Primeira noite.

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-Tô falando... isso não vai prestar.
-Tem certeza que quer arrumar essa merda toda sozinho? Eu te ajudo, diferente do Neymar ali... Eu não tenho absolutamente nada pra fazer no sábado, as vezes fico até sozinho.
-Agradeço, Juliano... Mas pode deixar que eu dou conta, não farei nada sozinho.
-Ta bom então... Nos vemos na segunda. Bom descanso.
-Pra vocês dois também.

Jeffrey pode ser bem organizado pra algumas coisas, mas local de trabalho não é uma delas. Simplesmente sua bagunça, é sua organização, daquele jeito ele conhece todo o local e onde fica cada cabo e parafuso, Por esse motivo ele não quis arrumar. Ao invés disso, como era sexta feira e o relógio marcava as 20, ele resolveu pegar seu computador, passar no mercado e encaminhar uma comida para ele, Diana e Pedro. Ele só não sabia que ao chegar lá...

-Mas o que? Ele dormiu Dih?
-Fala baixo seu ogro, vai acordar ele, Pedro é só uma criança... Precisa de uma boa noite de sono, ainda está em fase de crescimento.
-Vocês comeram ao menos?
-Tinha uns pedaços de pizza na geladeira, ele comeu uma e eu outra.
-Trapaceira, eu encontrei com o motoboy do ifome no portão do condomínio e deu pra receber em mãos, bom... É Yakisoba, eu estou varado de fome... Vou comer na cozinha. Me acompanha?
-Seu fodido eu acabei de furar minha dieta e estou prestes a furar de novo por conta de um macarrãozinho com legumes que leva fama de ser japonês.
-Deixa de ser fresca menina.

Jeffrey se dirigiu a geladeira para pegar um refrigerante enquanto Diana se acomodava no sofá esperando com os copos, e já em meio a refeição, Jeff dispara:

-Ele não tem nada sabia?
-É, eu li as noticias...
-É tão inocente, encontrei ele no semáforo quando vi aqueles olhos percebi que tinha que fazer algo a respeito.
-Mas você não pode simplesmente ignorar o fato que o menino tem 2 famílias. Tanto a da mãe quanto do pai.
-Realmente, mas eu não posso fazer isso. Não mais.
-Hum como assim? -diz Diana com a boca cheia com os olhos arregalados olhando para o amigo-.
-Eu sei lá, tem alguma coisa nele que me deixa sossegado, acho que a inocência.
-Você não era assim. Mudou, posso saber o motivo da mudança ao menos?
-Ah... -Jeff se ajeita na cadeira e começa a cutucar o macarrão com o Hashi sem interesse na comida- a gente cansa, chega uma hora que você não sabe mais como agir.
-Pera aí, você não estava cogitando...
-Sim.
-Puta merda Jeff, Não acredito.
-Eu até estava procurando uns números pra ligar e encomendar umas pilulas.
-Pau no seu cu. Não acredito que tu ia mesmo...
-Eu ia, mas o moleque me tirou dessa, eu tenho um propósito agora. Quero deixar tudo meu pra ele, quero que ele cresça e seja uma pessoa boa que tenha dinheiro mas não precisa dele pra ser feliz.
-Sabe... você daria um ótimo pai se não fosse tão atarefado -Diana diz se levantando e pegando sua blusa na cadeira- ele é um garoto bom, não tire e inocência dele de forma escrota, esse é uma vacilo que você não pode dar.
-Não vou. Relaxa, deixa que eu te acompanho até a porta, Quer que eu chame um Uber?
-Já fiz isso enquanto você ia pra cozinha, inclusive ele acabou de me notificar dizendo que chegou. Beijinhos cabeção, não faz merda viu?!
-Humf, pode deixar haha, ah e mais uma coisa... -diz Jeff abrindo a porta enorme de madeira da sua sala- Onde o colocou pra dormir?
-No quarto de hóspedes. Ah e mais uma coisinha, eu apresentei alguns de seus "amigos" pra ele naquele seu álbum doentio da amizade, e tenho que dizer que ele achou alguns interessantes.
-Espero que não seja o Eric pelo amor de Jeová, pode ser todos menos ele.
-Aí amigo, queria te dar outra notícia mas acho que você vai ter problemas com o Eric e o Pedro, os olhos do menino até brilharam.
-Merda... vou tirar aquela foto de lá e fingir que nada aconteceu

De repente, algumas buzinas foram muito bem escutadas do lado de fora. O motorista da Diana a esperava impaciente devido a hora, foi quando ela resolveu correr. Após um beijo de despedida e a sua saída da casa, Jeff foi depressa para o banho. Já que Pedro dormia, ele não teria problema em tomar com a porta meio aberta. Jeff foi ao sei quarto pegou sua blusa branca de dormir e um short fino verde de cetim que seu avô usava e que ficou para ele.
Ao entrar no banheiro, Jeff tira toda a sua roupa deixando seu belo corpo à mercê da água quente que tirava todo stress e tensão de seus ombros. Ao começar a lavar os cabelos ele escuta o ranger da porta abrindo. Numa fração de segundos ele se apavora por pensar que não tem ninguém naquela casa além dele, logo a porta não teria motivos para abrir do nada, e então ele lembra que tinha visita e para evitar o contato, resolve permanecer com a cabeça para cima e ensaboando seu corpo peludo até terminar seu banho. Lentamente ele espera todo o sabão de seu corpo ser levado pela agua, e com a maior calma do mundo, gira a chave do chuveiro para fechá-lo e decide abrir os olhos. Pedro estava paralisado, de boca aberta, Jeff, que olha fixamente também para o garoto, abre o box de vidro, se seca rapidamente e veste seu short, mandando Pedro sair do banheiro, ir para seu quarto e esperar por ele.

Urso MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora