Acaso No Morro.

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Grego ⚡

Com a Carol é só neurose. Sempre gritei, mandei pra puta que pariu e ninguém nunca tinha reclamado.

Mas a filha da puta insiste em ficar bolada parceiro, papo reto.

Minha vontade era de jogar tudo pra cima e foda-se.

Tava faltando pouco pra eu botar fé nisso.

Mas por hoje eu ia deixar tudo na paz, não ia mais atrás nem ia brigar.

Tava na missão mesmo, o papo foi de última hora, o mano tava precisando e quando eu ia ligar, já tinham avisado que ela tava esperando pra subir.

É foda pra mim as vezes admitir que ela tá certa.

Galeto: Tudo maneiro? - Balancei a cabeça.- Tá tendo resenha lá na Emily, tua dona tá lá.

Eu nem tinha deixado ela em casa. Ela saiu na frente sem nem tchum, eu também não fui atrás, ela disse que queria fica sozinha eu ia fazer o que?

Tomei banho, joguei uma roupa no corpo e desci pra Emily.

Já tinha muita gente lá e minha primeira visão foi o Bode conversando com a Carol, que não dava muita atenção e soltava uns sorrisinhos falsos.

Ela não tinha nem visto que eu cheguei, até a Flávia correr pra cima de mim bêbada.

Flávia: Acha que não vinha mais.- Falou embolada, quase caindo no chão.

Grego: Teu cu, Flávia...- Falei rindo e coloquei ela sentada no chão, que riu e abriu os braços.

Tava bêbada e drogada, na certa.

Bode: E aí, patrão.- Olhei pra ele, fazendo toque.

Grego: Tá pagando de bobo aí.- Ri de lado, olhando pra Carol que me olhou com deboche.

Acho que ninguém do morro sabia que a gente namorava.

Nunca postei foto com o rosto dela pra todo mundo ver e poucas vezes a gente fica de rolê.

Eu não ia bater cabeça com o aliado, ele não tinha culpa por não saber.

Bode: Por que? Tu acha? - Riu.

Carol: Se eu acho, imagine os outros...- Revirou os olhos.

Grego: Ela é a minha mulher, irmão.- Ele abriu maior olhão, se levantando.

Bode: Desculpa cara, não sabia não... não me mata não pô, eu nem encostei nela.- Falou levantando as mãos em rendição e eu ri.

Grego: Relaxa, tô na fé contigo.- Ele respirou fundo e se afastou.

Carol: Entendi a sua missão..- Falou seca e eu sentei do lado dela.

Grego: Eu realmente fui pra missão, te falei que era jogo rápido. Ia pra casa mas o galeto falou que você tava aqui.

Carol: Uhm...- Falou tomando refrigerante.

Grego: Eu sei que é foda, mas eu falei pra mim que nem ia atrás de tu há uns 5 minutos atrás, já tô aqui de novo, tá vendo o que tu faz?

Carol: Tua consciência dizendo pra tu parar de fugir da nossa conversa.

Grego: A gente não pode passar por cima disso agora? Cara, ninguém aqui nem sabe que tu é minha, tô afim de assumir pra geral ficar ciente logo...

Carol: Por que não conversar no lugar de passar por cima, para que as brigas não venham mais a acontecer, ein Bernardo?

Grego: Você quer que eu fale o que, cara? Me diz.

Carol: O que você sente, o que você acha em relação a tudo isso que está acontecendo entre nós, por favor...- Respirou fundo.

Grego: Eu acho que estou errado. Mas eu sou acostumado a viver assim, fazer o que eu quero, com quem eu quero, mas você fode com tudo. Você muda todos os meus planos e muda minha mente também.

Carol: Mas tu acha que tem o direito se ficar errando sempre comigo? Poxa, isso me deixa triste demais em saber que só eu me esforço pra deixar tudo bem.

Grego: Eu também faço altas paradas por ti, nem vem.

Carol: Eu sei, mas preciso falar as vezes que eu te falei um não e você fechou a cara antes mesmo de eu explicar? Ou a falta de paciência pra entender o meu lado também?

Grego: Perdão de verdade, tu é muito importante pra mim...

Carol: Você também é, mas eu tenho medo do nosso relacionamento se perder com o tempo.

Grego: Eu vou começar a tentar ser melhor, por nós...

Carol: Não vamos deixar tudo cair na rotina, sério.- Sorriu de lado.

Grego: Te prometo que não.- Beijei a testa dela e ela sorriu, me convidando pra um beijo.

Segurei o queixo dela e ela colocou a mão por cima da minha, fazendo carinho.

Queria dizer que era fácil conquistar a confiança e o perdão da Carol de volta, mas ô porra difícil de se conseguir!