, exceto Jughead que olhava o celular. 

Se não fosse as tatuagens, até que ele seria bem bonito. 

Ok, o que vim fazer mesmo? Ah é, comida. 

Ainda bem que tinha comprado uns congelados, sem saco nenhum para cozinhar. Coloquei uma lasanha no microondas e fui dar uma olhada no Instagram até ela ficar pronta. 

Quando o microondas apitou, peguei a minha delícia e sentei no balcão de costas para o sofá e devorei aquela maravilha enquanto trocava mensagens com Ezra.


Sentença [bughead]Onde histórias criam vida. Descubra agora