Capítulo 27

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Eu acelerava o carro, fazia curvas inesperadas para tentar despistar, mas ele continuava em nossa cola

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Eu acelerava o carro, fazia curvas inesperadas para tentar despistar, mas ele continuava em nossa cola. Estava me direcionando para fora da cidade, aquele lugar era pequeno de mais para nos escondermos.

Quando alcancei a estrada, um carro preto se juntou ao prata, eles estavam nos cercando, tentavam emparelhar um de cada lado meu, mas como estava pegando atalhos não tinham espaço.

Quando voltamos para a via principal, pedi para a Karina abaixar o vidro e atirar neles. Vi ela engolir em seco, mas fez o que eu pedi, Ka tentava atirar nos carros, mas com os alvos em movimentos, não estava tendo muito sucesso.

- Não dá para acertar eles, seus vidros são a prova de bala!

- Inferno!

A pista a nossa frente se alargou, foi tudo o que eles queriam para se aproximarem. Eu tinha um carro de cada lado meu, eles se aproximaram com tudo para fazer um sanduíche com o carro que estávamos.

Uma das coisas que me orgulho de ser boa é na direção, principalmente pelos cursos de direção defensiva que fiz. Quando vi os carros se jogarem contra mim, pisei rapidamente no freio, fazendo com que eles se chocassem um contra o outro.

Virei o carro na direção oposta e sai acelerando, estava dirigindo na contramão, mas a urgência de despistá-los era maior do que a prudência. Em determinado pedaço da estrada tive que reduzir, pois estava em obra.

Quando estávamos passando pela pista em frente ao canteiro de obras, uma Ranger atingi nosso carro em cheio na lateral, no lado da Karina. O carro capota em direção ao canteiro que estava abandonado.

  Estamos presas de cabeça para baixo dentro do carro, meu corpo está com cortes feitos pelo vidro que se estilhaçou. Olho para o lado e vejo que Karina está consciente, ela abriu o supercílio e também está com mais alguns cortes.

Sinto minha cabeça meio tonta, levo minha mão ao cinto e o solto. Me arrasto pela janela até o lado de fora do carro, minhas mãos estão machucadas, minha perna dolorida, mas acho que não quebrei nada.

O carro está saindo fumaça, me apresso até o outro lado do veículo. Karina não está conseguindo soltar o cinto, pois o mesmo se prendeu em algumas ferragens. Vou até a porta de trás e começo a procurar uma faca, que deixava em baixo do banco.

Retorno para ela com a faca em mãos, assim que consigo livra-la do cinto a ajudo a sair do carro. Ela está mancando, provavelmente deve ter machucado o tornozelo.

A apoio em mim e vamos caminhando para longe do carro. Assim que minha cabeça para de girar consigo ter uma ideia melhor de onde estávamos, não demorou muito e vi a Ranger entrar no lugar que estávamos.

Apressei o passo para nos esconder atrás de alguns blocos de cimentos empilhados. Olhei rapidamente como estava o corte no rosto da Karina, não podia fazer nada agora, os socorros teriam que esperar.

O por do sol ilumina o lugar, fazendo com que eu não conseguisse ver quem tinha acabado de descer do carro. Atiro em direção a quem saltou, para o mantê-lo afastado de nós, mais três pessoas se encontram protegidas no carro.

Os tiros voam em nossa direção de volta, como se não pudesse piorar, vejo que mais dois carros chegaram ao local. Os carros que nos perseguiam na estrada, que também estavam cheios de pessoas armadas, que se juntaram ao tiroteio.

Tivemos que sair correndo de onde estávamos, para trás de um contêiner branco. Os homens estavam se espalhando, os tiros não cessavam, estavam vindo de todos os lados.

Karina me dava cobertura enquanto tínhamos que trocar de lugar, aquela menina tinha talento para tal coisa. Precisávamos sair dali rapidamente, pois nossa munição não iria durar para sempre.

Olhei ao nosso redor, uma parede de concreto era nossa melhor chance de resistir as balas. Precisaríamos ser espertas, tínhamos de dividi-los, fazer eles gastarem as balas, para termos uma chance de derrota-los.

- Karina presta atenção no que vou te falar, assim que eu falar você vai correr para aquela parede e se esconder atrás dela.

- Não acho uma boa nos separarmos. – Tiros atingiam cada vez mais perto de onde estávamos.

- Estamos desprotegidas aqui! Assim que chegar lá, você vai fazer a mesma coisa para eu me juntar a ti.

Ela me olhou não gostando muito do plano, mas me obedeceu. Contei até três, levantei e comecei a atirar neles, Karina saiu correndo para onde eu tinha mandado ela ir.

Na troca de tiros consegui acertar três homens, ainda restavam mais sete. Karina me olhou do outro lado e ao meu sinal fez a cobertura para eu chegar nela, mas um desgraçado que eu não tinha visto, nos encurralou pela lateral.

Tive que voltar para onde estava. Uma bala pegou de raspão em meu braço, meu coração estava acelerado, não estava vendo como iríamos sair dali com vida.

- Se rendam agora e não iremos matar vocês – A voz de um dos homens ecoa pelo lugar e os tiros cessam.

- Nos seus sonhos iremos nos juntar a vocês – Karina responde ao homem.

- Vocês estão em desvantagem, não sejam idiotas.

Não tivemos tempo de responder, porque um carro entrou no lugar e foi em direção aos homens. A troca de tiro recomeçou, na distração de ver o que estava acontecendo acabei perdendo Karina de vista, pois ela tinha saído de onde estava.

- Merda!

Tentei me aproximar mais um pouco de onde estava acontecendo a confusão toda, me escorava nas paredes de blocos de tijolos. A pouca luminosidade que o sol ainda dava, dificultava a minha visão.

Olhei pela lateral da parede de tijolos, vi um carro abandonado e dois homens caídos por terem sido atropelados. O homem que aparentava ser o chefe, dava ordem para dois capangas irem atrás de quem estava dirigindo o carro, enquanto que os outros continuavam atirando em mim.

Não conseguia ver aonde Karina estava, um cerco tinha se formado, estava trocando tiros com os homens que se escondiam atrás de um trator, quando escutei um grito próximo a mim, e uma arma mais pesada disparar as minhas costas.

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