Louis está na cama, mais especificamente na cama de Harry, esperando que o garoto volte. Ele foi embora muito cedo depois que eles acordaram, ele se desembaraçou de Louis e beijou seus lábios suavemente antes de sair da cama e descer as escadas. Ele disse que precisava falar com sua mãe sobre algo, mas não disse o quê.
Louis meio acha que ele sabe. Ele acha que sabe o que Harry quer, porque é algo que ele acha que precisa conversar com Anne. Louis discutiu a mesma coisa, ou o que ele acha que seja a mesma coisa, com sua própria mãe.
Louis continua dizendo a si mesmo que eles chegaram a esse ponto em seu relacionamento. Louis tem quase dezoito anos e Harry quase dezesseis, não é como se eles não tivessem idade suficiente. Não é como se eles não quisessem. É só... eles estão em um relacionamento? Parece que eles estão. Se alguém perguntasse, ele diria que sim. Harry também diria.
O único problema que cria qualquer dúvida em sua mente é o lembrete em luzes brilhantes e piscantes em sua cabeça que eles não dizem as palavras. As únicas palavras que Louis quer dizer mais que tudo nesse mundo. Eles haviam dito isso antes, claro, mas o peso por trás disso agora, o significado, é surpreendentemente alterado. Harry também sabe, claro que ele sabe. Porque ele também não fala, desde que eles se beijaram no café naquele dia, com a pele coberta de suor, glitter e lábios saboreando o açúcar das guloseimas que eles roubaram enquanto limpavam a sujeira depois da guerra. E agora se prolongou por muito tempo, a pressão por trás de deixar essas palavras saírem de suas bocas para uma força assustadora. Não deveria ser tão difícil.
Eles estão mesmo em um relacionamento se eles não disserem "eu te amo"? É o fato de que Louis não quer nada mais desesperadamente do que mostrar isso para Harry de uma forma física completamente inadequada? Ele acha que isso é exatamente o que Harry está fazendo no andar de baixo neste exato momento, tentando validar essa necessidade que Louis sabe que ambos sentem.
Antes que ele possa se afundar em uma espuma emocional, Harry retorna, caminhando um pouco hesitante para a cama e se deitando em cima de Louis.
"Oi", ele sussurra.
"Senti sua falta", Louis respira.
"Senti sua falta também." Harry se aproxima para um beijo, e Louis não pretende reagir dessa maneira, mas ele se afasta, pressionando a cabeça ainda mais em seu travesseiro. O travesseiro de Harry que ele roubou durante a noite porque é mais fofinho e Harry não se importa, porque eles sempre acabam compartilhando de qualquer maneira.
Os olhos de Harry se abrem, confusão e uma pontada de mágoa brilhando no verde claro de suas íris. "O que há de errado?"
"O que você estava conversando com sua mãe?"
As bochechas de Harry parecem estar queimando. "Sobre você."
Louis quer apenas esquecer essa conversa e beijá-lo, acalmar seus nervos, deixar que isso aconteça naturalmente para evitar esse constrangimento, mas ele sabe, em algum lugar na parte de trás de seu cérebro de sono e luxúria, que ele sabe que isso é péssima ideia. Eles sempre conversaram. Isso é o que funciona.
"Sobre o que exatamente?"
Ele tem certeza que o rosto de Harry está prestes a pegar fogo. "Erm..." Harry murmura, se levantando do corpo de Louis e sentando em suas pernas entre as de Louis, "conversei com ela sobre querer... você sabe. Com você."
"Baby, eu preciso de você diga."
"Você está tirando sarro de mim?"
As sobrancelhas de Louis se juntam, pequenas linhas brotando em sua testa em choque e preocupação. "Nunca. O quê? você sabe que eu nunca faria isso. Eu só acho que sei o que está acontecendo dentro do seu cérebro encaracolado, e quero que você tenha certeza. E isso começa com você sendo capaz de dizer as palavras em voz alta. Sou só eu, Haz."
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Petrichor [l.s] • portuguese version
Teen FictionLouis volta para casa depois de se formar na faculdade e descobre que Harry não mudou muito nas coisas importantes. Seu cabelo está mais longo e sua voz mais grossa e ele agora é dono da padaria que eles trabalhavam quando crianças. Mas seus olhos s...