Capítulo 31

2.2K 288 478
                                    


"Lembra quando você pediu esse peixe, e ele veio com a cabeça e tudo mais?" Harry ri tanto que seus olhos desaparecem.

"Isso foi tão nojento", diz Louis, as palavras saindo em uma gagueira através de sua risada borbulhante. "Eu estava assustado naquele dia."

"E sua mãe apenas gritou, e o chef veio até nós e falou 'Mon dieu! Qual é o problema?'" Harry continua com o pior sotaque francês que Louis já ouviu.

"Bem, sabemos o porquê um chef francês estava trabalhando em uma cabana em frente à praia. Essa foi a pior comida que eu já comi. Ele tinha que ter sido, tipo... expulso da França ou algo assim."

Harry enxuga as lágrimas de seus olhos, seu sorriso quase alcançando seus ouvidos. "Ele deve ter saído daqui, está tudo muito bom hoje à noite."

Louis pega outro pedaço de caranguejo e o mergulha em seu molho de alho antes de colocá-lo em sua boca. "Há bastante melhoria."

Sua risada desaparece e Harry diz baixinho: "Estou feliz que esta é a única coisa que mudou. Este lugar é exatamente o mesmo de quando viemos com nossas mães. É legal."

Louis olha em volta do pequeno restaurante e acena com a cabeça ao encontrar os olhos de Harry novamente. "As únicas diferenças são o seu cabelo e o fato de que minha refeição não é indutora de vômito."

Harry deixa cair o garfo, o metal ressoando alto contra o prato, enquanto ele se dobra de rir mais uma vez. "Deus, foi tão ruim!"

Louis sorri para ele, apenas observando. Tentando memorizar cada linha de seu rosto, cada sarda, cada fio de cabelo, o tom exato de seus lábios rosados.

Harry se acalma e olha para Louis com uma intensidade que rivaliza com seu próprio olhar. Os nervos atiram através das veias de Louis e ele pode sentir a rosácea subindo por seu pescoço e suas bochechas. Ele deixa cair o olhar e finge se concentrar em sua comida. Harry não se move. Louis ainda pode sentir seus olhos perfurando o topo de sua cabeça.

"Você quer sobremesa?" Harry pergunta depois do que parece uma década de silêncio.

Ele não quer. Ele quer ir embora. Ele quer continuar com esse plano terrivelmente estúpido que ele inventou e que tem o potencial de destruir tudo. Ele balança a cabeça: "Você quer?"

"Na verdade não. Você comprou açúcar suficiente para durar a semana toda."

Louis sorri nervosamente, incapaz de estar totalmente presente, preocupado demais com o que vai acontecer a seguir. O garçom deles chega e Harry pede a conta. Louis mal percebe.

"Tentando resolver uma equação aí?"

"Huh?" Louis pergunta, sua cabeça se levantando ao som da voz de Harry.

"O que você está pensando?"

"Em nada. Em tudo. Eu não sei. A vida, eu acho", ele gagueja.

"Intenso".

Louis sorri. Harry sempre pode fazer isso. "Calado."

Harry pisca para ele, e Louis realmente espera que ele não se arrependa do que está prestes a fazer.

"Você quer andar comigo?" Louis pergunta, sua voz tremendo apenas um pouco. "Queimar as calorias do brownie que comemos mais cedo?"

"Você esperava que eu voasse de volta para a casa?"

"Oh meu Deus, pare de me provocar! Você sabe o que eu quis dizer."

"Eu vou andar com você, Lou", diz Harry, aquele sorriso manhoso ainda em seus lábios. "Você sabe que eu amo longas caminhadas na praia."

Petrichor [l.s] • portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora