Capítulo 08

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EVELYN


QUINTA-FEIRA

Deus, esse emprego era como um sonho. Havia muita coisa que precisava ser feita em uma casa tão grande, mas nada daquilo era parecido com o que eu tinha que lidar no motel. Não havia nenhum excremento em lugar nenhum, nenhum lençol manchado de sêmen, nenhum sangue misterioso... apenas poeira. Eu poderia lidar com a poeira.

— Desculpe, meu filho estava um pouco quieto esta manhã, – Karol comentou preguiçosamente enquanto eu trabalhava ao redor dela da melhor maneira que podia, sem interferir seu dia. — Eu o ouvi lá embaixo; ele não disse muito.

— Oh... – isso pareceu um pouco estranho de se fazer. — Bem, eu não esperava que ele fizesse. Parece que ele é um homem muito ocupado...

— Oh, ele é! – os olhos da Karol brilharam de alegria quando ela começou a discutir o Sr. Guerrero comigo. Eu reconheci bem aquele olhar - era a maneira como meus olhos ficavam sempre que eu falava sobre a Daniele. Alerta de mãe orgulhosa. — Ele está muito ocupado. Ele tem uma série de hotéis de luxo em todo o país, que começou do nada. Ele trabalhou muito.

— Uau, você deve estar muito orgulhosa dele.

— Eu estou. Eu poderia ter ido de qualquer maneira quando seu pai foi embora. O Alex estava em uma idade tão fundamental ele poderia ter mergulhado em uma espiral negativa ou poderia ter feito um sucesso. Felizmente, ele escolheu o último.

Engoli em seco, percebendo que a Daniele também teria a mesma decisão pela frente um dia, especialmente se as coisas permanecessem tão tóxicas com o Mateus como estavam atualmente. — Isso deve ter sido muito difícil para você.

— Você sabe como é; você está passando pelo mesmo agora, não é? Você simplesmente se levanta e segue em frente, não é? O quanto você conseguir.

Eu sorri para mim mesma, realmente sentindo uma sensação de orgulho. Foi bom saber que pelo menos alguém achou que eu estava fazendo um bom trabalho, mesmo que ela não tenha falado em voz alta. Eu poderia ler nas estrelinhas e ver o que ela queria dizer. — Sim, eu sei o que você quer dizer. Contanto que a Daniele receba cuidados, nada mais importa.

— Um dia, tenho certeza que ela vai crescer tão gentil e prestativa quanto o Alex. Ele realmente tem sido ótimo para mim. Mesmo quando eu grito com ele por ser um pouco prestativo, ele não para. – ela riu para si mesma, e eu não pude deixar de me juntar. — Ele é como um homem possuído.

— Parece que você fez um ótimo trabalho ao criá-lo.

— Muito obrigada. – ela torceu o pescoço para olhar para mim. — Sabe, você trabalhou muito hoje. Se quiser terminar agora para pegar sua filha da escola, você pode.

— Oh, eu tenho uma babá... – eu não queria abusar da sorte, por melhor que a ideia parecesse. Afinal, era meu primeiro dia. Eu não queria abrir um precedente para sair mais cedo. Eu queria guardar isso para emergências.

— Não seja boba, saia daqui. – Karol acenou com a mão com desdém. — Você já fez tudo, de qualquer modo. A roupa pode esperar até amanhã. Muito obrigada, Evelyn. Agradeço tudo o que você fez.

Ela me aprecia? Isso era quase risível. Eu estava apenas fazendo meu trabalho; ela era a única sendo gentil e me pagando uma fortuna. — Bem, obriga, Karol. Vejo você amanha.

Quando fui pegar minha bolsa no armário onde a deixei, havia um sorriso enorme brincando em meus lábios. Foi bom sair do trabalho sentindo-se revigorada e bem. Sair do motel sempre trazia vergonha e repulsa. Isso era algo completamente diferente.

Mãe Solteira do Meu BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora