Twenty two

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Taeyeon On ’

Durante boa parte do filme fiquei conversando com minha mãe, explicando o que se passava; desde os meus sentimentos terem começar por Tiffany até o que aconteceu na festa. Não foi nada fácil, e eu estava com, muito, muito medo de que ela não aceitasse.

Mas suas primeiras palavras, após eu ter lhe contado tudo, foram:

" — Eu achei que nunca fosse me contar. Ah, Yeon, notei isso no instante em que essa garota pós os pés aqui pela primeira vez. Se lembra? Quando convidei o pai dela para conversamos, ela veio com ela, e seus olhos brilhavam... passou a noite toda tentando conversar com ela, mas sua timidez não deixou. Não pense que estou triste, ou com raiva disso. Ficarei feliz contanto que você seja feliz. É o suficiente para mim, só não me esconda quando estiver com problemas, mocinha. Irei te ajudar como puder, estou aqui para isso."

A sua forma de falar lembrou meu pai. Falar coisas que só ele sabia para me fazer sentir melhor; ambos sempre fizeram isso. Confesso que depois da morte dele, acabei me afastando um pouco de minha mãe... me arrependo profundamente por ter feito isso. Ela precisava de mim, mesmo que não demonstrasse tanto, e eu praticamente fugi.

A mais velha pegou no sono poucos minutos depois da nossa longa conversa, eu por outro lado continuei a assistir ao filme. Meu favorito: Interestelar.

Já passava da meia-noite quando escutei batidas na porta. Meu corpo inteiro gelou; meu subconsciente repetia diversas vezes para que eu não me movesse daqui, mas a pessoa na porta continuou a insistir e não tive outra escolha.

Respirei fundo, pegando o taco de beisebol - que pertencia a meu pai - pendurado próximo a estante de fotos e caminhei prontamente até a porta. Se for um ladrão irei bater com esse taco em sua cabeça, mas é estranho um ladrão bater na porta. Tenho quase certeza de que eles fazem isso.

— Taeyeon, abra logo, eu posso escutar seus passos deste lado.

Essa voz não me é estranha... YUTA!

Abaixei o objeto e me apressei para destrancar a porta e abrir. O japonês me olhou com sua expressão confusa ao notar o taco em minhas mãos, certeza que tentando achar uma resposta.

— O que? Achou que fosse abrir a porta para alguém, quase uma da manhã, sem proteção? — ele apenas elevou os ombros e entrou.

Fechei a porta, em seguida voltando para sala junto a ele; por fim pondo o objeto de volta ao seu devido lugar. Se aproximei de minha mãe, chamando sutilmente para que pudesse ir dormir em seu quarto. Ela assentiu, se levantando, certamente achando estranho recebermos visita a essa hora.

Assim que ela sumiu das escadas, me sentei ao sofá e desliguei a televisão. Nakamoto está insuportavelmente quieto, o que me deixou um pouco mais angustiada. É claro, estou chateada com ele e outros por terem me deixado sozinha; não irei guardar ressentimentos disso, eles não tiveram culpa do que aconteceu depois.

Senti o estofado afundar um pouco ao meu lado, indicando que ele havia se sentado. O olhei por alguns segundos, reprimindo os lábios; não precisou dizer uma palavra para que eu já estivesse num rio de lágrimas. Começando o dia super bem, Kim Taeyeon.

— Me desculpe, Yeon... não deveria ter deixado você sozinha, me desculpe. — dizia enquanto me apertava em seu abraço, apenas neguei a seu pedido.

Pelo visto ele já está a par do ocorrido.

— Não se desculpe, está bem? Você não fez nada de errado. Estávamos numa festa e você foi se divertir, tudo bem, eu deveria ter feito o mesmo.

𝐅𝐎𝐋𝐋𝐎𝐖𝐈𝐍𝐆 𝐁𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄.Onde histórias criam vida. Descubra agora