Quando Adara finalmente encontrou o próprio olhar diante do seu reflexo no grande espelho, exibiu um sorriso vitorioso, empurrando as portas de bronze e arrancando algumas piscadelas apaixonadas de sua dália, que sorria tão satisfeita quanto, ainda bem humorada. Sua senhora trajava um longo vestido de seda em um tom de preto, que subia de sua barra, clareando suavemente a partir de seus joelhos, até que se tornasse um azul-marinho em sua cintura e subisse ainda mais, com cristais e pedras preciosas preenchendo o corpete junto ao busto, com um decote extremamente eficiente para prender a atenção de qualquer um.Os cabelos da princesa encontravam-se soltos em uma longa cascata negra, com uma única tiara localizada no topo de sua cabeça, embora a mesma fosse o suficiente pra atrair toda a atenção com sua delicadeza e riqueza em detalhes. O adereço era esculpido em ouro, com ametistas e quartzos em tons de rosa, que circulavam até o grande topázio azul no centro de sua coroa, seguido pelo tule que encobria os fios rebeldes. A peça fina seguia do topo da coroa até a cintura de sua portadora, com fios de ouro formando ramos de oliveira e pequenas penas de pavão em bordados extremamente precisos. Adara sentia-se.. deslumbrante. Como nunca havia se sentido em sua vida. Possuía conhecimento de sua beleza, e de como poderia utilizá-la como uma arma, embora nunca sentisse sua presença tão firme até então. Após o reencontro com Cassandra, haviam se esgueirado entre diversas passagens subterrâneas de volta até o palácio. E pelos deuses, a sensação de estar em casa novamente lhe atingira como um estalar de chibatada em suas costas. Ainda assim, seu estômago revirara com as notícias, que lhe receberam como um grande balde de água fria.
A princesa havia passado a longa noite sentada confortavelmente em uma das poltronas de seus aposentos, enquanto seu parceiro encontrava-se sentado sobre o tapete de veludo-vermelho, acariciando seus tornozelos silenciosamente, conforme Cassandra bebericava uma taça de vinho com Amin as suas costas, segurando um pergaminho antigo ao executar suas anotações em uma longa pena em suas mãos. Foi a vez de Cassandra pigarrear, finalmente encontrando seu olhar antes de concluir, mais em acusação que conclusão. - Você tem um plano. Um plano terrível e asqueroso.
No entanto, a princesa apenas sorriu, bebericando sua bebida conforme girava a taça em sua mão, completamente serena. - Quando chegar a hora, saberão o que fazer.
Foi a vez de sua corte a observar. Alguns com expressões curiosas, enquanto outros, com expressões insatisfeitas. No entanto, o encantador das sombras finalmente desviou o seu olhar até o dela, questionando através do laço. Foi quando Adara finalmente contou. Absolutamente tudo. E quando terminou, Azriel praguejou, resmungando o suficiente pra que os féericos a sua volta mantivessem distância diante das sombras que se intensificavam a sua volta. E aos poucos, um a um, eles partiram, preparando-se pra batalha que se iniciaria ao amanhecer.
Adara não havia aparecido no café da manhã. E se fosse tão sútil quanto desejara ser, ainda não haveriam notado sua presença. Lady Cassandra mantivera a expressão de exaustão e angústia, atuando tão bem, que Adara precisaria recordar-se de parabenizá-la depois. No entanto, seu parceiro vagava de um lado ao outro, impaciente. A féerica suspirou, finalmente se reerguendo dentre os lençóis e indo até o macho a sua frente, tomando seu rosto entre suas mãos e garantindo sua atenção. - O que houve?
No entanto, Azriel apenas franziu o cenho, desviando seu olhar até uma mesa em um dos cantos, decorada com um longo jarro de flores. Adara pigarreou, interrompendo sua visão e posicionando-se novamente de frente ao encantador, que suspirou em exaustão, finalmente cedendo antes de sentar-se na cama, tomando o olhar de sua parceira. - Não gosto de como isso soa. E ele tinha razão. Mas ainda assim, era um sacrifício a ser tomado, pelo seu povo. Porque eles mereciam isso, e enquanto seu miserável coração batesse, Adara não permitira que estes sofressem. A princesa se ajoelhou, levando uma das mãos de encontro as de seu parceiro antes de repousar com a cabeça em seu colo. - Preciso fazer isso. É a minha corte, o meu povo. E não importa o preço.sabe que é meu dever.
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𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑾𝒊𝒏𝒅 𝒂𝒏𝒅 𝑺𝒂𝒏𝒅
Fanfiction" Meu pai certa vez comprou e vendeu um pingente dourado com lápis-lazúli que vinha das ruínas de um reino árido no sudeste, onde os féericos governavam como deuses em meio a tamareiras oscilantes e palácios varridos pela areia. " [ Feyre Archeron...