Capítulo 68

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Acordei com pequenos e cálidos beijos em meu pescoço, abri os olhos lentamente e vi Alison com o rosto muito próximo ao meu e sorrindo.

"Bom dia, bela adormecida" Alison me disse, sua boca próxima ao meu nariz me liberou uma fragrância de hortelã, me dei conta então que Alison tinha os cabelos molhados e sua pele parecia fresca, ela tinha acabado de sair do banho.

"Que horas são?" Perguntei surpresa, pois certamente ela já estava a um bom tempo acordada.

"Quase 11:00 hrs"

"E por que você me deixou dormir tanto?"

"Porquê sim" Alison se deitou na cama me abraçando, meu corpo nu estava envolto dos lençóis, porém descobri apenas meus braços e a abracei de volta, seu cheiro da mistura entre o sabonete e o creme me preencheram.

"Você está cheirosa" Não era um elogio, era um fato.

"Você ainda está quente" Ela me olhou e me deu sorriso travesso.

"Nem pense nisso, não podemos, Max já deve estar acordado e daqui a pouco chega aqui correndo"

"Ai é que você se engana, talvez os seguranças podem ser mais úteis do que pensávamos, no momento eles estão na sala com Max"

Olhei para a porta do quarto e ela estava trancada, nunca a mantínhamos fechada, afinal Max ainda era muito bebê para ter acesso impedido aos cômodos, se fechássemos a porta certamente ele não iria entender e acabaria chorando, com medo e com razão.

"Por isso a porta está fechada?"

"Exatamente" Alison continuava com seu sorriso travesso "E sabe o que mais? Eu trouxe seu café da manhã" Alison se levantou e foi até uma bancada que tinha no quarto, regressando com uma pequena bandeja de café da manhã, aquelas frutas estavam sugestivas demais: morangos, uvas e um melecado suco de manga, eu não pude evitar de ri.

"Esse é seu plano para o café da manhã?" Perguntei rindo.

"Comer você? Sim, esse é meu plano" ela disse sem pudor.

Alison colocou a bandeja na cama e veio de joelhos até mim, o lençol foi arrancado me deixando completamente nua, dessa vez tudo rolou sem pressa, ao contrário, a brincadeira era tardar tudo ao máximo, experimentar cada limite uma da outra. Quando terminamos tivemos que ir para o banho onde mais uma vez nós entregamos ao prazer.

"Ok, quanto constrangedor será sair desse quarto agora?" Perguntei a Alison, já estávamos vestidas e eu terminava de pentear meu cabelo.

"Para mim, nenhum pouco, você vai se sentir constrangida? Fala sério, devemos nos sentir orgulhosas" Eu gostaria de ter essa falta de timidez dela "Emily, sobre ontem à noite eu..." Ela tentou começar aquela conversa.

"Sobre ontem à noite, falamos depois, hoje não, vamos hoje curtir um clima leve e amanhã falamos disso, pode ser?" Pedi lhe olhando com uma cara doce de suplica.

"Como você quiser, mas eu tenho que te pedi desculpas..." A interrompi novamente.

"Sem desculpas. Olha, Alison, eu amo você e, eu te entendo, foi informação demais, você ficou fora de si e acabou agindo como agiu, eu te entendo, sem necessidade de desculpas" Eu estava sendo sincera, eu seria uma tola se achasse que ela realmente teria a intenção de me bater, ela não tinha, tudo foi o calor do momento e seu choro em seguida mostrava todo o seu arrependimento, os gestos falavam mais do que qualquer palavra, seu choro desesperado foi para mim um pedido de desculpa.

"Ainda assim eu devo desculpas, não tinha o direito..." Fui até ela e a calei, dessa vez com um beijo.

"Sem mais esse assunto, amanhã a gente fala sobre isso, hoje não mais"

Virei-me e sai do quarto deixando Alison lá, não foi um gesto rude meu, eu apenas não queria falar sobre aquele assunto, eu precisava de um dia de paz e era isso que eu iria ter hoje.

Assim que Max me viu, ele veio correndo e pulou em meu colo, o segurei como sempre e fui com ele em meu colo até a cozinha, o sentei no balcão como de costume e fui até a geladeira procurar algo para comer. Peguei os ingredientes e fiz um sanduíche para mim e outro para Max, ele nunca recusava comida.

"Sabe, você está precisando de um apelido novo, o que pensa de maçã?" Perguntei a Max "Gosta de maçã?" Ele me fez uma careta "Ok, nada de maça" Olhei para ele, ainda tão pequeno "Você ta crescendo rápido, mas ainda é tão pequeno que acho que posso te chamar de azeitona, você gosta de azeitona?" Novamente ele me fez uma careta, em verdade acho que ele não tinha era gostado da maionese no sanduíche, entretanto ignorei isso "Você é difícil hein. Já sei, jujuba, que tal? Meu pai me chamava de jujuba quando eu era pequena" Max não fez careta, na verdade ele agora estava entretido demais tentando comer o queijo do sanduíche "Ótimo, até que enfim achamos um que você goste, será jujuba então" Declarei feliz, fui guardar as coisas na geladeira e quando me virei para isso, vi Alison de braços cruzados escorada na porta nos olhando.

"A quanto tempo você está ai?" Perguntei, ela tinha um sorriso no rosto.

"Tempo suficiente para saber que meu filho agora se chama jujuba"

Max viu Alison e começou a chamar sua 'mama', Alison foi até ele e sentou-se no balcão ao seu lado, acho que ela já tinha entendido que ali era na verdade uma grande cadeira.

"Que tal sairmos e passar o resto do dia com Max no zoológico?" O relógio já dizia ser quase 15 horas.

"Acho que ele vai gostar"

A tarde foi agradável, Max tinha se apaixonado por todos os animais, em especial ao macaco, saímos de lá e fomos ao shopping jantar, acabei não resistindo e comprando-lhe uma pelúcia de macaco, Alison dizia que eu o mimava muito e iria o estragar, mas eu sabia que Max cresceria com caráter, logo nada iria o estragar.

Os seguranças nos acompanhavam ao longe, um deles me informou que meu carro estaria pronto daqui a dois dias, o que significava que nós não precisaríamos mais ir em seu carro, poderíamos ir tranquilamente no meu e eles seguiriam a gente no deles. Aos poucos era como se tudo fosse sendo anexado em uma confortável rotina, quando voltamos ao apartamento, Max dormia, Alison o tinha em seu colo, ela logo que entrou foi até o quarto colocar ele na cama, eu assim que entrei vi meu Iphone no sofá, me assustei em tê-lo esquecido em casa, mas agora fazia sentido o porquê ele tinha passado o dia todo silencioso, fui até o aparelho ver as ligações, inicialmente o básico, minha mãe 2 vezes, a ONG 3 vezes, entretanto cada final de dia parecia surgir uma nova surpresa.

A cada dia lutávamos para colocar tudo no trilho e no final dele, parecia que nada adiantava e o trem descarrilhava novamente, lá estava, 11 ligações de Eduardo e numerosas 15 ligações de Hudson.

Como dizia Alison, o pesadelo parecia nunca ter fim. 

Eu fui feita pra vocêWhere stories live. Discover now