Não conte a ninguém

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Jughead

Ai meu Deus. De tantas pessoas no mundo, a que vai descobrir meu segredo é justamente a Elizabeth?

-Que te perseguindo o que, garota. Tenho mais o que fazer.

-E por que você está em um evento para jornalistas? Ai meu Deus! Você é jornalista?

-E você é? Por que está aqui?

-Vim representando minha mãe. Alice Cooper.

-Ah, Cooper. Sabia que esse seu sobrenome era conhecido.

-Tá, mas você ainda não respondeu minha pergunta. Você é jornalista?

-Sou. Mas por favor, não conte a ninguém.

-Como é que é?

-É, Elizabeth. Ninguém sabe que sou jornalista. E gostaria que continuasse assim.

-Ora, ora... E logo eu descobri, interessante...

-Eu estou usando toda a educação que há em mim. Por favor, não conte.

-Não vou contar, homem, relaxa. Não sou uma cretina apesar de você achar isso. E outra, sua vida não me interessa a esse ponto.

-A esse ponto? Até que ponto te interessa então?

-Ao ponto de querer saber porque você esconde isso das pessoas.

-Bom, vamos sentar que te explico.

Pela primeira vez desde que nos conhecemos, eu e Elizabeth estamos tendo uma conversa civilizada, e até que não está mal. Espero que ela tenha palavra e não conte nada.

Após nos sentarmos em uma mesa, comecei:

-Então, não sei se você sabe mas eu sou uma espécie de rei de uma gangue do Sul da cidade.

-Gangue? Ai, Deus, eu sabia que você era mafioso.

Comecei a rir.

-Claro que não, mulher! Existem, sim, gangues criminosas, mas não os Serpents. Somos uma família. A Cheryl faz parte.

-E o que isso tem a ver com ser jornalista?

-Eu nunca contei porque não me respeitariam se soubessem.

-Como você trabalha sem que ninguém perceba?

-Eu trabalho de casa. Sabe o Archie? Ele é meu chefe. Virou meu amigo depois que comecei a trabalhar para ele. Ele sabe de toda a situação e deixa eu usar um nome falso nas minhas matérias.

-Só eu e o Archie sabemos? E o Sweet Pea, Reggie...?

-Só vocês. Sweet e Reggie fazem parte dos Serpents, não quis contar.

-Eu acho que se eles são seus amigos de verdade, uma família como você mesmo disse, não te julgariam.

-Não vou apostar para ver.

-Tudo bem, você é quem sabe. ela disse e sorriu pra mim pela primeira vez. Como o sorriso dela é bonito. Acho que vou pra casa, já cumpri meu tempo aqui.

-Ok. Obrigado, Elizabeth, por não contar nada.

Ela sorriu e saiu. Eu fiquei ali sentado tentando entender o que acabou de acontecer. Ela não é tão mal assim... Olhei pra mesa e sua bolsa estava ali, ela havia esquecido. Peguei-a e corri para tentar alcança-la, mas ela já partira. Subi na moto e fui em direção à casa dela.

Quando me aproximei, a vi com aquele vestido perfeito colando a chave na maçaneta da porta da frente. Buzinei e ela virou. Desci da moto e caminhei até ela.

-Tá legal, agora vai dizer que não está me perseguindo? ela disse sorrindo para mim pela segunda vez na noite.

-Não, boba. Você esqueceu sua bolsa. eu sorri também.

-Oh, nossa, obrigada!

Estendi a mão com a bolsa e quando ela foi pegar, nossas mãos se tocaram. Juntos olhamos pra elas e depois levantamos o olhar. Eu olhava diretamente para aquelas bolas azuis e ela para as minhas verdes, sem descolar as mãos. Uma corrente elétrica passava por todo meu corpo. Será que ela também está sentindo isso?

Sentença [bughead]Onde histórias criam vida. Descubra agora