Capítulo 30

2.1K 258 98
                                    


Louis acorda apenas algumas horas depois enroscado em um edredom branco e limpo, a cabeça apoiada em um travesseiro verde que não é tão macio quanto os olhos de Harry. Sua respiração fica presa na garganta e ele tenta lembrar como respirar enquanto as imagens da noite anterior se chocam com ele mais forte do que as ondas lá fora. Ele fez uma promessa a Harry que não iria mais embora, e ele não pode ficar sem dizer isso. Não mais. A mente de Louis vagueia pelo tempo que ele sentou no chão do outro lado da porta de Harry na noite passada e escutou ele gemer seu nome. Ele estremece quando a lembrança daquele abraço que era mais do que um abraço passa sobre ele, sua pele formigando onde os braços de Harry o seguravam com tanta força que ele provavelmente deixou hematomas. Ele pensa nas lágrimas que caíram dos olhos brilhantes de Harry quando o mesmo se virou. Harry ama ele. Ele tem que amar.

Louis se senta de pernas cruzadas e se atrapalha até encontrar seu telefone. As palavras de Anne flutuam em sua mente mais uma vez. Sua mãe saberia. E ela não mentiria para ele.

"Olá, amor", Jay atende depois de alguns toques.

"Mãe?"

"Sim querido?"

"Harry ainda está apaixonado por mim?", Ele deixa escapar. Há silêncio, e o desejo de vomitar rasteja por sua garganta.

"Por que você está me perguntando isso?" Jay finalmente pergunta.

"Mãe, por favor! Estou com Harry agora e algo aconteceu ontem à noite, eu acho que ele ainda me ama e eu quero contar a verdade a ele, mas estou com medo. Se você sabe de alguma coisa, por favor me diga."

Seus dedos tremem ao redor de seu telefone enquanto espera por sua resposta.

"Baby, se acalma. Claro que ele te ama."

"Não, mas... mãe, ele está apaixonado por mim?"

"O que você acha? Depois de tudo que vocês dois passaram? Crescendo juntos, apaixonados antes mesmo de você ter idade suficiente para entender o que isso significava, quebrando o coração um do outro, encontrando um ao outro novamente. Eu não sei como você poderia pensar que ele não ama você. Ele nunca deixou de te amar, Louis."

"Mas como você sabe disso? Anne disse–"

"Anne e eu temos contado a vocês dois a mesma coisa desde que você voltou e Harry teve um colapso completo no dia que te viu na padaria e você saiu correndo sem dizer uma palavra. Eu nunca compartilhei as palavras de Harry com você, assim como Anne nunca compartilhou suas palavras com Harry. Porque isso não era para ninguém descobrir, exceto vocês dois. A única razão pela qual estou lhe dizendo agora é porque você me perguntou diretamente e eu nunca mentiria para você. Você não acha que ambos deixaram muitas chances escaparem pelos dedos?"

Lágrimas estão caindo em seu rosto em um ritmo alarmante, e Louis não pode limpá-las rápido o suficiente. Seu nariz vaza e seu corpo está esticado como uma corda de arco, soluços reprimidos sendo engolidos enquanto ele fecha os olhos com força e pressiona o telefone contra seu ouvido o mais forte que pode.

"Eu tenho que dizer a ele", Louis soluça.

"Você não precisa ter medo, amor."

"Eu me sinto tão idiota. E cruel. O que há de errado comigo?"

"Você está apaixonado. Isso faz todos nós sermos tolos."

"Eu te amo", ele suspira através de um tremor torturando seu corpo inteiro.

"Eu te amo mais. Agora vá até ele, baby."

Louis encerra a ligação e deixa o telefone cair nos lençóis. Ele esconde o rosto em suas mãos, querendo que seus pulmões funcionem corretamente novamente e que as lágrimas parem de cair de seus olhos. Ele toma quatro respirações profundas, as segurando antes de expirar e enxugar os olhos uma última vez. Ele reza para que Harry ainda esteja dormindo atrás de sua porta fechada enquanto ele abre a sua, achando que isso é o caso quando ele entra rapidamente no banheiro.

Petrichor [l.s] • portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora