— Vamos logo, Yeon! Não quero perder a vista. – Jaehyun gritava mais uma vez, levando mais um tapa de Yeri.
— Por que quer tanto ir atrás delas? Poderia ter ido na frente. – murmurou, passando por ambos e seguindo o caminho.
— O que ela tem? – indagou, sussurrando.
— A irmã dela irá chegar de viagem. Bem, o resto você já sabe decorado. Ei, Yeon! Me espere. – a de cabelos castanhos correu, logo parando ao lado da mais nova e passando seu braço em volta do dela. — Eu aposto que ela mudou, hum?
— Não, unnie. Ela nunca muda.
Sendo sua irmã, Yeon falava isso com toda a certeza do mundo. Ela pode ser superprotetora, querer sempre vê-la feliz, lhe dar "conselhos" mas não impõe limites a tudo isso. E o pior de tudo, seus comentários...
— Homofóbicos?! – Jaehyun aumentou seu tom de voz, ouvindo reclamações de ambas ao seu lado.
— Por que você tem sempre que falar tão alto? Aish... ela só não tem a mesma linha de pensamento que a minha. Cada um tem a sua. Mas, eu esperava que ela pudesse entender. E a única coisa que fez, foi me dizer que é uma fase... que esse sentimento é apenas uma fase. E que eu não gosto de meninas.
— Ah, ela deveria ser mais...
— Liberal? Prestativa? Compreensível? Isso e muito, muito mais mesmo. Eu a amo, mas não gosto disso nela. E nem adianta falar nada. Nunca tenho o direito de reclamar em relação a essas coisas. Ela quer sempre ter a razão por ser mais velha.
— Isso é tão errado. – o garoto coçou a nuca, reprimindo seus lábios. — Pelo menos ela não sabe que é a Tiffany. – o silêncio se instalou naquele instante. Cedo demais. — Fala sério...
Em cerca de meia hora, cada um chegou ao seu destino. Yeri e Jaehyun seguiram caminhos diferentes de Taeyeon pouco antes dela chegar em sua casa. Não estava nem um pouco preparada para o que viria agora.
Coragem, Kim Taeyeon.
— Ah! Yeon! – escutou uma voz familiar atrás de si, mas demorou um pouco para reconhecê-la.
Virou-se para a figura masculina, pendendo a cabeça levemente para o lado enquanto tentava se recordar. Não podia ser quem pensa que é; mas também, não pode ser outra pessoa.
— Yuta!! – pulou nos braços do rapaz, o abraçando fortemente. — Eu estava com tanta saudades.
— Nem fiquei fora por tanto tempo, ok? E se estivesse com toda essa saudades se lembraria do seu melhor amigo.
Nakamoto Yuta é vizinho de Taeyeon desde os seis anos de idade. Foi logo quando ela se mudou; seus pais ficaram amigos e enfim, isso resultou nessa amizade de anos. Há quase dois anos, Yuta precisou voltar para o Japão com seus pais, por negócios da família, e acabou perdendo contato com Taeyeon. Bom, o resto é história.
— Ainda não consigo acreditar que é você. É você mesmo. E... por que voltou? – a menor o soltou, com um pequeno sorriso estampado nos lábios. Podia notar sua felicidade.
— Os meus pais conseguiram uma proposta de trabalho, e bem, dessa vez é fixo. Não iremos mais nos mudar. E fico feliz em saber que você não se mudou.
— Eu nunca irei me mudar.
— Wah, e onde está o mestre?!
O sorriso da Kim sumiu. Seu brilho sumiu. "Mestre" era como chamavam o pai de Taeyeon, desde bem pequenos, por conta das coisas que eles lhes contava. Mesmo sem querer, mesmo pedindo a si mesma para ser forte, não conseguiu se controlar.
Yuta não disse mais nada, apenas se aproximou e a abraçou novamente. Yeon pedia desculpas em meio aos soluços que acabava por sair, sentia-se terrível por ter que dar uma notícia dessa forma, sem sequer falar algo.
— Você não tem culpa. Pare de se desculpar, por favor. Eu... não fazia ideia. Me desculpe.
— E nem teria como, eu sei disso. Não se desculpe também. – deu um fraco suspiro, saindo do abraço pouco a pouco e dando passos curtos para trás. — Nos vemos depois...a fera deve estar aqui dentro.
— Como você é má, Kim Taeyeon.
O garoto sorriu enquanto sua amiga ainda fechava a porta, acenando para ele até que o mesmo sumisse de vez.
Respirou fundo, se encostando na porta e passando as mãos em seu rosto. Se recomponha, não é uma boa hora para isso, não agora. Sua mente estava a mil por hora, não conseguia focar em um só pensamento. Odiava esses momentos, queria fazê-los parar de vez mas parece ser cada vez mais impossível. A porta está se fechando e seus pensamentos ficarão presos num espiral pelo resto da sua vida. Encare isso de cabeça erguida.
Após se recompor, já em seu quarto, retirou seus pertences da mochila e os colocou em seus devidos lugares. Sua mãe achava isso cansativo, já que depois ela teria de guardar tudo. Mas Taeyeon se sente mais confortável fazendo isso.
— Aonde ela está? – tentava falar o mais baixo possível.
— Na cozinha, com o Yongguk.
— Tenho mesmo que fazer isso?
— Você não pode fugir da sua irmã estando na mesma casa que ela. – a mais velha riu, ajeitando os fios de sua filha antes de deixá-la sair do quarto.
Taeyeon não tinha pressa alguma em chegar no andar de baixo, e a principio no cômodo em que encontraria sua irmã. Estava animada, por mais que não parecesse. A única questão é que: terá que ouvir o que não precisa, ou o que já sabe.
Assim que parou em frente a porta, pôs as mãos no rosto e se curvou pedindo desculpas. Como iria adivinhar que estariam se pegando na cozinha? Sua mãe acharia isso uma ofensa, e estaria certa.
— SAENG! – deixou seu noivo de lado e correu até sua irmã, a puxando para um abraço.
— Oi, Hayeon...
N/A: Deixando claro que é o nome verdadeiro da irmã dela, e ela é mais nova. Só que como a Taeyeon faz um papel mais novo aqui, troquei as idades, nada demais.
— Você cresceu tanto! Ah, seus seios finalmente estão crescendo.
— N-não... fale isso aqui.. – a Kim mais nova estava vermelha de vergonha.
— Ah, o Guk não se importa com isso. Não é, meu amor? – o rapaz balançou a cabeça concordando, sorrindo ladino.
Mas eu me importo...
— Vamos lá, eu quero saber tudo e os mínimos detalhes.
— Temos mesmo que falar sobre isso agora? Está quase na hora da janta. Podemos esperar um pouco...
— Ah, Taeyeon, não seja chata. Iremos subir para conversar. Pode ajudar minha mãe com a janta, sim?
— Claro.
— Já disse que ele é um ótimo cozinheiro? – riu baixo, saindo da cozinha com Yeon.
— Sim, já perdi a conta.
ᝢ݅🌻〪۪〫᪴᪴࣪౿໋̟࣪1099 palavras.
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𝐅𝐎𝐋𝐋𝐎𝐖𝐈𝐍𝐆 𝐁𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄.
Fanfiction" Eu a vi com outro, sim. Eu a vi falar para outro, tudo que um dia desejei que me falasse. Mas nem assim consegui sentir raiva. Ela está feliz, e apenas isso basta para mim. Mesmo que o motivo dessa felicidade não seja eu, fico feliz em saber que o...