Nada mudou muito desde a primeira noite de Louis e Harry juntos no apartamento deles há dois meses. O verão passou, dias mornos como o sol e noites quentes de amor debaixo de lençóis que Louis nunca teve que lavar tão frequentemente até agora. Nos finais de semana eles nadavam, cochilavam, faziam piqueniques em seu lago secreto e as noites se transformavam no início das manhãs enquanto Harry fazia serenata para Louis no palco do pub do Ed. Os dias livres eram passados descansando em sofás desgastados conversando com suas mães e irmãs, também haviam as noites bregas de encontro duplo com Liam e Zayn. Noites que faziam pizza caseira, aquela em que Louis não é totalmente responsável por queimar e correr para a loja da esquina após o desastre e acabar comprando sorvete para salvar o dia.
Também houve tempos mais cinzentos, é claro. Dias em que Harry estava no trabalho por quase dezesseis horas e finalmente chegava em casa exausto e com um mau humor. Noites, quando Louis não conseguia dormir e Harry acordava com os lençóis vazios, só para encontrar Louis momentos depois sendo bombardeado com água quente do outro lado do corredor. Argumentos minúsculos adocicados por desculpas que sussurravam em pescoços suados e gritavam através dos risos quando as cócegas começavam. A vida real aconteceu quando eles deixaram a praia, e sabendo que não faria nada para acalmar a dor quando ela veio, mas braços fortes, lábios doces e palavras suaves fizeram tudo valer a pena. Porque assim como Harry sempre diz, isso significa que é real.
Louis abre os olhos devagar para uma cena dolorosamente familiar do seu tipo de manhã menos preferida, em que Harry tem que sair antes que o sol apareça no céu para chegar a padaria. Louis lembra vagamente de seu nome ser sussurrado horas antes, lembra de beijos na testa, nas bochechas e nos lábios antes do calor de Harry desaparecer. É a rotina deles em manhãs como essa. Harry tenta o seu melhor para não acordá-lo, falha porque ele é um gigante desajeitado, o beija de uma maneira boba enquanto Louis finge estar dormindo e Louis também falha porque ele não consegue deixar de sorrir quando sente os lábios de seu garoto nos dele. Ele enterra o rosto no travesseiro para esconder seu sorriso enquanto seu coração se agarra à lembrança.
Como se sentisse sua solidão, Gracie arrasta seu corpo enorme para a parte de cima da cama de onde ela estava dormindo antes, nos pés de Louis, que puxa o edredom sobre ela, enquanto a mesma lambe uma larga e molhada linha no nariz de Louis e entre seus olhos. Louis geme, passa a mão no rosto e afaga sua garota favorita, alisando a mão sobre o pêlo brilhante.
"Bom dia querida. Me de alguns minutos e vamos dar um passeio antes que eu tenha que ir para a escola, certo? Seu velho pai malvado não deixou você sair esta manhã, não é?"
Gracie late, pulando na cama em emoção, e Louis sorri, acariciando sua cabeça mais uma vez antes de sair da cama para começar o dia. Ele estica os braços sobre a cabeça, sua espinha estalando alto, e boceja enquanto enxuga o sono de seus olhos.
Vai ser um dia longo.
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Dez horas, duas reuniões, três colapsos induzidos por giz de cera, e uma catástrofe de bombas de glittler mais tarde, Louis enfiou a última pasta na bolsa e a puxou por cima do ombro enquanto saía da sala de aula. Ele ama seu trabalho, não há dúvidas sobre isso, mesmo em dias como este, quando a dúvida seria completamente justificada. Mas seus ouvidos estão zumbindo, seus olhos estão cansados e sua cabeça está batendo junto com a batida de uma dor de cabeça atrasada, e tudo o que ele quer é encontrar seu garoto e se esconder debaixo dele até que eles tenham que sair da cama amanhã para fazer tudo de novo.
Louis tira o telefone do bolso e o pressiona contra o ouvido enquanto espera o som de sua voz favorita do outro lado da linha, um sorriso rastejando em seus lábios apesar de sua exaustão.
"'Alô?" Harry diz, como uma pergunta. O que é estranho. Porque ele nunca responde assim quando Louis liga. É sempre mais uma saudação, como se ele já soubesse quem é.
"Oi, baby", Louis responde, seu coração apertado com a notícia que ele já sabe que vai ouvir. "Ainda no trabalho, hein?"
"Ugh, sim. Tem sido..." Harry exala alto,"...um longo dia de merda."
"Eu deveria passar por aí?"
"Não, vá para casa. Estou quase terminando aqui, prometo."
"Tem certeza disso? Eu posso ajudar."
"Baby, não, apenas vá para casa. Vejo você em breve, sim? Eu vou sair daqui a trinta minutos, no máximo."
"Tudo bem, mas se você não estiver em casa em uma hora, eu vou ter que colocar a polícia para te procurar. Eu espero que você entenda."
Harry não ri. Ele não diz nada.
"Haz?"
"Desculpe, Lou, eu tenho que ir, mas eu vou estar em casa", ele se apressa antes de desligar.
"Eu te amo", diz Louis de qualquer jeito. Mesmo que Harry não possa mais ouvi-lo.
E de repente seu dia terrível não parece tão terrível. É um mar de rosas em comparação com o pensamento de Harry desgastado, aquelas rugas em sua testa mais profundas do que nunca, como sempre estão em dias difíceis. Nada poderia ser pior do que saber que Harry não estará lá quando Louis entrar pela porta, pronto para agarrá-lo em seus braços grandes e beijá-lo até que ambos estejam tontos e famintos por mais, mas muito mais faminto para qualquer coisa que o Harry tenha feito para o jantar.
O estômago de Louis ronca com a lembrança de que ele não come desde o início da manhã, e o mal-estar que ele sente desde que Harry atendeu o telefone piora com as dores da fome. Ele sabe o que ele quer fazer. Ele quer chegar em casa e tomar um banho. O tipo de banho ruim. O tipo que faz o Harry ficar triste. Mas eles estão trabalhando nisso, e ele não pode fazer isso com Harry hoje à noite.
Então, ele inventa um plano. Um plano muito romântico.
Enquanto seu cérebro está lutando para manter o foco e sugerir algumas idéias que possam fazer Harry chorar como se fosse um bebêzinho, Louis percebe de forma abrupta que chegou ao apartamento, tendo andado praticamente no piloto automático, mal percebendo nada ao redor dele.
Ele entra, imediatamente pegando a coleira pendurada na porta, sabendo que Gracie estará correndo em direção a ele a qualquer momento. Ela deve estar dormindo se ela já não estiver derrubando ele. Ele assobia e fortalece sua postura, nem um pouco preparado para lidar com o peso dela comparado com o peso do dia que já é demais para segurar, mas ciente de que ela não se importará com isso em sua excitação.
Ela corre pela cozinha e para nos braços dele, lambendo a lateral do rosto de Louis, a cauda abanando tão forte atrás dela que poderia levantar voo. Ela não vai se acalmar até que ela tenha se exercitado e, além disso, ele tem tempo. Harry não vai estar em casa em uma hora. Ele nunca está em dias cheios assim. Então Louis tem tempo para fazer tudo perfeito para o seu menino perfeito, adorável e inacreditável.
Louis vai chutar a bunda do romance. E Harry não saberá o que o atingiu.
-x-
O capítulo é pequeno, mas eu já volto para atualizar mais!!
Não se esqueçam dos comentários e dos votos! Obrigada e até logo! ♡
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Petrichor [l.s] • portuguese version
Novela JuvenilLouis volta para casa depois de se formar na faculdade e descobre que Harry não mudou muito nas coisas importantes. Seu cabelo está mais longo e sua voz mais grossa e ele agora é dono da padaria que eles trabalhavam quando crianças. Mas seus olhos s...