Capítulo 61

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"Ok, então você tem certeza que isso vai funcionar?"

Ed passa os dedos pelos cabelos brilhantes, claramente tentando não estrangulá-lo. "Louis, eu sei o que estou fazendo. A placa está apagada, as cortinas estão fechadas e você tocando sozinho não atrairá ninguém, eu prometo."

"Oiii, vai se foder", Louis ri, nervos se dissipando por um momento. "Eu estou ficando muito bom nisso, eu acho."

"Cara, confie em mim. Você não é", Ed bufa, gentilmente socando o ombro de Louis e se movendo para terminar de arrumar o pub.

"Me lembre por que não pudemos contar a Liam?" Louis pergunta enquanto abaixa o microfone para que fique na altura de seus lábios quando ele se sentar no banco que está ao lado do palco. "Não temos ideia de quando Harry vai chegar aqui. Ele poderia nos enviar uma mensagem avisando."

"Payne não poderia ser sorrateiro se sua vida dependesse disso. Harry estará aqui em breve, apenas se apresse."

Quando Louis finalmente consegue arrumar o palco perfeitamente, ele começa a mexer no violão emprestado com os dedos trêmulos, esperando que ainda esteja afinado corretamente, ele leva um momento para olhar ao redor da sala. Não há luz a não ser do brilho suave das velas nos jarros que estão sobre as mesas. Tranquilas onde geralmente há risadas e conversas casuais alimentadas por uísques baratos e amizades antigas.

Ed termina de limpar o bar e vai até a frente do palco, estendendo a mão para tocar no joelho de Louis, saltando sem parar. "Hora de provar que ele está errado", diz ele com um pequeno sorriso.

Louis sorri, nervoso mas esperançoso. "Obrigado. Por tudo."

Ed se afasta e se vira para caminhar na direção da saída dos fundos. Ele diz por cima do ombro, "Fico feliz em poder fornecer um cenário romântico para o seu drama." E ele foi embora antes que Louis conseguisse dizer uma resposta sarcástica.

Agora tudo o que resta a fazer é esperar. Esperar que Harry apareça, passe pela pesada porta de madeira e o veja sozinho no palco com um violão. Louis tenta imaginar como Harry reagirá, esperando, talvez além da razão, por alívio, por compreensão.

Suas palmas estão suadas, seus dedos tremendo contra a superfície fria do instrumento. Ele pratica seu discurso em sua cabeça, mesmo sabendo que as frases ensaiadas provavelmente não serão o que vai sair de sua boca quando ele finalmente o ver. Ele só tem que esperar que o que ele diz seja o suficiente para fazer Harry ficar. Para deixá-lo saber que ele nunca deixará de amá-lo.

Sua garganta está seca, seu coração está batendo contra suas costelas com uma intensidade dolorida. Ele não pode se mover, no entanto. Ele tem que estar sentado aqui, pronto para falar, pronto para tocar, pronto para provar tudo, quando Harry passar por aquela porta.

Ele certamente estará andando aqui a qualquer minuto, se aproximando a cada segundo enquanto Louis se senta silenciosamente acalmando seus demônios. Ele provavelmente estará usando algo solto e bonito, botões abertos em seu peito liso, sua calça jeans justa e suas botas favoritas. Ele deve parecer um sonho flutuando pela calçada, com os cabelos compridos despenteados pelo vento. E ele estará aqui a qualquer momento.

Louis empurra as mangas de seu moletom até os cotovelos, se certificando de que a corda recém-tatuada em seu pulso estará à mostra enquanto ele toca o violão. Ele se pergunta se Harry vai notar, se ele vai gostar. O pânico atinge o fogo em seu sangue por uma fração de segundo antes de ele calmamente apagar as chamas. Harry vai gostar.

Uma sombra aparece por trás das cortinas pálidas e o fôlego de Louis deixa seu corpo apressado. Harry deve estar confuso, curioso para saber porque o pub parece estar fechado, porque o barulho de sua audiência familiar não está saindo pelas paredes de tijolos. Sua silhueta passa pela janela, e são apenas alguns segundos antes que a porta se abra rangendo. Louis pensa distraidamente o por quê ele nunca ouviu o rangido antes, percebendo que é porque esta sala é ensurdecedora e geralmente apertada.

Petrichor [l.s] • portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora