Mãe Solteira do Meu Bilionário

Capítulo 10

EVELYN

SÁBADO

— Você está bem? – perguntei a Taís pelo que parecia ser a centésima vez. – Você parece estar um pouco distante.

Definitivamente havia algo de errado com a minha amiga, eu pude no momento em que ela entrou na minha casa. Nós tivemos um dia divertido planejado, fazendo compras e comendo bolo com a Daniele, tudo por minha conta, já que eu tinha um ótimo trabalho renumerado... Mas ela simplesmente não parecia interessada nisso agora, e eu não conseguia descobrir o porquê.

— Você está doente? Aconteceu alguma coisa? – eu senti que precisava arrancar isso dela antes que a Daniele estivesse vestida e pronta para sair. — Você sabe que, se houver algo que eu possa fazer, eu farei.

Ela me lançou um olhar intenso e mordeu o lábio. Eu quase podia ver os pensamentos zunindo pelo cérebro dela, mas simplesmente não conseguia lê-los. Tentei parecer tranquilizadora como se não fosse surtar com o que quer que ela estivesse lutando, mas podia me sentir vacilando. Se isso era tão grande quanto eu estava começando a suspeitar, então eu realmente precisava me preparar.

— Eu acho melhor você se sentar. – ela finalmente respondeu asperamente para mim, apenas tornando tudo pior. Olhei para a porta do quarto da Daniele, me sentindo feliz pela primeira vez na minha vida que ela demorou uma eternidade para se vestir. Assim que me sentei com as mãos firmemente unidas no colo, a Taís começou. — É sobre o Mateus.

— Mateus? – dardos gelados de medo dispararam direito no meu coração. Essa era absolutamente a última coisa no mundo que eu suspeitava que ela diria. Minha cabeça girou e eu me senti mal quando todas as lembranças que fiz o meu melhor para suprimir quando se tratou daquele homem voltaram à tona. Todo o ódio, todo o terror, todo a exaustão mental - era tudo de mim de novo. — O que tem ele?

— Eu ouvi algo... – ela mordeu o lábio novamente, parecendo estar completamente apavorada para dizer o que ela tinha que dizer a seguir. — Eu não deveria estar ouvindo, eu sei que não deveria. Sempre tento o meu melhor para manter o trabalho e a vida privada separados; você sabe disso.

— Claro que sim. – eu murmurei. Eu queria manter a calma, mas era impossível. Apenas a mera menção de seu nome fez meu dedos tremer. — Compreendo.

— Bem, ele estava em seu escritório ao telefone e, por acaso, eu estava passando... só parei porque ouvi seu nome.

— O meu nome? Por que ele está falando de mim? Eu nunca falo sobre ele. O que ele poderia ter mais a dizer sobre mim?

— Na verdade, era mais sobre a Daniele. – o mundo caiu debaixo de mim com tanta violência que eu nem tinha certeza se estava sentada direito. Eu poderia facilmente estar desmaiada no chão e não teria percebido. — Ele estava discutindo a custódia com um advogado. Ele vai tentar passar você como uma mãe incapaz, para que ele possa ter a guarda total de sua filha.

Não, não, não. Eu balancei minha cabeça violentamente. De jeito nenhum eu permitiria que isso acontecesse.

Mateus era um pai terrível, mesmo quando morávamos com ele. Ele nunca se preocupo com ela; ele estava muito ocupado trabalhando e tornando minha vida um inferno. Eu não tinha percebido na hora porque estava muito envolvida na situação tóxica em que nos encontramos, mas assim que finalmente fugi, percebi que ele nem conhecia sua filha. Ele não fez nada por ela; ele não passou tempo com ela; ele não poderia saber do que ela gostava, como ela era, quem ela era...

Não havia como permitir que ela vivesse com ele em tempo integral agora.

— Ele parece pensar que, por ter mais dinheiro do que você, será capaz de proporcionar uma vida melhor, – continuou Taís, enfiando a faca mais fundo. — Mas é claro que ele não será capaz de provar isso. Você esteve lá desde o início, certo? Isso tem que contar muito. Quer dizer, eu não sou uma juíza, mas eu sei quem eu escolheria se eu estivesse no comando - e com certeza não seria o pai que não estava por perto.