𝐅𝐎𝐋𝐋𝐎𝐖𝐈𝐍𝐆 𝐁𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄.

Sixteen

O silêncio se fez presente após as inesperadas palavras de Tiffany. A mais nova não sabia ao certo como reagir. Seu coração pulsava tão rapidamente que podia ter um infarto agora mesmo; é tudo tão intenso que não consegue controlar. Mas precisa manter o controle da situação, mesmo sabendo que Hwang sabe da sua reação, sabe que deve estar sorrindo apaixonada e podia escutar seus suspiros. E pensava que era a única a conhecer os detalhes.

Se afastaram no mesmo segundo. Podendo ter o encontro de seus rostos em uma perfeita sincronia; seus narizes se tocaram suavemente, os lábios tão próximos que clamavam para receber o tão amado beijo. Estava tudo como num conto de fadas, igualzinho ao mundo de Taeyeon. E pedia: se for um sonho, que eu nunca mais acorde. Por favor...

Se permitia acreditar que estava sonhando acordada, mesmo sendo verdadeiro. E ainda assim, como em qualquer outro sonho, tem aquele pequeno monstro para atrapalhar.

— Ya! Yeon, você está aí, finalmente! — o japonês gritou, ainda afastado de todo aquele arredor de flores.

Ambas levaram um susto, se afastando rapidamente, respirando fundo e tentando manter a postura enquanto arrumavam seus cabelos e roupas. São péssimas em disfarçar, é notável.

Taeyeon lembrou que a câmera ainda estava ligada, e seguiu para sua posição inicial. Parou a gravação, suspirando ao desligar a câmera. Tinha provas de que não estava sonhando, e por mais bobo que possa parecer isso te deixa feliz.

— O que estavam fazendo? Eu atrapalhei?

— Uh, não, não atrapalhou. Estávamos gravando para o nosso projeto, nada demais. — deu um singelo sorriso para seu amigo, se reerguendo após guardar seus equipamentos. — O que veio fazer aqui? Sabe não pode, sim?

— Duh, é claro que sei. Pedi permissão pra vir aqui, disse que era urgente, caso de vida ou morte.

— Você consegue tudo com o seu drama. — ambos riram, e logo uma 'tosse foi escutada. — Ah... sim, essa é Tiffany. Tiffany, Yuta.

— Já ouvi falar de você. — a morena proferiu, sorrindo pela expressão confusa do garoto. — Seu amigo não é muito bem informado, não é?

— Yuta já deve saber que o Jaehyun é um dos mais desejados. E bom, parece que você entrou na lista também.

— Argh, essas listas... — revirou os olhos, murmurando. — Eu não gosto muito dessas coisas, e sinto muito para as que me desejam. Meu coração já tem dono.

— Como assim tem dono?! — Yeon arregalou os olhos, quase pulando de animação. A curiosidade bateu na sua porta, e ela abriu.

— É sobre isso que vim falar com você. A sós...

— Tudo bem, eu já entendi. Estou indo. — Hwang pegou sua bolsa. — Nos vemos por aí, Yeon.

As bochechas de Yeon ruborizaram com poucas e simples palavras. Ela conhecia aquele olhar de Hwang; de arrepiar todos os seus fios de cabelo, da cabeça aos pés. Mas não é hora para pensar nisso, foque no seu melhor amigo agora, pelo visto ele está precisando de ajuda.

— Não pense que irá fugir de me explicar sobre isso, mocinha.

— Veio aqui para falar sobre a sua paixonite, não foi?

— Ei! Não é uma paixonite. Tenho certeza de que ele é o amor da minha vida, irei me casar com ele, iremos adotar dois filhos e teremos um cachorro.

— Nakamoto Yuta, você está se retratando como um verdadeiro stalker psicopata. Ficarei com medo. — zombou, rodeando seu braço ao dele.

Começaram a caminhar pelo campus, enquanto ele explicava toda a sua situação. O garoto é seu colega de quarto, e mal se falam por ele parecer bem tímido e na dele - isso o tornou adorável aos olhos do japonês. Isso foi chamando a atenção dele a cada dia. Eles fazem aula de teatro e canto juntos, Yuta não conseguia parar de admirá-lo. Disse até que Jaehyun tentou fazer com que eles se falassem, mas Nakamoto surtou e fugiu antes que isso pudesse acontecer.

— Tudo bem, deixe-me entender. Ontem a noite ele chegou chorando no quarto? — afirmou. — E você falou com ele? — mais uma vez. — E então?

— Eu não quis comentar na hora, estaria sendo incoveniente. Mas... havia algumas marcas no corpo dele, e não foi a primeira vez que notei isso.

— Você anda espionando ele tomar banho, Yuta?!

— O que?! Não, não, claro que não! Você está ficando louca? — o garoto ficou vermelho, desesperado em negar essa suposição de sua amiga. — É que ele sempre anda se maquiando, em locais específicos, sabe? Eu acabei notando coisas demais... e agora estou preocupado. Ele pareceu apavorado ontem, e não foi a primeira vez que apareceu chorando. Ele sempre sai depois da janta, e some. Quando chega eu já estou na cama, mas nem sempre estou dormindo, posso escutá-lo chorar... eu quero ajudar ele, só não sei como.

— Você precisa da confiança dele, hum? Se aproxime, deixe claro que você estará com ele pra tudo, e eu sei que você quer mesmo isso. Em algum momento, no momento certo, ele vai saber que pode confiar em você e te contar tudo. E seja o que for, vai poder ajudá-lo da melhor forma.

— Tudo bem. Obrigado por me escutar, Yeon. Eu não sabia mais o que fazer.

— Japinha chorão. Seja forte, hum? Por você e por ele. E eu? Bom, estarei sempre com você. Sabe disso, caso contrário teria te esquecido há anos.

Ela lhe deu o melhor sorriso, e naquele momento o melhor abraço. Ambos estão passando por situações difíceis, claro que diferentes, mas irão se ajudar. Não importa se acabarem se afastando, como ficaram por anos, sua amizade nunca mudar. Estarão um para o outro sempre que for preciso, é o que amigos de verdade fazem. Estão com você independente de tudo. Lealdade.

É uma promessa.

— Espero que não seja algo muito sério. — Yeon comentou, acariciando os fios alheios.

— Eu também...

Mesmo tendo adquirido as palavras de sua amiga, Yuta sabia que era algo sério. Conseguia sentir isso, até mesmo por tudo que falou e passou a notar naquele colega de quarto tímido.

Garoto este que não falou o nome.

— A propósito, qual o nome dele?

— Ahn... eu preciso ir! — se levantou, apertando os passos para o portão que dava ao outro colégio.

— Yuta! Isso é injusto, volte aqui!

— O que? Ah, sim, eu também amo você! Tchau, até mais! — e passou o "limite", acenando para a garota do outro lado para então correr para dentro do local.

— Sacana... — murmurou, se virando e seguindo o caminho para o refeitório. Está quase na hora da janta, o sinal irá bater logo.