Capítulo 21

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Notas da Autora: Esse capítulo contém uma cena que descreve a autoflagelação de uma maneira muito leve/vaga/não gráfica. Não há nenhum corte, nenhum sangue, nenhum perigo real para ninguém, mas mesmo assim eu ainda quero que você esteja ciente. A maioria de vocês provavelmente pensará que isso não é necessário, porque não é muito explícito, honestamente, mas os pensamentos e a intenção de se machucar estão presentes. E eu não quero causar mal a ninguém.

Louis se inclina na parte de trás do sofá, sua coxa contra a de Harry, ouvindo Anne e Robin contar a história de suas férias na Irlanda, alternando entre assisti-los se animar com a história e olhar para a noite escura através da janela. Louis contou a eles sobre seu colega de quarto irlandês e perguntou se eles tinham estado em algum dos lugares que ele tinha aprendido ao longo dos anos vivendo com Niall. Eles pintam imagens vívidas de seus passeios em bares escondidos, em catedrais de tirar o fôlego, nas ruas de paralelepípedos de Dublin e nos penhascos de Moher. Os olhos de Anne brilham quando ela está feliz, assim como os de Harry. Robin ri através de uma releitura dos acontecimentos de uma noite que eles tiveram em um pequeno pub em Galway, batendo no joelho e enxugando as lágrimas quando ele chega à parte onde um irlandês pediu a sua esposa para dançar e ela engasgou com a sidra em surpresa, resultando no irlandês sendo coberto com sua bebida. "Isso já é o suficiente, seu grande bobo. Eu estou cortando o seu suprimento de vinho", diz Anne, rindo incontrolavelmente.

Louis quer isso. Ele quer as férias espontâneas, o riso e o amor que é tão óbvio que todos na sala podem ver. Ele quer noites tranquilas com sussurros e mãos entrelaçadas. Ele quer ficar na beira de um penhasco com vista para o mar e saber que alguém está lá, nunca deixando que ele caia. Ele quer Harry. Ele quer rir com ele assim e tocar sua pele tão suavemente fazendo arrepios sob seus dedos. Ele quer ter histórias com ele que pertencem apenas a eles, histórias que eles poderiam se beijar nos lábios um do outro em noites de tempestade. Ele quer tudo. Mas ele só quer se estiver compartilhando com Harry.

Anne sai para colocar a taça de vinho de Robin na pia e encher a sua própria. Harry a segue, e Gemma se junta a eles quase imediatamente depois que Harry sai da sala. Eles estão tramando algo.

Louis decide que ele não vai ser motivo de fofoca e se une a eles na cozinha, recebendo um aceno de apoio de Robin no processo. Quando ele entra na cozinha, Anne grita desconfiada em voz alta: "Louis! Ei!"

"Vocês estavam fofocando sobre mim?"

Harry bufa: "Não, o que você é mesmo... você é louco. Do que você está falando?" Ele sempre foi um péssimo mentiroso. Apenas absolutamente terrível. "De qualquer forma", ele continua, "uh... alguém quer jogar Scrabble?" Harry rapidamente se move em direção a Louis e agarra sua mão, o puxando de volta na direção da sala de estar.

Antes de chegarem longe demais, Anne os interrompe com um grito ensurdecedor.

"Mãe, que diabos foi isso?" Harry pergunta, seus olhos arregalados, as sobrancelhas franzidas.

Ela aponta para um ponto acima de suas cabeças, antes não visto por Louis. Ele rapidamente olha para trás e para frente entre as pequenas folhas verdes penduradas acima e os grandes olhos verdes diante dele, seu coração acelerando dentro de suas costelas.

"Você não pode cruzar a linha sem um beijo, você sabe disso."

A mente de Louis está sem expressão em qualquer razão pela qual ele não deveria beijar Harry agora. Mas ele não consegue se mexer. Ele realmente precisa trabalhar nas habilidades de comunicação entre seu cérebro e seu corpo. Tem sido um grande problema ultimamente. Harry parece estar tão assustado quanto Louis, e ele não pode decidir se isso é motivo de esperança ou de desespero.

Petrichor [l.s] • portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora