Mais uma semana se passa. E outra. E Harry não voltou para casa. Ele não atendeu as ligações de Louis, não respondeu as centenas de mensagens de texto que Louis enviou em vão. Ele não foi trabalhar na padaria. Uma conversa breve e frenética com Liam o confirmou isso. Ele não está na casa de seus pais, Anne apenas balançou a cabeça em confusão e leve pena quando Louis veio implorar por notícias. Ele está ao vento.
Mas Louis conhece Harry. Ele o conhece mais do que qualquer outra pessoa poderia. E ele sabe onde Harry vai estar esta noite sem precisar perguntar a ninguém.
O dia se arrasta, cada tique-taque do relógio é torturante enquanto Louis espera para dar a seus alunos um desejo de um bom final de semana, para assim poder sair correndo da sala de aula, tentando não derrubá-los com sua pressa.
Finalmente, finalmente, Louis está pronto para encarar o resto do dia, e ele corre pelos amplos corredores da escola e sai pelas portas da frente. Ele chega em seu apartamento surpreendentemente rápido, sua mente embrulhada em seu plano mal construído. Ele não tem ideia de como será. Ele não sabe o que ele vai dizer se ver Harry até mesmo ouvir ele. Ele só sabe que ele tem que vê-lo. Ele tem que tentar.
Harry provavelmente estará lá em cerca de uma hora, o que dá a Louis mais do que tempo suficiente para tomar banho e se tornar apresentável. O primeiro passo para se desculpar pela milésima vez, implorando por perdão e professando seu amor imortal, é parecer bonito pra caralho ao fazer isso.
Louis termina de se arrumar e coloca um casaco para se proteger do ar frio da noite antes de sair correndo do apartamento, batendo a porta atrás dele. E ele está a caminho. De volta a Harry.
A caminhada é muito longa. O vento está frio demais, deixando o nariz entorpecido e as bochechas coradas de rosa. Seu coração bate muito rápido, duro e implacável em seu peito enquanto se aproxima de seu destino.
E então ele vê. O letreiro de neon pendurado acima da porta, piscando fracamente. Como sempre foi. É familiar, e deve ser reconfortante, mas agora parece apenas quebrado, a luz esporádica como a batida de seu coração.
E então ele ouve. O momento antes dele pisar na frente da janela gelada do pub, o som invade todos os seus sentidos. Louis dá um passo para trás, esperando que ele não tenha sido visto e se encosta na parede. Harry começou a tocar mais cedo e Louis não estava aqui.
Sua voz enche o pub e se espalha pelo ar da noite, rouca, suave e bela. Harry parece brilhante. E triste. Ele parece o luar.
Louis quer que seu coração se acalme, que suas mãos parem de tremer. Ele fica escondido, encostado na parede em busca de apoio e tenta resolver seus pensamentos.
Liam está no palco também. Louis pode ouvi-lo se harmonizar atrás da voz de Harry enquanto eles começam uma nova música. Um deles está tocando uma melodia suave e assombrosa no violão que Louis só pode vagamente perceber. É o Harry. Liam não toca suas músicas assim.
Enquanto Harry começa no segundo verso, Louis se concentra nas palavras que escapam dos lábios do mesmo. Louis deseja que ele não tenha reconhecido a música. Ele sente as vibrações da música através da parede, roçando seu coração machucado em ritmo frenético.
"E se tudo tiver que acontecer mesmo assim? Será que eu estou destinado a lhe causar toda essa dor?"
Louis respira fundo, sugando o ar da maneira mais lenta e constante que consegue. Um argumento aparece em sua língua e ele abre a boca para dizer as palavras antes de se lembrar que Harry não está realmente falando com ele. Ele não tem outra escolha a não ser ouvir a dor de Harry através de uma parede de gesso espessa.
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Petrichor [l.s] • portuguese version
Teen FictionLouis volta para casa depois de se formar na faculdade e descobre que Harry não mudou muito nas coisas importantes. Seu cabelo está mais longo e sua voz mais grossa e ele agora é dono da padaria que eles trabalhavam quando crianças. Mas seus olhos s...