Desagradavelmente... Deplorante

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-Bacon... Ok, Lombo... Ok.
-Mas olha só quem resolveu aparecer, nessa manhã de sábado maravilhosa.
-E essa voz não é nada maravilhosa se é que me entende. -Jeff continua olhando a prateleira e não faz contato visual com o homem atrás dele-
você deveria terminar suas compras, seu namorado deve estar te esperando no caixa pra pagar sua conta - Abaixa a cabeça e risca o bacon da lista, seguindo para os pacotes de arroz, ainda sem contato visual com o homem-
-Hum... ok, pensei em ter uma conversa civilizada com você. Não conversamos desde o término. Preciso esclarecer algumas questões contigo.
-Tudo foi esclarecido quando você resolveu me deixar.
-E eu admito que foi um erro.
-Quando perdemos tudo, damos valor ao que tínhamos não é?
-Não vai nem olhar pra mim ao menos?
-Porque deveria? Jurei que não olharia pra essa sua fuça de novo! -Jeff pega um pacote de arroz e joga de qualquer jeito no carrinho de compras-
-É, faz bem! Nunca estive pior.
-Como ass...-No momento que Jeff se vira, assusta com o ser em sua frente. cortes, hematomas, cicatrizes perto do supercílio e cabelo grande para esconder as marcas de estrangulamento em seu pescoço.
-Eu achei que fosse ter essa reação. Estou péssimo né?
-Não acredito que ele fez isso com você.
-As vezes a gente erra. É humano.
-Mas permanecer no erro, é burrice. Caralho, olha pra você, todo fodido. Aposto que deve estar sentindo saudades das minhas "pancadas"
-Como eu queria que fosse a sua mão ao invés da dele no meu corpo.
-Minhas mão não vão mais acariciar seu corpo mais, mas nada impede que outra mão possa aproveitar desse prazer que eu não tenho e nem quero ter nunca mais, esse tipo de diversão já me cansou.
-Não posso.
-Pode sim, escuta aqui... Você enquanto estava comigo nunca deixou eu bater nem no sexo ou muito menos em outra situação... parece que você gostou de apanhar, é o que parece, sinceramente.
-E você está certo... Eu gosto de sentir a dor pulsando no meu corpo, algumas marcas dessas eu mesmo fiz sem a ajuda dele, na verdade, eu peço pra ele me bater mais forte e ele simplesmente continua sem alterar... Isso me deixa com raiva, e quando acabamos com o sexo, me sinto como se não tivesse satisfeito, sempre quero mais.
-Você perdeu o controle de sí, Samuel... Que pena, adora a dor mas usa cabelo grande pra esconder as marcas que você mesmo adora faze-las em seu corpo. Na verdade sei que terminou faz anos, seu relacionamento não durou nem um ano e já tinha largado. Bom, agora, eu preciso terminar minas compras, tenho criança em casa e não posso deixa-la sozinha por muito tempo, se é que me entende.
-Pera aí, criança? Tu casou e teve ou adotou, na verdade é uma mulher... Conta isso direito que eu estou perdido Jeff,
-O que eu faço, não diz mais respeito a você, só mencionei o garoto pra cortar nosso papo, mas vejo que insiste em tentar continua-lo, então aqui eu fecho a janela pra qualquer resposta sua.
-Numa coisa dá pra perceber. Você continua o mesmo!
-E você está tão diferente Samuel, felizmente agora que você apareceu, o tesãozinho que eu tinha por ti, abaixou de 1% para 0. Agora você morreu pra mim, de verdade!
Eu tinha outras coisas pra fazer que ficar conversando com ex namorado sadomasoquista, agora eu simplesmente tenho um ''filho'' na verdade eu sei que não é nada disso mas eu gosto muito dele e quero que realmente ele tenha o que fazer, comer, viver, sentir. De longe, outra pessoa nunca vai conseguir proporcionar isso melhor que eu. Uma pena que ninguém é capaz de entender o que eu estou fazendo por ele, fora que a Dih me disse que ele achou uns amigos meus, bonitos. Compartilhamos dos mesmos gostos, digo, se é isso que eu realmente estou pensando.
-Proximo!
-Juliana?
-Jeffrey! Quanto tempo.
-Nossa, é mesmo, já fazem quantos anos mesmo?
-Mais de 10 com certeza, e então, o que você tem feito?
-Nada de muito...
-É, quer ir jantar? Digo, como amigos?
-Não tenho segundas intenções, vi sua aliança.
-Não, mesmo, não tem problema, na verdade eu já devia ter tirado isso faz tempo.
-Ô babaca, a fila anda, passa suas compras logo antes que anoiteça. -gritou o cara atrás do meu carrinho impaciente-
-Olha aqui seu espalhafatoso, cala a sua boca, se eu quiser posso comprar a porra desse hipermercado inteiro, acho que não sabe quem eu sou... Provavelmente você anda com um desses no bolso. -Jeff tira um de seus celulares- sabe quem fez isso? A minha empresa. Nunca mais grite comigo ou vai receber tantos processos que vai morar na rua seu impaciente. -o homem vai para outro caixa bem longe de Jeff com os olhos arregalados, ele não esperava essa reação vinda dele-
-Você continua cabeça quente como sempre...
-Acredite ou não, eu melhorei.
-Não parece.
-Deixa eu te convencer, reforçando... Só entre amigos, nada mais.
Por um minuto Jeff se esqueceu de Pedro, mas eu lembrar das roupas infantis que havia no seu carrinho ele se lembrou do real motivo de estar ali.
-Ah, que tal dia...
-Sobre isso, esquece, eu tava meio empolgado de te ver.
-Mas o que foi isso? Primeiro aceita o convite pra gente pra sair e depois fala que não quer... Que palhaçada é essa?
-Depois eu que sou o nervosinho...
-Não é hora pra uma merda dessas Jeff, acha que eu sou brinquedo? Que você pode chegar e aceitar pra sair e depois cagar tudo? Sai fora, a gente não é mais adolescente.
sua compra deu R$ 1.553,90
-Cartão por favor.
-Senha...
-Desculpe por isso, eu me empolguei de verdade, não sei se você viu as roupas mas agora tenho uma responsabilidade muito importante.
-Não me importo, pode por favor se dirigir para um outro caixa da proxima vez? Não vou aguentar passar por isso de novo.
-Desculpa mesmo Juliana...

Que merda, primeiro aquela merda vem me importunar e agora uma ex namorada de merda vem me encher a paciência.

Urso MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora