Acordei e estiquei os meus braços na cama, procurei pela pessoa que era para estar do meu lado, mas encontrei somente um lençol frio. Abri meus olhos e vi que a Nina não estava do meu lado.
Me sentei na cama e olhei ao meu redor, chamei o seu nome, mas não obtive nenhuma resposta. Olhei no relógio a hora, nove horas, talvez ela já tenha saído para trabalhar.
Peguei meu celular e vi as mensagens, uma delas fez eu prender a respiração. O chefe do gabinete Europeu me respondeu, um sorriso surge no meu rosto, ele tinha concordado com os meus termos.
Entrei no banho já planejando o que eu faria para o jantar, hoje seria uma refeição especial. Quando saio com a toalha enrolada na cintura, vejo um papel em cima da mesa de cabeceira dela.
Encaro o papel e não tenho um bom pressentimento, caminho lentamente até a mesa, me sento na cama e pego o papel. Sinto o cheiro de seu perfume, Rebelle, no papel ao desdobra-lo.
"Bom dia Gui, o momento que não queríamos infelizmente chegou. Tive que ir embora, não consegui me despedir de você, pois sei que não conseguiria partir. Obrigada pelo tempo que passamos juntos, eles ficaram na minha memória e no meu coração para sempre.
Você sabe o que eu sinto por você, mas por favor, não me procure. "
Eu olhava para o papel e não conseguia acreditar no que eu lia, como assim ela tinha ido embora. Isso não podia estar acontecendo, eu tinha recebido uma mensagem de madrugada do chefe da Agência de Inteligência da Europa.
Ele finalmente tinha concordado com os meus termos para eu ir trabalhar lá, Nina ia ser transferida da Itália para a França, aonde ficava a cede da AIE, assim poderíamos continuar juntos e não prejudicaria o nosso trabalho.
Aquilo não podia estar acontecendo, levantei da cama e andei de um lado para o outro, passei as mãos pelos meus cabelos. Olhava de relance o papel em cima da mesa de cabeceira.
- Eu não aceito isso, não agora que eu ia... – Respiro profundamente – Têm algo errado nisso aí, ela não faria isso comigo.
Procuro pelo meu telefone, o acho caído do lado da cama. Disco o número dela, o celular chama, mas ninguém atende. Insisto, mas todas as vezes ia para a caixa de mensagem.
Mando diversas mensagens, mas tudo que recebo é silêncio. Meu peito se aperta, um nó se cria na minha garganta. Eu não podia tê-la perdido, não dessa forma.
Começo a revirar a mesa de cabeceira, procurando por alguma pista de onde ela poderia ter ido. Vou até o closet e me deparo com as prateleiras e cabides vazios, ela tinha levado tudo.
Ver aqueles espaços vazios foi um soco no meu estômago, procurei no resto da casa. Tudo, absolutamente tudo que pertencia a ela tinha sumido, se não fosse o pequeno pedaço de papel, ninguém jamais falaria que ela morou ali.
Me sinto no meio de um furacão, vou até o quarto e coloco uma roupa. Se ela quer me deixar, que faça isso olhando nos meus olhos e não por um bilhete, eu não aceito essa situação.
Nunca pedi nada para o pessoal do escritório ABIN, mas tinha os meus contatos lá dentro, eles me deviam favores e eu iria cobra-los. Pego minhas chaves do carro e saio porta a fora.
O dia foi de pura angustia, não conseguia me concentrar em nada, a cada minuto que eu não tinha uma resposta da sua localização, mais nervoso e preocupado ficava.
Quando terminou meu expediente corri para o setor de localização, infelizmente eles não tinham conseguido rastrear o celular dela. Aquele dia estava indo de mal a pior.
Voltei para casa me sentindo derrotado, parecia que alguém estava arrancando meu coração do peito. O pessoal do escritório da ABIN disse que ia continuar tentando rastrear o celular dela, mas não era para eu ter esperanças.
Sentei no sofá e fiquei pensando em como encontra-la, peguei uma folha de papel e comecei a listar todos os lugares que ela gostava de ir. Tentei ligar novamente e mandar mensagem, mas novamente recebi só silêncio.
Quando estava prestes a sair pela porta, para começar a ir nos lugares da lista, recebo uma mensagem da Karina. Minha irmã disse que ela estava bem, e que a Nina estava com ela.
Ela me mandou um arquivo codificado e disse que na hora certa, eu saberia o que fazer. Olhei confuso para o celular, o que diabos estava acontecendo, como assim a Nina me deixa e esta junta da minha irmã, nada fazia sentido.
Tentei ligar e mandar mensagem para aquele número, mas ela não respondeu. Minha irmã estava desaparecida, minha namorada me abandonou, minha cabeça estava girando.
Passei o número que a Karina entrou em contato comigo para o escritório, se eles não estavam tendo sorte com o número da Nina, talvez, tivessem com o da Karina.
Respirei fundo e abri a porta, por muito pouco não trombei com os dois homens de terno, que se encontravam na minha frente. Olhei confuso para eles, perguntei se estava tudo bem e se poderia ajuda-los, a única coisa que vi, foi o soco que levei no rosto me fazendo desmaiar.
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Uma Vida em Uma Semana
Mystery / ThrillerKarina, uma biomédica renomada, está enfrentando um dos piores momentos da sua vida. Histórias passadas voltam para assombra-la, enquanto que a uma organização que não existe legalmente, a está caçando desesperadamente, pois ela descobriu mais do q...