De pé na frente da porta de Harry, Louis não consegue controlar os nervos que ele conseguiu ignorar durante a caminhada até aqui. Ele está parado aqui em um estado catatônico por muito tempo, incapaz de mover seus braços de uma forma que resultaria na campainha sendo pressionada. Ele puxa uma rajada de ar frio em seus pulmões e aperta o botão, batendo algumas vezes também. Enquanto espera, Louis traz o presente embrulhado que ele está segurando nas costas para que Harry não o veja imediatamente.
A porta se abre, e o coração de Louis faz aquela coisa de rodar em looping que acontece toda vez que ele olha para Harry. Ele é tão lindo. Ele sempre foi lindo. Mas as tatuagens, o cabelo comprido e os músculos não doem. Bem, eles meio que machucam Louis.
"Oi", Louis diz ao perceber que eles estão olhando um para o outro por quase um minuto e Harry ainda não falou.
"Oi. Está tudo bem?"
Louis estremece e se desloca desconfortavelmente. Harry parece chateado. "Por favor, posso entrar?"
Harry demora um pouco para responder e Louis se odeia. Harry tem que ficar em pé aqui e realmente ter tempo para decidir se ele quer Louis em seu apartamento, e é tudo culpa dele. Finalmente Harry suspira e diz: "Claro, mas tenho que sair em breve. Então... só um pouquinho."
Bom o bastante. Louis só precisa ser eficiente.
Louis segue Harry para dentro, desejando que ele olhasse para ele apenas uma vez no caminho para dentro de seu apartamento. Quando eles estão dentro, Harry fecha a porta e Louis apresenta a caixa embrulhada que ele estava escondendo não-tão-inteligentemente. Harry se vira e vê.
"Feliz Natal, Harry." Ele não diz nada ou se move para pegar das mãos de Louis, então Louis decide falar até que isso mude. "Eu sinto muito. Por ontem. Eu sinto muito. Eu me assustei, eu era um idiota e um babaca. Eu sinto muito. Isto não é por causa de ontem. Eu tinha embalado há uma semana atrás. Por favor, pegue."
Harry finalmente faz contato visual novamente, e Louis sente o alívio florescer em seu peito. Parece que tudo é possível, qualquer coisa pode ser consertada, quando ele olha aqueles olhos verdes.
"Eu ainda estou bravo com você", diz Harry em voz baixa.
"Eu sei. Tudo bem."
Harry pega o presente e entra na sala, deixando Louis na cozinha. Ele se vira e observa Harry se sentando no sofá com cuidado e movendo os polegares no papel cobrindo a caixa.
"Não é nada demais", diz Louis quando se junta a Harry na sala de estar. Ele encontra Gracie dormindo em sua cadeira e esfrega suavemente a mão por suas longas costas, suave o suficiente para não acordá-la. Ela dorme como uma rocha. Assim como Harry. Tão iguais.
Depois de um minuto exaustivo a espera que Harry acabe de tirar o papel verde brilhante, ele abre a caixa e tira uma camisa de mangas compridas em uma cor de ameixa seca. Harry deve gostar porque ele sorri docemente, esfregando o polegar sobre o material fino.
"É tão bonito", ele respira. "Obrigado, Lou."
"Você não usa bastante roxo. Faz seus olhos brilharem. E é tão escuro, quase parece preto, então eu não achei que seria demais."
"Eu amo isso. Eu vou usá-la hoje." Ele sorri, e os pensamentos de Louis surgem em um coro de aleluia.
"Tem mais."
Harry olha para ele e depois para a caixa em confusão. Ele puxa a camisa completamente, a colocando no sofá ao lado de suas pernas. Ao fazer isso, ele vê a coleira que Louis tão cuidadosamente escolheu para sua garota favorita.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Petrichor [l.s] • portuguese version
Novela JuvenilLouis volta para casa depois de se formar na faculdade e descobre que Harry não mudou muito nas coisas importantes. Seu cabelo está mais longo e sua voz mais grossa e ele agora é dono da padaria que eles trabalhavam quando crianças. Mas seus olhos s...