Acaso No Morro.

25

Carol 🌸

Do nada, começou uma movimentação estranha no trânsito.

Estávamos parados no sinal, quando uma moto parou do nosso lado, apontando uma arma pro motorista.

- Fica quieto.- Falou uma voz grossa.-.
E tu, desce daí.

Olhei pra aquela moto que eu já conhecia e respirei fundo, vendo um pouco da tatuagem no peito.

Carol: O que você quer? Me mandou embora, eu tô indo. Me dá licença.- Falei olhando pra frente.

Grego: Carol, saí daí agora se tu não quiser que eu atire nesse homem, na moral.

Carol: Grego, pelo amor...- Nem terminei de falar, o barulho de tiro foi alto e eu rapidamente olhei pra frente, olhando o senhor assustado e o vidro em pedaços.- Meu Deus, me desculpa moço.

Grego: Bora Carol.- Falou alto.

Desci do carro, dando a volta e montando na moto, ele guardou a arma e meteu o pé dali.

Agora eu estava com nojo tão grande dele, que seria inexplicável.

Ele parou no que denominamos de "nossa" parte da praia.

Eu desci e me afastei dele, dando as costas, mas ele segurou meu pulso.

Grego: Agora a gente vai conversar, querendo você ou não.- Falou ofegante, apertando meu pulso.

Carol: Para, o que você tem? - Tentei me soltar, olhando pra ele.

Grego: Tu não vai ficar longe de mim.- Falou alto.

Carol: Para, me solta...- Gritei, vendo ele me encarar com outro olhar.- Tá maluco? Imbecil.

Grego: Tu tá me deixando maluco, Carol.- Falou se afastando e passando a mão no cabelo.- Desculpa.

Carol: Vai toma no cu, você é maluco? Idiota! Você poderia ter machucado alguém, você que me mandou embora não foi? Vai se fuder.- Gritei a última parte, estava com raiva e precisava demonstrar isso.

Grego: Eu só não quero você no fogo, Carol.- Falou baixo.- Tá acontecendo altas tretas e eu não quero te colocar em perigo.

Carol: É uma pena.- foi tudo que eu falei, me afastando.

Grego: Foi mal, cara! Só conversa comigo de boa agora.

Carol: Primeiro você me fala várias coisas, até algumas que chegaram a me magoar, depois você atira e ameaça pessoas que nem conhecemos, aperta meu pulso e grita comigo... você acaba todos os limites e vem querer conversar numa boa? Só agora?

Grego: Quero.- Falou sonso.

Carol: Quem não quer mais nada com você sou eu, Bernardo.

Grego: Tu vai me escutar.- Falou respirando fundo.- Foi mal pelo o que eu fiz hoje, mas eu tô tentando te proteger.

Carol: E quem vai me proteger de você? - Falei, vendo o impacto que isso tinha causado, pois ele de um passo pra trás, me olhando.

Grego: Eu tô ligado, Carol. Mas preciso de mais uma chance.

Carol: Você quebra tudo, entendeu? Você agora me mostrou ser bastante impulsivo e descontrolado, será mesmo que dá pra confiar em uma pessoa assim?

Grego: Me diz você.- Olhei pra ele.- Eu te avisei, tá ligada não? Te falei de tudo, da forma que eu mudo e tu disse o que? Que aceitava.

Carol: Eu também disse que no primeiro vacilo eu pulava fora.- Sorri falsa.

Grego: E eu tô te pedindo, depois de mil acertos, dois erros vão apagar a parte boa? - Falou tentando segurar meu rosto.

Carol: Não é questão de acerto nem erro, é que você pode me fazer mal, entendeu? Eu não sou mais sozinha nesse mundo, Bernardo. Eu tenho alguém que precisa de mim e eu preciso proteger.

Grego: E eu quero proteger vocês.- Falou sentando do meu lado.- Só mais uma tentativa.

Carol: Me leva pra casa.- Fechei os olhos, respirando fundo.

Grego: Me dá outra chance...- Falou baixo, contra minha boca.

Carol: Você vacilou comigo...- Falei abrindo os olhos, vendo nossas bocas coladas e ele me olhando.

Grego: Prometo nunca mais fazer isso.- Segurou minha nuca, roçando nos meus lábios.

Isso era demais pra mim.

Uma pessoa que me leva do céu ao inferno em um suspiro.

Ele ultrapassa meus limites e isso não é bom, nem nada romântico.

Isso pode ser tornar um erro e até mais que isso, se tornar perigoso.

Mas era o Grego, eu tentava enxergar seu lado bom. De cem coisas, 98 acertos de 2 erros.

Mais na frente, poderia dar errado? Eu iria me arrepender?

Eu esperava que não e me julgava pra acreditar que não.

Mas fechei meus olhos e deixei o beijo dele me levar...