Capítulo 21

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A quatro meses atrás

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A quatro meses atrás....

Apesar de nossos esforços para esconder nosso relacionamento da  NX, eles estavam desconfiados. Essa desconfiança começou quando tive uma complicação na gravidez, Don não conseguiu se manter longe de mim, e ignorar sua preocupação com nosso bebê.

Eu estava em casa por recomendações médicas quando Donato chegou. Seu rosto estava branco, ele me deu um beijo, acariciou minha barriga e foi tomar banho.

- Bella mia precisamos conversar. – Ele se sentou na minha frente, seus olhos estavam cheios de pesares. – Eles descobriram.

Meu corpo ficou todo tenso.

- Eles descobriram sobre nós, eles sabem que o filho é meu. – Sua voz ficou embargada – Eles tiveram a coragem de ameaçar a vida dele hoje, caso não desse algum resultado para eles em um mês.

Don estava verdadeiramente assustado, nunca o tinha visto daquela forma. Peguei em suas mãos e vi que seus pulsos estavam machucados.

- O que é isso Donato?

Ele puxou rapidamente as mãos do meu toque.

- Donato o que foi isso? Foram eles?

- Eles usaram um incentivo a mais hoje, além do que só conversar.

Ele levanta a camisa e posso ver os hematomas roxos em seu peito, junto com alguns cortes que estavam com pontos. Meus olhos se enchem de lágrimas, ele passa a mão pelo meu rosto as secando.

- Nós vamos dar um jeito meu amor, eles não vão tocar no nosso bebê.

Eu tremia em seus braços, estava com medo pelas pessoas que eu amava. Aquela situação já tinha passado dos limites, um misto de raiva e medo se instauraram em mim.

- Têm mais, eles estão me pressionando para renovar meu contrato que acaba essa semana.

- Você não vai renovar, precisamos de um de nós dois fora daquele lugar, precisamos cuidar do nosso bebê! Além do mais, no ponto que está a pesquisa quem consegue dar prosseguimento sou eu, já está fora da sua alçada.

- Não vou te deixar sozinha com eles!

- Você vai, é preciso. Amanhã irei contigo para a reunião e você falará que a pesquisa está agora nas minhas mãos, que foge da sua área. Vamos dar a eles alguma coisa, para eles aceitarem a sua saída.

Donato não aceitou aquela ideia muito bem, ficamos discutindo durante horas até ele ceder. No dia seguinte fui com ele a reunião com a NX, como ele tinha falado, eles já sabiam sobre nós dois.

Soltaram ameaças veladas ao nosso relacionamento, ignoramos as indiretas e fomos direto ao assunto. Donato começou a falar que não iria renovar o contrato, por questões que ele não seria mais útil na pesquisa.

Explicamos sem entrar em detalhes em que etapa estava a pesquisa, tivemos que ceder algumas informações para eles. Depois de duas horas de reunião, eles liberaram Donato do emprego, entretanto como toda a responsabilidade caia em cima de mim agora, diminuíram o meu tempo de licença maternidade.

Me fizeram assinar um documento, dizendo que eu concordava com essa redução. A pesquisa ficaria parada por mais algum tempo, que seriam o tempo para o beber nascer, mais a licença maternidade reduzida.

Uma semana depois da reunião eu estava em casa tomando banho, quando senti uma forte dor nas costas e comecei a ter sangramento. Chamei Don correndo, ele me ajudou a sair do banho e me vestir.

No caminho para o hospital, ele ligava para os médicos informando da situação. Quando cheguei na emergência, uma equipe médica já me aguardava. Aconteceu tudo muito rápido, eu estava com medo pelo nosso bebê, pois iria fazer uma cesárea de emergência.

Foi diagnosticado que eu estava com deslocamento da placenta, e como estava com trinta e três semanas, o bebê precisaria ser retirado urgentemente, pois corria risco de vida.

Quando acordei no quarto do hospital após a cesárea, procurei por Donato e o bebê. Vi encostado na parede uma espécie de berço, mas não conseguia ver meu bebê.

Don assim que viu que eu tinha acordado veio para perto de mim. Me deu um beijo na testa e perguntou como eu estava me sentindo. Lhe disse que bem e pedi para ver nosso filho.

- Mia bella – Seus olhos se encheram de lágrimas e ele apertou mais a minha mão.

- Não, por favor Don não... – Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e meu coração ser despedaçado.

- Mia bella, infelizmente ele não sobreviveu – Don falava entre lágrimas.

Eu caí num choro compulsivo, ele me abraçava e chorava junto comigo. Nosso amado bebê tinha partido, estava com a sensação de que alguém arrancava o meu coração do peito, tamanha era a dor da perda que eu sentia.

No mesmo dia que recebi a noticia do óbito do nosso filho, recebi a visita de um dos representantes da NX. Ele tinha vindo para ameaçar minha família, mas ao ver que não existia nenhum bebê, deu apenas o aviso de que eu retornaria ao trabalho o mais rápido possível.

Quando recebi alta do hospital, assim que cheguei em casa passei pelo quarto que seria do meu bebê amado. Aquele quarto montado com tanto amor, agora se encontrava vazio e sem vida.

A tristeza em nós dois era gigantesca, nos isolamos em nosso próprio sofrimento e não nos falávamos mais. Quando chegou o dia deu voltar para o trabalho, sai sem falar com Donato.

Voltei somente na manhã seguinte para casa, assim que entro em casa vejo uma carta em cima da mesa. Chamo por Don, mas ele não responde, vou até a mesa e pego a carta, Donato tinha ido embora.

Nas semanas seguintes eu mergulhei no trabalho, mal ia para casa. Eles cobravam cada vez mais por resultados, contudo, eu já tinha conseguido medidas para proteger a minha família, o que diminuía a influência deles sobre mim, e com Don desaparecido pelo mundo eles perdiam mais um trunfo.

Durante essas semanas consegui chegar perto de um resultado quase sólido, mas precisaria ser testado. Eles queriam fazer testes em seres-humanos diretamente, me neguei falando que ainda não estava pronto.

Com a pressão que eles faziam, acabei injetando o soro em mim mesma. A princípio os resultados foram positivos, mas depois de dois dias vi meu organismo combater as células, e tive um avanço da minha doença num grau gigantesco.

A três meses consegui achar uma combinação que provavelmente funcionaria, finalmente tinha "achado" a cura, mas eu não a tinha sintetizado, era tudo somente no papel.

Quando obtive esse resultado, peguei todos os relatórios e fugi. Desde então, venho juntando o que preciso para fazer a cura, não podia monta-la no laboratório, correria muito risco de eles obterem a fórmula.

Consegui fugir até o dia que eles me acharam e tocaram fogo na minha casa.

- O resto da história você já conhece Nina.

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