Amizade traíra.

481 35 7
                                    




-Bom, chegamos, Lar doce l....

-Prisão. Qual será a atividade brilhante que o incrível e divertido Jeffrey vai inventar agora? Matemática? Geografia? Palavras que eu nunca vou usar? Irrra, belo programa -Pedro diz saindo do carro, pegando as malas e batendo a porta-

-Ei, o que foi isso lá atrás?! Perdeu a noção?

-Igual você metendo o pé no acelerador e quase matar a gente? Digamos que seu carro vai ficar bem, é só uma porta Jeffrey, Não uma prensa hidráulica.

-Por isso mesmo, nem a prensa ia aguentar a batida que você deu contra a porta.

-Desculpe ''pai'' da próxima eu vou bater com menos força.

[Ah que inferno, estou criando um adolescente mimado cada dia que passa]

-Preciso repensar o dia de hoje, essa coisa de ensinar alguém não tá sendo muito prática ultimamente. Vou sair, arejar as ideias. Você pode ficar sozinho sem abrir a porta?

-Claro que não, vou abrir a porta pra todo o mundo que bater aqui, assim eu consigo sair desse lugar mesmo que arrastado, e não se importe em voltar cedo, nem quero ver sua cara mais hoje.

-Então tá, tem comida na geladeira, volto assim que puder. -Jeff sai e tranca a portas sem que Pedro perceba-

-Então... ainda é cedo. Vou no Jorjão, ele vai me dar atenção.

Jorjão é um dos meus melhores amigos, ele me abrigou quando voltei para o Brasil ferrado de tudo, sem dinheiro, (quase) sem dignidade e propósito, ele me deu um "lar" temporário. Pude dormir atrás dos congeladores do bar que eram quentes, assim eu não sentia frio. Fora que se a fome atacasse eu poderia pegar alguns salgadinhos desde que eu falasse o que peguei e que o compensasse depois quando eu recuperasse um pouco da vida que eu havia perdido lá fora. Pois bem, quando eu comecei a ganhar dinheiro pra valer há alguns anos atrás, eu contratei os melhores arquitetos da cidade para remodelarem o bar, fazer daquela pocilga, um dos bares mais renomados da cidade, e consegui. Com a reforma, Jorjão não perde o prêmio "Bar do ano" a sete anos. Cozinheiros profissionais, cerveja artesanal, ambiente aconchegante e de primeira com os melhores garçons que ele poderia contratar ajudaram a mantê-lo no topo por 7 anos desde que o bar reabriu da reforma. O único problema é que o local era MUITO longe de casa, 3 horas de viagem, mas a cerveja e a confidência do Jorge valiam a viagem toda a vez. Chegando no lugar já de noite, Ele faz questão de me colocar na melhor mesa no segundo piso, de frente para uma janela panorâmica ENORME com vista para os grandes prédios da cidade.

-Jeffrey, quanto tempo meu amigo! O que te trás aqui ao bar?

-Que bom te ver Jorge, estava precisando tomar uma gelada.

-Hum... É aquele seu ex de novo?

-Não, não... Resolvemos tudo, somos amigos hoje em dia.

-Espero que sim, caso o contrário, minha ideia da gordura quente naquele rostinho perfeito está de pé.

-Hahaha você não existe mesmo. Na verdade eu quero te confiar algo. Queria conversar em um lugar mais particular, mas acho que você está bem ocupado aqui hoje. Casa cheia, deve estar uma loucura na cozinha.

-Deixa disso seu maricona, pode me alugar o quanto você quiser. Podemos ir para minha casa além de querer te mostrar a reforma que fiz por dentro, estava querendo não vir trabalhar hoje, posso te usar como desculpa pra fugir um pouco.

-Sério que não vai te perturbar?

-Claro que não, vamos andando.

Na saída do bar, Jorge avisa para o caixa que ele não voltará hoje, deixando as chaves do local com ele, e instruindo a fechar tudo depois das zero horas, em seguida ele sai comigo em direção ao meu carro.

Urso MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora