Nunca vou desistir dessa mulher

1.6K 163 67
                                    

Jughead

Dizer que eu e Betty voltamos a ser como éramos seria uma grande mentira, mas tivemos uma evolução durante essas semanas de preparação para o casamento de Verônica e Archie. Como padrinhos e com o tempo apertado, nos encontramos quase todos os dias —para alegria do meu coração—e ela não brigou comigo nenhuma vez. Nossos assuntos eram estritamente sobre nossa missão mas as vezes eu conseguia contornar o muro enorme que ela ergueu e falava com ela sobre o meu projeto de lançar um livro. Betty tentava se mostrar impassível, mas os olhos dela a denunciavam. Eu podia ver neles felicidade e orgulho. E é claro que com isso, eu me enchia de esperança. Não sei se ela percebia isso em meu olhar, mas não importa—na verdade, seria até bom que ela soubesse.

Conviver com Elizabeth Cooper é fácil e prazeroso—em ambos sentidos da palavra. E por ser prazeroso, também é difícil.  Eu desejei essa mulher no momento em que a vi, mesmo que a "odiasse", e quando comecei a amá-la, desejei ainda mais. Tudo ficou pior depois que transamos pela primeira vez e está ainda pior depois de 5 anos sem transar. Eu poderia facilmente liberar minhas necessidades com outras mulheres—não me faltam opções—mas me recuso a fazer isso com Betty, mesmo que ela aparentemente não se importe com quem eu transo ou deixo de transar.

Não sou inocente a ponto de achar que Betty ficou em celibato durante esses 5 anos, mas fui inocente a ponto de achar que ela não estava se envolvendo com ninguém desde a nossa "trégua".  Isso mudou hoje. 

Tanto a despedida de solteiro de Archie quanto a de Verônica, aconteceram na sexta—Verônica alegou que não queria ninguém com cara de ressaca no casamento domingo. Hoje, sábado, os noivos foram inspecionar a decoração do salão de festas e nós, padrinhos, fomos intimados a ajudar. Eu, Verônica e Archie estamos aqui há uma hora mas Elizabeth ainda não chegou.

-Não sei como a Betty consegue dormir tanto —Verônica reclama.

-Por que não chamou ela quando acordou? —pergunto.

-Eu dormi na casa da Cheryl depois que saímos da despedida de solteira. Betty quis ficar lá mais um pouco e depois me mandou uma mensagem dizendo que acabou indo dormir em casa mesmo porque era mais perto.

-Já ligou pra ela?—Archie pergunta.

-Claro, mas ela não atendeu. Jug, você se importa de ir até lá acorda-la? Eu não posso sair daqui.

-Posso, claro—respondo e ela me entrega as chaves.

Não levei mais do que 15 minutos para chegar a casa de Betty e Verônica. Desci da moto e entrei na enorme casa de dois andares que eu conhecia muito bem mas não entrava há muito tempo. Quando fechei a porta e atravessei a entrada, vi um homem  de cabelo preto liso e um pouco mais baixo que eu, tão surpreso quanto eu.

-Quem é você? —perguntei.

-Mattew, e você?

-Não importa. O que você está fazendo aqui? —pergunto irritado, sabendo exatamente o que ele está fazendo nessa casa. Ou melhor, o que ele fez. 

-Ham... eu estava com a... hum... com a Betty —ele diz medindo as palavras.

-Com a Betty —repito. 

-Jughead? O que você está fazendo aqui?—Betty pergunta do topo da escada, com cara de sono. Estaria linda se eu não estivesse irado.—Ah, meu Deus! O casamento. A Verônica quer me matar não é? Me arrumo em um ins...—ela para de falar ao perceber que não estamos sozinhos.—Ah, hum... você está qui. 

-Estou. Bom dia —ele diz com sorriso no rosto e então a beija. 

Betty se afasta rapidamente, completamente sem graça com a minha presença.

-Eu acho melhor você ir... Eu tenho que sair.

-Tudo bem. Te ligo mais tarde—ele deposita um beijo em sua bochecha e sai.

-Jughead...

-Não precisa me explicar nada, Elizabeth—corto.— Se arruma e vamos logo.
Betty assente e sobe com sua mini camisola. 

Dez minutos depois—surpreendentemente—Betty desce já arrumada e saímos de casa. Quando vê minha moto, Betty sorri.

-O que foi? —pergunto, ainda borbulhando de raiva.

-Faz muito tempo que não subo nessa moto.

-É. Muito tempo.

Subo na moto e percebo que Betty fica meio receosa em segurar na minha cintura. 

-Sei que faz muito tempo mas acho que você se lembra que precisa segurar em mim, Elizabeth—digo.

-Lembro—Betty diz e timidamente se agarra em mim.

Mesmo de camisa e jaqueta, pude sentir seu toque macio, suave e ainda cauteloso. O perfume de Betty que invadiu minhas narinas combinado com seu toque, enviou uma onda de calor por todo meu corpo, quase  —quase—dissipando minha raiva. Respirei fundo e dei partida. Conforme íamos ganhando velocidade, Betty me apertava cada vez mais forte. Olhei para ela— que estava com o rosto tão colado em minhas costas quanto o capacete deixava—pelo retrovisor e percebi que ela estava com os olhos fechados. Era como se fosse um abraço. 

Assim que chegamos no salão de festas, Betty saiu correndo de encontro a Verônica, sem dizer nada para mim. Archie logo se aproximou.

-Que cara é essa?— ele pergunta.

-Betty estava em casa com outro cara.

-Mesmo? Achei que ela pararia com isso depois que vocês se reaproximaram. Sinto muito.

-Pelo jeito não parou.

-E o que você vai fazer agora? Não vai desistir dela, né?

-Claro que não. Estou puto, mas nunca vou desistir dessa mulher. 

E não vou mesmo.

Promessa feita é promessa cumprida! Próximo capítulo tem surpresa. Alguém gosta de hot aí???? 🙊🙊🙊

Sentença [bughead]Onde histórias criam vida. Descubra agora