Sentença [bughead]

Estamos namorando de novo?

Elizabeth

Acordo com os braços de Jughead em volta de mim. Olhando ele dormir, tive a certeza de que o que eu disse ontem não foi coisa de momento. Nunca fui tão verdadeira na minha vida quanto quando disse que o amava. Esse homem, que agora dorme sob meu olhar, de fato, tem meu coração e todo meu ser. Muitas coisas precisam ser ditas, muitas coisas precisam ser resolvidas, mas não vou mais fugir do que sinto, não vou mais castigar a mim e a ele.

Com cuidado para não acorda-lo, saio da cama e visto a camisa que ele usou no casamento, seu cheiro é o melhor do mundo. Escovo os dentes com uma escova reserva, desço e começo a preparar um café da manhã para nós. Por sorte, ele não mudou nada de lugar e então consigo me sair bem. Quando era criança, tinha empregadas em casa mas sempre gostei de cozinhar quando estava inspirada, o que é o caso.

Quando estou virando a panqueca na frigideira, me assusto com os braços de Jughead agarrando minha cintura por trás e apoiando o queixo no meu ombro.

-Esse é o clichê mais lindo do mundo—ele diz com a voz ainda rouca.

-Como assim?—pergunto.

-Uma mulher linda, vestida só de calcinha e camisa do cara que ela transou, preparando o café da manhã.

-Você é muito idiota—digo rindo.

-Estou feliz. Por favor, me diz que não se arrepende de nada que aconteceu ontem—ele diz, agora com um tom de preocupação.

-Não me arrependo, Jug—digo virando-me para ele.—Ainda temos muito o que dizer, mas cansei de fugir do que eu sinto, já perdemos muito tempo. Eu amo você.

Jughead solta o ar e sorri. Eu amo seu sorriso.

-Eu só posso estar sonhando. Te amo, te amo, te amo —ele repete distribuindo selinhos em meu rosto e em seguida olhando em meus olhos.—Amo você mais que tudo.

Meu coração se aquece e eu o beijo. Vamos ficar bem. Esse sentimento é a coisa mais certa que tenho na vida. Me afasto quando sinto cheiro de queimado.

-Ai meu Deus, Jughead! Você me fez queimar as panquecas. Sai daqui —digo empurrando-o para a mesa onde eu já havia servido café, torradas e frutas.

-Sim, senhora —ele diz quando senta e bebe um gole de café puro. —Eu ainda acho surpreendente uma patricinha como você saber cozinhar tão bem.

-Já mandei você ir se foder hoje?

-Não, mas eu topo se você topar.

-Cala a boca—eu digo rindo.

-Você vai vir calar?

-Para, Jughead. Você está bobinho hoje, né?

-Claro que estou. Você está aqui —ele diz enquanto sirvo as panquecas não queimadas.—Você acredita em mim, Betty?—ele pergunta, agora sério e sei a que ele está referindo-se.

-Acredito.

E estou falando a verdade. No fundo sempre acreditei nele, apesar de ter dito que não na hora da raiva. Mas magoou demais ele não ter confiado em mim. Qualquer tipo de relação sem confiança não vale de nada.

-Obrigado—ele diz, segurando minha mão.

-Mas você ainda está tentando provar que não tem nada a ver com isso, não está? Eu não sei até onde isso pode me prejudicar.

-Estou, claro. Mas a Penny é inteligente. Não está sendo fácil.

-Eu vou te ajudar.

-O que?

-Eu vou te ajudar.

-Não precisa, Betts. Essa mulher é perigosa e eu não vou me perdoar se alguma coisa acontecer com você.

-Jug, eu sou filha de jornalistas e sou advogada. Posso ser muito útil. Não me exclui disso de novo.

Ele pensa por uns minutos e então concorda.

-Tudo bem. Vamos fazer isso.

Sorrio pra ele.

-Então, como vai o livro?

-Ah, estou quase terminando. Gostaria que você lesse antes de eu enviar para o Archie. Quero seu feedback.

-Uau, vai ser uma prazer senhor Jones.

-Todo meu, senhorita Cooper.

E assim, como se nada tivesse mudado, tomamos café da manhã juntos, atualizando um ao outro sobre o que mudou, falando aleatoriedades, lavando a louça juntos e assistindo séries agarradinhos no sofá.

Posso viver assim.

No final do dia, quando me deito ao lado dele novamente, ele me puxa para seu peito e diz:

-Então... Estamos namorando de novo? —pergunta cauteloso.

Apoio o queixo em seu peito e o encaro. Seu olhar de preocupação naquele momento era fofo demais. Sorri e concordo.

-Estamos.