Capítulo 41

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Louis acorda com um barulhinho gentil na janela e um corpo quente e familiar encolhido contra seu peito. Harry está roncando baixinho, as pontas dos dedos se contraindo contra o braço de Louis sobre seu tronco como se ele estivesse tentando representar um sonho. Louis pressiona o nariz no ombro de Harry e respira seu aroma matinal. Ele sempre cheirava assim em manhãs calmas e chuvosas. Como pele limpa e sabão em pó, como gotas de orvalho de verão e flores aquecidas pelo sol. Seu cabelo ainda preso em um coque solto cheirando a água salgada. Harry sempre dormia melhor com o som da chuva suave do lado de fora e um certo garoto segurando ele, o mantendo seco, quente e seguro. Ele realmente não mudou muito.

Louis ouve a melodia da água batendo na areia e colidindo com a janela, esperando pacientemente que seu garoto acorde. A qualquer momento, ele verá aqueles olhos verdes. Harry vai sorrir para ele e suas covinhas ficarão profundas. Talvez ele dê um beijo no pequeno aglomerado de sardas de Louis que ele tanto ama antes de beijar seus lábios. Louis sorri ao imaginá-lo acordando e o beijando imediatamente, parando apenas para se afastar alguns minutos depois para se desculpar pelo seu hálito matinal. Louis ama seu hálito matinal. Seu hálito matinal significa que ele está aqui e esteve aqui a noite toda. Isso significa que isso tudo é real.

O trovão ressoa do lado de fora, o som abafado pelas paredes ao redor deles, e um rápido clarão de luz ilumina o quarto, ainda escuro nas primeiras horas da manhã com as nuvens no céu e grossos pingos de chuva bloqueando o sol. Harry se move sob o braço de Louis, sua respiração não está mais estável com o sono. Ele se vira para encarar Louis, os olhos ainda fechados e as sobrancelhas comprimidas em exaustão. "Bom dia", ele murmura, tentando enterrar o rosto dentro do peito de Louis, seu nariz esmagando contra o mesmo através da camisa.

"Bom dia, baby", Louis sussurra, colocando alguns pedaços soltos de cabelo atrás da orelha de Harry.

"Está chovendo".

"Sim."

"Você está bem?"

O coração de Louis pula uma batida ou talvez duas com o cuidado na voz de Harry. Ele está bem. Harry conhece seus segredos. Harry sabe o que a chuva faz com ele. O que costumava fazer com ele. Harry sabe e ainda o ama. E o Louis está bem.

"Por que eu ficaria com medo da chuva quando eu tenho você para me manter seguro?"

O olho de Harry, que não está pressionado contra o travesseiro de Louis, abre lentamente, procurando pelo rosto dele. "Eu vou te proteger, pequenino."

Louis se mexe pela cama, trazendo seu rosto até encontrar com o de Harry. "Meu herói."

Harry sorri e se reposiciona, abrindo ambos os olhos e se aproximando. "Eu te amo." Sua voz é profunda, rouca e pesada de sono, e Louis se sente tonto.

"Eu te amo", ele respira contra os lábios de Harry enquanto se move para beijá-lo. Louis se inclina até que a parte de trás da cabeça de Harry esteja pressionada contra os lençóis. Ele sobe em cima dele e o beija mais forte, faíscas saltando entre eles enquanto seus corpos descansam juntos. As mãos de Louis se movem para o pescoço de Harry, suas unhas arrastando gentilmente pelos cabelos ao longo da base de seu crânio. Harry estremece, um gemido silencioso escapando de seus lábios. Louis engole seu barulho e reza por mais, quando ele sente a língua de Harry se mover contra a sua. Eles se movem juntos em uma dança praticada, aperfeiçoada há muito tempo, suas memórias não falham, mesmo naquela primeira noite e certamente não agora.

Louis se afasta apenas o suficiente para respirar fundo e para ver as pupilas de Harry crescerem enquanto olha para ele. "Eu nunca poderia me cansar disso", ele sussurra, pressionando beijos suaves na bochecha de Harry e beliscando sua garganta, arrancando mais barulhos celestiais do homem bonito abaixo dele.

Petrichor [l.s] • portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora