Capítulo 16

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EVELYN

QUARTA-FEIRA

— Você está pronta para ir? – eu perguntei animadamente quando encontrei a Daniele nos portões da escola. — Vai ser divertido, não vai?

— Eu gosto quando você vai me buscar na escola! – ela emocionou-se enquanto deslizava sua mão na minha. — E a tia Taís também. É divertido. Fizemos um teste de soletração na escola hoje e acertei oito em dez, então, no parquinho, eu e Rebeca pulamos...

O fluxo dos dias da Daniela na escola aqueceu meu coração. Eu adorava ouvir o que ela fazia o dia todo. O momento foi doce e adorável... Mas havia um lado triste nisso.

Como em toda interação que tive com minha filha nos dias de hoje, foi manchada com o conhecimento de que o Mateus queria tirar tudo isso de mim. E apenas para me machucar. Ele não se importava nem um pouco com a Daniele; não havia chance de ele querer saber o que estava acontecendo com sua escola e vida. Foi tudo apenas para me envolver de volta no ciclo tóxico do qual eu quase me arrastei para fora.

— Tem certeza que quer vir? – perguntei a Taís confusa. — Sem encontro quente esta noite? – pude ver a expressão da Taís vacilar.

— Não, eu quero ir. Eu gosto de sair com vocês. – ela pegou a outra mão da Daniele. — É bom passar um tempo com vocês duas.

— Ok, claro. – deixei lá e deslizei para o banco do passageiro do carro da Taís. — Eu gosto de sair com você também.

— Especialmente se você estiver se preparando para o seu encontro quente, – seu tom virou provocador quando ela me enviou uma piscadela. Quando o carro ganhou vida embaixo de mim, balancei a cabeça e revirei os olhos.

— Já te disse que não é um encontro...

— O que é um encontro, mamãe? – a Daniele chamou da parte de trás do carro.

Suspirei alto e me preparei para responder a essa pergunta enquanto me virava no assento para prender o cinto de segurança. — Um encontro é quando duas pessoas saem para se conhecer um pouco melhor. Para ver se eles gostam um do outro.

— Como namorado e namorada? – parecia que minha filha sabia mais sobre o mundo do que eu imaginava.

— Suponho que sim.

— Então, você tem um namorado?

Eu me encolhi; isso não era algo que eu esperava falar há muito tempo. Eu queria manter o assunto de romance longe da Daniele até que toda a confusão com o pai dela terminasse, mas parecia que eu não tinha escolha no assunto.

— Não, não tenho namorado, – respondi com firmeza enquanto lançava um olhar para a Taís. — A tia Taís só está brincando. Ela está falando sobre o jantar que vamos ter amanhã à noite.

— Com seu chefe?

— Sim. – eu concordei. — Está certo. É só meu chefe, nada mais.

Daniele parou por um momento, e sua expressão se contraiu. Eu me perguntei o que estava acontecendo dentro de sua mente. Muitas vezes desejei poder entrar em seu cérebro para saber o que a incomodava e o que ela mais amava. Eu a conhecia bem, estive com ela durante toda a sua vida, mas seus pensamentos eram dela, e eu queria saber mais.

Então ela falou. — Eu ainda posso conseguir um vestido de princesa? Mesmo que não seja um encontro.

Eu ri alto e com gratidão. Pelo menos ela não estava desesperadamente em pânico porque nossas vidas estavam prestes a passar por uma grande reviravolta enquanto eu convidava um homem para nossa casa. Isso teria causado inúmeras perguntas mais desafiadoras. — Sim, é claro que você pode.

Mãe Solteira do Meu BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora