Capítulo 36

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EVELYN

SEXTA-FEIRA

O derrotismo passou por mim quando cheguei ao escritório do Rodrigo, desta vez sozinha. Eu não queria mais ninguém envolvido nessa bagunça nunca mais. Não importava mais como eu olhava para isso: eu estava totalmente ferrada. Mateus arrancaria tudo o que pudesse de mim e destruiria minha reputação fazendo isso. Eu não tinha energia para continuar lutando esta batalha. Eu estava preparada para fazer o que fosse necessário para manter Daniele em minha vida. Mesmo se eu odiasse, eu faria tudo o que pudesse para estar com ela.

— Bom dia. – a rececionista de aparência perfeita passou os olhos por mim. Eu poderia dizer pelo seu olhar crítico que eu parecia um inferno, mas não tinha mais energia para me importar. Eu tentei, mas foi uma manhã estressante. Se eu não atingisse o padrão, seria muito difícil. — Por favor, sente-se.

Fiz o que me foi dito e peguei uma revista para folhear. Habitualmente, eu estava muito ansiosa para ler qualquer coisa, mas hoje, eu precisava de distração. Eu estava um pouco mais calma agora que havia aceitado meu destino. Eu não li nada realmente; eu apenas deixei as cores brilhantes passarem pela minha visão enquanto batia com o dedo do pé.

— Evelyn? – finalmente, a voz de Rodrigo chamou minha atenção. — Posso ver você dentro do meu escritório, por favor?

— Claro. – eu me levantei, percebendo que minhas pernas estavam um pouco bambas. Talvez eu estivesse mais ansiosa do que gostaria de admitir. — Vamos.

O escritório de Rodrigo era muito familiar para mim agora. Talvez não tão familiar quanto o escritório do advogado de divórcio, mas ruim o suficiente. Sua grande escrivaninha de mogno tinha um cheiro familiar, eu quase poderia nomear todos os livros na estante atrás dele, mesmo se eles fossem livros de litígio entediantes, e a luz da mesa fosse tão familiar que quase poderia ser uma das minhas.

— Como você está se sentindo? – Rodrigo me perguntou em um tom gentil. Eu poderia dizer que era um que ele usava em situações que ele achava necessárias, mas era certamente bom.

Lágrimas se acumularam em meus olhos, mas eu não as deixei sair. Eu estava determinada a não chorar mais por aquele idiota. Especialmente quando eu não sabia exatamente o que iria acontecer ainda.

— Eu não sei. Quer dizer, quanto mais eu penso sobre isso, mais eu percebo que não há nenhuma saída. Eu decididamente não quero voltar para Mateus, mas também não quero que Daniele tenha de morar com ele sozinha. Eu continuo pensando que o vídeo não importa muito, não no grande esquema das coisas. – ainda o fazia, muito, mas não mais do que Daniele. — Então, se ele decidir liberá-lo, que assim seja. Não posso discutir com ele para sempre.

— Ah. – Rodrigo me olhou com curiosidade, como se não tivesse entendido muito bem o que acabei de dizer. Eu entendi que ele talvez não queria que eu cedesse tão facilmente, mas eu estava pensando nisso sem parar. O que fosse necessário para manter Daniele comigo, eu o faria. — Espere um momento.

Ele pegou seu telefone e saiu do escritório com pressa, me deixando sozinha e muito confusa. Esfreguei minhas palmas suadas na lateral das minhas calças jeans e tentei sentar pacientemente enquanto esperava Rodrigo voltar. Eu não tinha certeza do que o fez sair com tanta pressa, mas tentei não pensar muito nisso.

Provavelmente só uma pausa para ir ao banheiro... Nada a ver com o caso. Eu realmente não acho que isso seja algo com que eu deva me preocupar.

Mas não consegui me conter por muito tempo. Meus pés coçavam e estavam impacientes, então pulei para cima e fui até sua estante. Corri meus dedos ao longo da lombada das capas duras, me perguntando se isso era uma leitura que Rodrigo fazia para se entreter ou se era apenas uma coisa de trabalho. Ele tinha de amar seu trabalho para se tornar tão bom nisso. Só porque parecia complicado para mim, não significava que todos os outros sentiam o mesmo. Talvez ele gostasse de litígio.

Mãe Solteira do Meu BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora