Acaso No Morro.

39

1 mês depois...

Carol 🌸

Eu não conseguia acreditar, não tinha nem forças pra isso.

Ele não estava ali do meu lado, eu já chorava horrores, seja por conta da Júlia que vinha ao mundo ou pelo Grego, não estar comigo.

Mas em troca, Zoio estava comigo, assim como Augusto.

O que mais me dava força era o Zoio, que apertava minha mão com força me ajudando em todo momento.

Escutei o choro, era ela...

Só conseguir olhar pra frente e parecia tudo em câmera lenta. Do meu lado o Zoio sorrindo e comemorando, na minha frente uma bebê chorando.

Apenas sentir uma dor e fechei os olhos, perdendo ciência de tudo.

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Zoio 👁

O fato da Carol continuar mais um mês sem reação, me incomodava demais.

Do nada, foi do nada!

Era pra ficar tudo bem, grego iria conseguir fugir naquele dia e Carol iria apenas ser feliz.

Mas porra, tudo desandou.

Grego não conseguiu e Carol perdeu total consciência e hoje faz um mês que ela não abre os olhos.

A filha dela tá no primeiro mês de vida e ela só faz dormir.

Porra, Carol.

Novamente, eu tava com a Julinha no colo, ela só gostava de ficar comigo, com o próprio pai começa a chorar.

Zoio: Vamos fazer mágica, tá garotinha? Quando eu falar já, você acorda a mamãe...- Brinquei, enquanto balançava ela olhando pela janela.- Já...- Ela me olhou, balançando as mãos, me fazendo sorrir.

Alguém bateu na porta e eu me virei, vendo a Tatiana me olhando com os olhos arregalados.

Tatiana: Ela...ela? - Olhei pra cama, onde a Carol se mexia.- Amor, ela acordou...

Zoio: Mágica ou macumba? - Olhei pra Júlia, que sem entender colocou a língua pra fora e fechou os olhos.- Carol?

Carol: Quem...cadê ele? - Sussurou, abrindo os olhos.

Tati: Aí amiga, deixa eu te falar uma coisa? Eu sei que não é o melhor momento, mas vem cá...- Sentou do lado dela.- Tá conseguindo escutar, falar, numa boa?

Carol: Tô, só com um pouco de dor de cabeça...- Respirou fundo.- é a minha filha? - Sussurou.

Zoio: Feia igual, percebeu não? - Brinquei vendo ela sorrir fraco.- Quando a enfermeira chegar, ela te entrega, não sei se pode por conta que tu acordou agora e tal...

Tati: Tá, mas deixa eu falar...- Carol olhou pra ela e eu também.- Você tá ficando muito dependente do Grego, Carol... tudo bem, eu te entendo, você o ama, mas sua filha bem na sua frente e você pergunta por ela? Poxa ami, assim não dá...

Carol: Eu só tô com saudades dele...- Olhei pra Tatiana.

Tati: Eu sei, dói lá no fundo... mas ele não pode estar com você agora e não é porque ele não quer, mas sim porque não pode. Então olha pra tua filha nega, ela é linda! Uma hora ele vai sair e vocês vão viver isso juntos, mas agora não dá, então tenta não se desgatar tanto, você tem uma vida que mais do que nunca, depende de você.

Carol: Você não entende...

Zoio: Eu já fui preso umas quatros vezes, Carol e em quase todas, ela tava passando por alguma barra e eu não pude tá do lado pra ajudar... Eu te amo mermo, mas tu tá ficando muito dependente do Grego, é meu irmão mas ele não quer assim, ele quer tu vivendo a vida dele e quando ele chegar, juntar as duas vidas e pô, ser feliz.

Ela ficou calada e a enfermeira entrou. Tati deu um beijo na testa dela e veio pro meu lado, enquanto a enfermeira pegava a Jú com cuidado pra colocar nos braços da Carol.

Zoio: Cadê nosso menor? - Perguntei abraçando ela de lado.

Tati: Tá na sua mãe, Vini.- Assenti, beijando a cabeça dela.

Já tínhamos voltado e dava em nada. O amor bateu e venceu né pô.

Olhei pra Carol que tava tremendo de tanto chorar, segurando a Júlia.

Era uma barra pra ela, mas ela não tava sozinha e sabia disso.

Ela veio pro Brasil justamente pra isso, por parto ser rodeado de pessoas que se importam e amam ela...

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