Capítulo 15

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ALEXANDRE

QUINTA-FEIRA

— Então, chefe, – Amanda ronronou para mim enquanto enrolava o cabelo em seu dedo. — O que você acha? O primeiro mês foi um grande sucesso.

— Com certeza foi.

Eu assisti enquanto ela sentava em sua mesa. Primeiro, ela cruzou a perna esquerda sobre a direita, depois com uma lentidão deliberada descruzou as pernas, deu-me uma bela vista de sua calcinha de renda rosa e cruzou a perna direita sobre a esquerda. Meus olhos se voltaram para os dela e ela me enviou um sorriso sedutor. Mesmo com meu lema "não mergulhe a caneta na tinta da empresa", Amanda estava tornando difícil resistir.

Pelo menos, ela deveria ter sido. Eu sabia que meus hormônios deveriam estar acelerados, deveria haver uma protuberância definitiva na minha calça, mas não havia nada. Sem agitação, sem coração acelerado... nada. Eu era como uma parede de pedras, completamente alheio a ela.

Isso é por causa da Evelyn?

Eu não queria pensar muito sobre a Evelyn, especialmente porque iríamos jantar fora amanhã à noite. Obviamente, minha mãe e Daniele estariam lá, mas definitivamente havia um sentimento de encontro no ar. Desde que eu perguntei, algo mudou entre Evelyn e eu; havia mais carga no ar enquanto falávamos. Era quase como se estivéssemos construindo algo, mas eu não tinha certeza do quê.

Ou talvez eu soubesse e simplesmente não tinha certeza do que pensar sobre isso.

— Você vai sair para uma bebida comemorativa esta noite? – Amanda perguntou, passando a língua nos lábios. — Vai ser divertido. Acho que todo mundo está indo.

— Eu não posso. – eu não queria. Talvez eu devesse, para mostrar meu rosto e levantar o moral, mas se o fizesse, arrisquei pegar a Evelyn antes que ela fosse para casa. Ela costumava ficar por lá um pouco, mas recentemente ela estava saindo mais cedo. Achei que fosse para voltar para a filha, mas isso me pressionou. — Na verdade... – eu olhei para o meu relógio. — Eu tenho que ir agora.

— Oh, não. – em um acesso de desespero, Amanda agarrou minha gravata e me puxou em sua direção. Eu não queria ir, mas não tinha muita escolha no assunto. Eu cambaleei para frente e caí contra seu corpo. — Não vá ainda; acho que temos mais a discutir, não é?

— O que você quer dizer com isso? – eu mantive meu tom pedregoso e frio, e meus olhos fixos no chão. — Nós conversamos sobre tudo. Como acabei de dizer, preciso ir para casa.

— Ah, vamos, não seja assim. – ela fez beicinho, fazendo-se parecer infantil, ao invés de sexy. — Eu posso sentir o calor entre nós, e eu sei que você também pode. Não adianta mais tentar esconder. Eu quero você; você me quer. Vamos continuar com isso. Não precisa nos afetar trabalhando juntos; nem mesmo precisamos contar a ninguém.

Ela inclinou os lábios e me permitiu sentir sua respiração no meu rosto. Fechei os olhos, tentando descobrir por que não queria essa mulher que se ofereceu em um prato por mim. Parecia loucura ignorar uma oportunidade como esta completamente.

Mas não, eu simplesmente não queria.

— Amanda, não quero que as coisas se complicem entre nós. Não quero que nossa relação de trabalho se torne tensa.

— Não vai, – ela interrompeu rapidamente, mas eu não estava prestes a ceder a ela tão rapidamente.

— Estou indo para casa agora. – eu recuei e me endireitei. — Eu sugiro que esqueçamos que isso aconteceu. Você é uma gerente maravilhosa e estou extremamente satisfeito com o trabalho que está fazendo aqui. Mas é aí que termina.

Mãe Solteira do Meu BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora