Capítulo 4

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A terça-feira estava triste, o clima no CTI estava muito pesado, uma bela menininha de oito anos tinha acabado de falecer no leito ao meu lado

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A terça-feira estava triste, o clima no CTI estava muito pesado, uma bela menininha de oito anos tinha acabado de falecer no leito ao meu lado. Ela lutava contra leucemia desde muito novinha, mas infelizmente o seu pequeno corpo não aguentou.

Seus pais foram chamados no hospital, a mãe da menina chorava enquanto o médico dava a noticia. A comoção foi geral, um pequeno anjo tinha partido, deixando muitas saudades para quem ficou.

A equipe médica estava abatida, pelo que pude entender a menina era frequente no hospital, ela era sempre sorridente, com uma luz própria. Sempre pedia para a enfermeira da noite ler alguma história para ela dormir.

Um silêncio sepulcral dominou o CTI até a hora das visitas no período da tarde. Eu estava ansiosa para saber quem viria hoje fora os meus pais, meus irmãos falaram que meus amigos e familiares estavam montando uma escala para ver quem ia vir em qual dia.

Pelo visto o meu sumiço durante os três meses afetou mais pessoas do que eu pensei. Estava perdida em meus pensamentos quando a pessoa mais cheguei chegando entrou no meu leito.

Minha melhor amiga Patrícia, uma jovem de estatura média, gordinha, com peitos muito grandes, olhos verdes sorridentes e cabelo curto loiro escuro, se encontrava a minha frente.

Não pude deixar de abrir um sorriso largo quando a vi, ela tinha esse poder, alegrar todos os lugares que ia. Minha amiga vestia um vestido florido até a altura dos joelhos e seu famoso all star, que está para fazer anos.

- Poxa! Finalmente apareceu menina e tinha que ser logo assim, o que você andou aprontando? – Ela gesticula muito e faz caras e bocas de drama.

- Oi Pat, também senti saudades! Ué, como você mesmo fala, não consigo passar um ano sem aprontar alguma coisa. – Eu sorria, seu tom de tentar dar bronca não funcionou.

Ela se aproxima da cama para me dar um beijo e um abraço bem apertado.

- Como você está Ka?

- Indo, você sabe que isso não tem cura né.

- Não começa Karina, nem me venha com esse baixo astral. Eu já te vi nas piores situações e em todas você saiu, essa não vai ser diferente.

Eu apenas sorrio, sei que essa é diferente, mas não vou preocupar minha amiga atoa, hoje é dia de fofocarmos e não de brigarmos.

- Mas me fala como está o Marcos? Vão finalmente casar?

- Que casar o que, estamos morando junto e está de bom tamanho. Ele está bem, arrumou um emprego fixo agora que paga bem mais que os freelas.

- Que bom! E você ainda está no mesmo lugar?

- Sim, mas fui promovida. – Ela faz uma dancinha com os braços quando me conta isso, o que me faz cair na gargalhada.

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