Visita a cidade das cachoeiras

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-Pode me passar a manteiga?
-Mas vai ficar forte o seu prato, e você das duas uma, ou não vai comer, ou vai comer e passar mal.
-Ah, eu aguento...
-Vamos fazer o seguinte, faça do jeito que quiser mas você vai comer tudo mesmo se tiver forte, afinal não podemos desperdiçar comida... O que acha? -diz Jeff desconfiado do tanto de manteiga que Pedro quer colocar em seu prato-
-Eu acho que está bom de manteiga hihihi.
-Então Pedrinho, eu estava pensando em sair um pouco de casa hoje, ir visitar uma cidadezinha vizinha que é tão humilde que nem televisão e nem internet eles tem. Mal mal um sinalzinho de celular.
-Sério? Eu ia adorar sair um pouco daqui, não estou aguentando mais ficar assistindo televisão sem poder andar de bicicleta ou tomar um sol...
-Hahaha mesmo que isso signifique ver aquele álbum todo depois?
-Sim, eu tô querendo sair daqui, ver pessoas, correr, a Dih não me deixa nem ir lá no gramado, ela fala que você surtaria se descobrisse que eu sai.
-E ela tá certa, se fosse qualquer outra pessoa, teria dito sim, de tão insistente que você é, mas, a Diana é mãe de 4 meninos, então ela sabe bem como controlar qualquer um que apareça em sua frente.
Prontinho, manteiga derretida, almoço pronto, vamos comer?
-Uhum. -Pedro acena com a cabeça positivamente-.
Pedro realmente havia colocado uma quantidade boa de manteiga, colocar mais significaria passar mal na certa. Enquanto Jeff Lavava a louça após o almoço, Pedro começou a questionar o porque de Jeff está sendo tão legal. É uma coisa que ele já tinha falado anteriormente, querer cuidar de Pedro como se fosse seu filho, mas por que? Dó, Pena? Na verdade Pedro estava adorando a companhia de Jeff mas ao mesmo tempo que ele queria ficar, também estava querendo sair e descobrir o mundo. E agora uma parede maior ainda estava a sua frente. Ou ele encararia as consequências de ficar entocado em casa com o Jeffate seus 18 anos e tentaria uma nova vida com ele, ou voltava para a sua família biológica que estava procurando loucamente por ele. Qualquer uma das opções que ele escolhesse, alguém se machucaria, Ele ou Jeff. Quase as 14h daquele dia, Jeff havia terminado todo o preparativo para a pequena saída de casa que eles dariam. Pegou Band-aid, frutas, roupas extras, toalhas, seu modem portátil da Stars e seu computador caso precisasse utilizar emergencialmente para alguma coisa. Com o Modem portátil, ele teria acesso à internet mesmo naquele lugarzinho tão afastado, um pequeno presente que Eric deixou em sua bolsa antes dele ir. Todo o estudo sobre conectividade por satélite e internet também, dessa forma Jeff montou seu modem portátill que rendeu Alguns milhões para sua companhia, fora a patente do modelo, que rendeu mais uma quantia considerável.
-Uhum, tudinho que precisamos está aqui, junto com minha carteira e meu celular, espero que nem precise usá-lo.
-Tem certeza que está tudo bem sairmos?
-Claro, estou cuidando de todos os detalhes pra que tudo saia certinho e a gente não tenha imprevistos.
-Eu preciso levar alguma coisa?
-Nah... Só sua vontade de nadar, neste calor aquela cachoeira com certeza vai nos refrescar.
-Então vamos?
-Bora. Opa, quase esqueci. Trixie, ative o protocolo de segurança Soon.
-Claro Jeff, gostaria que eu deixasse meus sensores ativados para sua chegada?
-Não será necessário.
-Boa viagem!
-Obrigado.-Pedro sem entender nada, olhou para Jeff confuso-
-O que foi isso?
-Minha assistente de casa, antes de você chegar eu fazia tudo com a voz -diz Jeff e caminhando Pedro para a garagem- eu a projetei do zero com algumas tarefas básicas de segurança e ativação pelo meu timbre de voz, assim só eu consigo controlá-la.
-Nossa que loucura, e o que é o Protocolo Soon?
-É meu protocolo de viagens rápidas. Se alguém tentar entrar em casa, ela liga para a polícia sem alarmes e pede uma abordagem silenciosa, quando os meliantes perceberem, serão pegos em flagrante.
-É você fez isso tudo sozinho? -Diz Pedro colocando o cinto de segurança-
-Sim, no começo foi bem complicado escrever todas as linhas de comando, mas depois fui pegando o jeito e coloquei até umas frases suavizadas.
-Entendi, e esse som aqui? A gente pode escutar alguma coisa?
-Mas é claro, montei uma playlist especial pra você. Como assistiu muita coisa na Crunchroll, fiz uma seleção com as músicas das aberturas e encerramentos que você tava vendo.
-Sério?
-É, e começando por... Kimetsu no Yaiba.

-Ah é por isso que eu te amo seu branquelo...
-Er... Eu sabia que... Você ia gostar haha, mudando um pouco de assunto, você sabe nadar?
-Sei sim, quer dizer, sei não afundar, mas nadar estou um pouco distante.
-Vou te ensinar quando chegar lá.
-Mal posso esperar.
Pedro estava animado, Jeff também, embora aquela confissão do menino tenha se dado devido a empolgação da playlist, para o resto do percurso, Jeff ficou repetindo aquelas inocentes palavras que emanaram da boca de Pedro. Passando por estradas de terra, longos trechos em declive e algumas curvas acentuadas, os dois chegam ao destino.
-Então moleque, é aqui. Tábua Reta, a cidade das cachoeiras, quando eu queria um tempo pra pensar e colocar tudo no lugar na minha adolescência conturbada, eu subia no ônibus pra cá, tinha uma linha direta, centro/TR que demorava uma hora pra chegar, e as vezes eu passava a noite aqui pra tentar amenizar tudo que eu tava sofrendo, e olha, sempre quando eu saía me dava uma saudade. Meu amigo de infância tem uma casa aqui, ele é meio da roça, muito esperto, pega as coisas tão no ar que parece que é da cidade mesmo nunca tendo ido pra lá. Podemos passar lá antes de descermos pra cachoeira, na verdade a casa dele é no caminho.
-E como ele se chama?
-Josué, abridor de garrafa.
-Ele tem dentes grandes?
-Os maiores que eu já vi, ele consegue abrir 3 garrafas de cerveja com a boca de uma só vez de tão grande que são seus dentes.
-Hahahaha essa eu quero ver, só acredito vendo.
No caminho para a casa do Josué, Jeff soltou alguns espirros. Ele não estava acostumado a respirar ar puro, morar em cidade grande por uma boa parte da vida, fez seus pulmões desacostumar com o ar limpo do campo.
-Bom, eu acho que é aqui... Se não me falha a memória, é está a casa dele.
-Posso tocar?
-Claro!
Após alguns segundos, uma linda mulher abre a porta, usando uma camiseta justa que deixava a curva do seu corpo magro perfeito para aquele tipo de roupa, em um short azul mediano e sandálias pretas.
-Pois não?
-Ah, eu estou procurando pelo Josué, ele ainda mora nesta casa?
-E quem quer saber?
-Sou Jeffrey. Muito prazer, e este é... meu filho Pedro, estávamos indo para as cachoeiras e pensei em apresentar meu amigo para o Pedro conhecê-lo.
-Só um momento que vou chamá-lo, ele está lá embaixo na horta.
-Quem é? -Pergunta Pedro a Jeff quando a moça se vira-
-Eu sei lá, achei que ele morasse sozinho, só sei que ela é areia demais pro caminhão dele.
-Achei ela normal.
-Garoto, não se acha uma mulher dessas facil, ou ele ganhou na loteria, ou simplesmente o tempo fez ele virar um cara digno de filme de hollywood.
Dito e feito, quando Josué aprece, Jeff e Pedro ficam boquiabertos, Ele era maravilhoso. Sem camisa, suado, moreno do trabalho da horta no sol, Josué aparece, peludo, barbudo na medida da barba de Jeff e com uma barriga um pouco gordinha, tão perfeito que Jeff o respondeu só na segunda chamada.
-Jeffrey?... Jeff, é você?
-Ah, é sou eu sim, e você quem é, eu pensei que tinha chamado Josué abridor de garrafa e não um ator de tv.
-É, o tempo me fez bem, resolvi substituir aquelas aberracoes na minha boca e coloquei alguns mais bonitos, ganhei dinheiro vendendo minhas verduras e legumes da horta, tanto que consegui comprar outra casa e estou pensando e mudar pra cidade a o que vem com a Marília.
-Aquela gostosa ali é sua esposa?
-Sempre foi, desde quando éramos adolescentes e você preferia rola, eu procurava... Você sabe. -ele fez um gesto com as mãos para acariciar a vagina na hora do sexo-
-Pega leve. Trouxe meu filho,
-Tu casou? Cadê ela? Pensei que tu curtia rola e tals, foi até pro exterior.
-Da pra parar de falar que eu curto rola na frente dele? É meio desnecessário.
-Mas a gente sabe que é verdade pai! -Diz Pedro com um sorriso malicioso-
-Muito obrigado, olha... Eu vim aqui apresentá-lo, apresentações feitas. estamos indo para as cachoeiras.
-Mas já? Entra um pouco, deve estar um calorão aí fora.
-Se vamos pra cachoeira, vamos refrescar seu lesado, Nunca foi inteligente, Por isso nunca saiu dessa merda de cidade, enfim. Vamos lá Pedro.
-Beleza, então tá, Tchau Josué.
-Até a próxima moleque, vê se não fica curtindo rola que nem teu pai, ele vai ter que me contar depois como teve você, que eu saiba, homem não engravida.
-Meu Deus, depois dessa, serei obrigado a me retirar.

Urso MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora