Capítulo 25

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Quando acordei de manhã senti meu corpo fraco, tinha tido crises de tosse a noite toda, algumas delas com sangue em meus lábios

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Quando acordei de manhã senti meu corpo fraco, tinha tido crises de tosse a noite toda, algumas delas com sangue em meus lábios. Não quis preocupar a Nina, por isso escondi esse fator dela, estava sentindo que meu tempo estava se acabando.

Precisava aguentar só mais um pouco, respirei fundo e implorei para meu corpo resistir. Precisava de só mais uma parte da pesquisa, e então poderia fazer o soro estabilizado.

A última parte era a mais complicada de pegar, pois estava na minha casa que pegou fogo. Não sei se ela resistiu as chamas, mas tenho que tentar, não tem outra forma.

Desço as escadas da casa e vou para a sala, encontro Nina sentada no sofá, encarando o fogo que queima na lareira. Ela está com o semblante preocupado, não é para menos, teríamos que invadir uma cena de crime, afinal, o incêndio foi considerado culposo.

Chego perto dela e apoio minha mão em seu ombro, ela me olha e pede para me sentar ao seu lado. A nossa frente uma mesa de centro com tampo de vidro, está coberta por mapas da cidade aonde íamos, rotas de fugas estavam traçadas nele.

- Karina, você alguma vez atirou?

- Não, porque? – Franzo o cenho para ela.

- Estou com um mal pressentimento, vamos para um lugar que provavelmente estará sendo vigiado, precisamos nos resguardar o máximo possível.

Eu entendia o receio dela, iríamos na luz do sol no lugar, não podíamos esperar anoitecer. A cidade ficava a quatro horas de distância de onde estávamos, precisávamos voltar ainda hoje, para não ficarmos expostas a NX, sem falar que o componente químico que fiz precisaria ser usado e logo.

- Nós temos ainda uma hora antes de sairmos, quero que você aprenda a usar uma arma. – Ela me olha séria – Se nos metermos em alguma confusão, você saberá o que fazer.

Apenas concordo com a cabeça, nunca tinha segurada nenhuma arma na minha vida, estava receosa e eufórica ao mesmo tempo. Uma coisa que sempre tive em mente é nunca temer uma arma, mas sim quem a segura, pois ela sozinha não faz nada.

Nina se levanta e pede para eu a segui-la. Ela se dirige a escada que dá no segundo andar, mas invés de subir, abre uma porta de madeira branca que fica debaixo dela.

A porta dá para uma escada com degraus íngremes, não consigo ver para onde ela desce. Quando chego ao final da escada, me encontro numa sala de prática de tiro.

Observo tudo ao meu redor, tenho alvos de papel em diversas distâncias, abafadores de ouvido e óculos de proteção. Algumas mesas de madeira se encontram perto de uma linha amarela, que marca até onde o atirador pode ir.

Percebo que em uma das paredes se encontra um grande arsenal, nunca tinha visto tanta variedade de armas em um único local. Nina se dirige para a parede e volta com duas delas.

Ela coloca as pistolas em cima de uma das mesas de madeira, retorna para o arsenal para buscar munição. Vou até a mesa e fico observando as armas, uma é toda marrom clara, já a outra me chama mais a atenção.

Passo os dedos no metal frio, a pistola preta, com cabo de madeira e um emblema marcado em prata no cabo me atrai. Nina me estende os óculos de proteção e os abafadores.

- Muito bem Karina, essas duas pistolas Sig Sauer, são de 17 e 9 milímetros – Nina aponta primeiro para a preta e depois para a marrom – Escolha uma delas.

Automaticamente peguei a pistola preta, senti o peso da arma e o metal frio em minhas mãos, não sei descrever a sensação que tive ao segura-la. Nina pegou a marrom, pediu para eu ir até a linha amarela com ela.

Com os óculos e abafadores Nina dispara os primeiros tiros, acabo me assustando com o barulho. Ela me explica o que é cada função da arma, aonde ficava a trava, como recarregar e como usar a mira.

Ela me mostra a posição que tenho que ficar, assim que empunho a arma, ela concerta algumas coisas na minha postura. Nina me aponta o alvo que quer que eu acerte, respiro fundo e então solto a trava e aperto o gatinho.

Ficamos treinando durante a hora que tínhamos disponível, ela me fez experimentar as duas. O peso e alguns mecanismos eram diferentes, assim como o rebote.

Quando nossa hora se esgotou, Nina apanhou mais duas pistolas gêmeas as que eu tinha, juntamente com mais munições. Prendeu os coldres em mim e nela e subimos para a sala.

- Sabe Karina, você tem um bom olho. – Ela falava enquanto olhava mais uma vez as rotas de fuga, as memorizando.

- Porque?

- A Sig preta é um modelo especial, feita especialmente para mim, ela é gêmea da que está comigo, são as minhas favoritas.

- Ela me chamou bastante a atenção. – Dou um sorriso discreto.

- Ela é bonita, eu sei. – Ela retira a sua do coldre e me mostra o emblema – Essa aqui tem a figura de Nix gravada e a sua tem a imagem de Atena.

- Porque colocou imagens de deusas gregas nas pistolas?

- Por causa dos significados.

- Agora você me deixou curiosa.

Nina volta a guardar a arma no coldre escondido em suas vestes.

- Vamos, no carro te conto quais são eles.

No carro Nina começou a me explicar o significado das figuras, Atena era considerada a deusa da inteligência, do artesanato, da estratégia de batalha e da sabedoria.

A deusa Nix já era um pouco mais complexa, ela era a representação da noite, entretanto acreditava-se que ela controlava a vida e a morte, além de conhecer o segredo da imortalidade dos deuses, podendo-os tornar mortais. Nix também era considerada a deusa da morte e a primeira rainha do mundo das Trevas.

- Uau, não sabia que gostava de mitologia grega.

- Gosto, conhecer outras culturas e suas crenças é maravilhoso.

- Eu gostei dos significados, elas parecem ser bem pessoais para você.

- E são.

- Obrigada por me emprestar uma delas.

- Não confiaria em outra arma para te proteger.

Quando já estávamos a quase duas horas dentro do carro, uma sensação estranha me invadiu, não sabia o que era, só sabia que algo de ruim estava para acontecer. Levei a mão ao meu pescoço e segurei o meu cordão.

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