"Este é o pior castelo de areia da história."
"Perdão?" Harry pergunta incrédulo.
"É ruim e você sabe disso."
"Vou lhe dar uma chance de pedir desculpas corretamente", diz Harry ameaçadoramente, com um toque de diversão em sua voz, o revelando.
"Não", diz Louis, tentando segurar os lábios em uma linha reta, mas falhando miseravelmente.
"Tem certeza de que quer fazer isso?"
Ele não pode deixar de se perguntar se Harry quer dizer isso em mais de uma maneira. Ele pode sentir o ataque iminente, e parece que Harry está dando a ele uma escolha, como se ele parasse de jogar se Louis dissesse não. Provavelmente por causa de como ele reagiu naquele dia na cozinha quando os lábios de Harry tocaram os seus tão gentilmente que doeu ou naquela noite que ele saltou sobre Harry e gritou com ele exatamente como Louis está planejando agora. Mas ele não está mais fazendo isso. Ele prometeu. Talvez ele seja um masoquista, mas tudo o que ele quer é o corpo de Harry o prendendo na areia, sua respiração em sua bochecha, seus dedos roçando sua pele. Mesmo tão doloroso quanto é.
"Hum", Louis cantarola, excitação nervosa borbulhando em seu peito, limitando sua capacidade de falar.
E então Harry está mais perto do que antes, e mais perto ainda, até que ele está pairando sobre Louis, suas mãos na areia ao lado de sua cabeça. Louis faz uma oração silenciosa que ele sabe que não será atendida, pedindo apenas mais uma chance.
Louis quer tanto beijá-lo. Então, novamente, ele sempre quer beijá-lo, mas o sentimento é especialmente forte hoje. Talvez seja o cheiro da água aquecida pelo sol de verão. Talvez seja a memória deste lugar e o fato de que a última vez que eles estiveram aqui, eles se beijaram atrás da pedra que Louis pegou Harry olhando para a mesma mais de uma vez. Sua necessidade de cada toque seguinte, cada olhar que Harry quer dar a ele está nublando sua mente como quando ele tinha dezesseis anos e ele ainda não tinha certeza de que um beijo era a solução. Foi a solução, e é agora. Só que agora Louis não pode fazer nada sobre isso. Ele arruinou isso há muito tempo.
Harry de repente deixa cair seu peso em Louis, tirando o ar de seus pulmões.
"Que diabos foi isso?", Louis ofega.
Harry ri e diz um pedido de desculpas, tentando mover as mãos para as costas de Louis. Louis o ajuda, ele se arqueia um pouco até sentir os braços cruzados entre a pele e a areia. "Só queria um abraço", Harry diz baixinho antes de colocar a cabeça no ombro de Louis.
Louis coloca um braço sob sua cabeça e sua outra mão nos cachos úmidos e crespos de Harry, penteando uma seção particularmente emaranhada da água salgada. "Nós vamos adormecer e ficar queimados."
"Não me importo", Harry murmura no pescoço de Louis, enviando choques de prazer e dor em sua espinha.
"Harold, eu não quero virar uma lagosta", Louis consegue chiar para fora. Harry realmente precisa sair de cima dele, ou ele vai ter que fazer aquela coisa que ele apenas surta só para Harry não perceber que ele pode entrar em suas calças a qualquer momento.
"Ugh, tudo bem", Harry cede, fica de pé e tira areia para fora de seus braços.
O sol está baixo no céu, os tons quentes contrastam perfeitamente com os pontos dourados nos olhos de Harry e o tom ruivo de seu cabelo.
Louis salta e agarra sua mão, o puxando para o mar. Harry vai de bom grado, com um sorriso confuso no rosto. "Um último mergulho?"
Harry acelera seu ritmo e arrasta Louis para frente. A água fria alivia sua pele superaquecida, queimada pelo sol e pelo toque de Harry. Louis se sente relaxado, seu batimento cardíaco diminuindo para um ritmo mais sustentável.
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Petrichor [l.s] • portuguese version
JugendliteraturLouis volta para casa depois de se formar na faculdade e descobre que Harry não mudou muito nas coisas importantes. Seu cabelo está mais longo e sua voz mais grossa e ele agora é dono da padaria que eles trabalhavam quando crianças. Mas seus olhos s...