Petrichor [l.s] • portuguese version

Capítulo 17

Louis acorda com a sensação de ausência de peso. Seu estômago se inclina e ele sente suas pernas penduradas em algum lugar que decididamente não é o sofá. Ele se assusta, chutando as pernas para fora, o medo de cair sobre todos os seus sentidos confusos.

"Woah. Lou. Lou, baby. Sou só eu. Ei, você está bem."

Louis deseja que seu coração se acalme, seu cérebro ainda está em algum lugar em meio ao sono. Ao descobrir que ele está, de fato, seguro e não nas garras de certa desgraça, ele envolve seus braços em volta do pescoço de Harry, relaxando em seus braços. Ele delirantemente contempla o quão forte Harry é agora, o quão forte ele teria que ser para segurá-lo assim, para evitar soltá-lo quando ele tinha se sacudido em seus braços momentos antes. Isso está errado, mas Louis está cansado demais para deixar isso pra lá. Harry está o segurando firmemente contra seu corpo, e Louis pode sentir seu calor e a batida de seu coração através de sua camisa. Parece um pouco rápido, mas, novamente, Harry está segurando o peso de outro ser humano. Louis abaixa um braço e pressiona a palma da mão contra o peito de Harry. De repente, ele tem um estranho desejo de poder alcançar seu peito e se enterrar dentro dele. Sim, ele definitivamente não está totalmente acordado. Louis se sente tonto, como se não conseguisse recuperar o fôlego. Quando Harry acordou? Por que Harry está segurando ele? O que diabos está acontecendo?

Como se o ouvisse, ou talvez ele o ouviu – Louis não pode ter certeza do que está pensando e do que está dizendo em voz alta – Harry abaixa os braços e as costas de Louis atingem uma superfície macia que ele tem certeza que é a cama de Harry. "Só queria te colocar em algum lugar mais confortável.Tenho certeza que você estava tendo outro pesadelo."

Harry se move para sair e todo o corpo de Louis reage violentamente à súbita distância. "Não!" Harry olha para ele, uma expressão confusa distorcendo suas feições angélicas. "Por favor, fique", Louis choraminga.

"Lou–"

"Harry, por favor, não vá", Louis lamenta pateticamente. Ele está tão fora de si para se importar com o quão triste isso é.

"Não tenho certeza se isso é uma boa ideia, Lou." Louis está prestes a fazer algo absolutamente deplorável. Ele não se lembra de ter um pesadelo. É muito possível que ele tenha tido um, especialmente se Harry notou que algo estava errado e o levou para a cama. Mas ele não se lembra disso. E isso é o que faz isso tão confuso.

"Foi tão ruim, Harry", ele sussurra.

Louis não precisa fingir as lágrimas, elas são reais. No segundo que ele percebeu que Harry ia deixá-lo sozinho neste quarto, elas brotaram de seus olhos desenfreados. Ele tira a mão de debaixo do edredom que Harry puxou sobre ele depois de colocá-lo na cama, e segura o braço do mesmo.

"Fique", ele pede.

Harry puxa seu braço do aperto de Louis, e o coração de Louis afunda. Isto é evidentemente visível porque Harry ri suavemente e diz: "Eu não vou a lugar nenhum. Chegue pro lado."

Louis se sente culpado, mas o alívio é mais forte. Harry se deita de lado e coloca o braço sobre a barriga de Louis.

"Bem, você não vai se virar? Tornaria isso um pouco mais fácil."

Louis olha para cima, procurando por seus olhos na escuridão. "Eu sou big spoon."

Louis não acha que Harry vai responder, ele fica quieto por tanto tempo. Mas finalmente, ele puxa Louis num toque mais perto, o incentivando mais uma vez a se deitar de lado. O corpo de Harry é sólido, forte e quente contra as costas dele, e as lágrimas continuam caindo.

Isso sempre vai doer, não é? Isso nunca vai acabar. Isso nunca vai ficar mais fácil.

O que você vai fazer quando ele conhecer alguém? Quando ele se casar? Ter filhos? Você não poderá fazer isso. Você não deveria estar fazendo isso agora.