Capítulo 43

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O relógio já sinalizava que era quarta feira, pois já tinha passado das zero horas, tínhamos ficado longas horas com Max e aos poucos fomos nos acalmando.

"Você deveria dormir um pouco" Emily sugeriu.

"Eu não vou conseguir dormir, ainda estou tensa com tudo"

"Posso pedir para alguém lhe dar um remédio, assim você descansa"

"Não, eu não quero" Falei decidida, Emily saiu do lado oposto da cama de Max e foi até mim.

"Vamos ao menos sentar, vem" Ela me puxou para um sofá que tinha ali, eu não pude dizer não, apenas a deixei me levar.

"Você ligou para sua mãe? Aria? Seu irmão?" Fiz que não com a cabeça "Acho que você deve ligar para as pessoas e informar"

"Mas agora ta tarde, de manhã eu ligo" Estávamos sentadas no sofá lado a lado, abracei Emily e ela retribuiu o abraço, uma batida leve na porta e em seguida ela foi aberta, um velha enfermeira entrou no quarto.

"Eu vou apenas ver se está tudo bem com esse garoto" A enfermeira disse, nem Emily e nem eu saímos de nossa posição, continuamos abraçadas e observando tudo que a senhora fazia. Ela não fez muito, apenas viu os números no aparelho "Ele está respondendo bem, crianças são realmente fortes." Ela tinha um sorriso doce, provavelmente era sua forma de deixar a gente calma "Vocês não devem comer nada a horas, não estão com fome? Eu posso pedir para trazer algo a vocês"

"Eu não tenho fome" Disse apressadamente, eu não conseguiria comer nada agora, Emily também negou, a senhora tentou insistir mais acabou desistindo "Olha, tem um homem ai fora e ele vai entrar para falar com vocês" A senhora saiu e deu lugar a um policial devidamente fardado, ele se apresentou e disse que queria colher meu depoimento.

"Tem que ser agora?" Emily perguntou "Não pode ser depois?"

"Na verdade tem que ser agora e depois, eu sei que o momento é difícil, porém são as leis, infelizmente terei que colher esse depoimento agora"

Eu não queria falar o que tinha ocorrido, pois aquilo iria me fazer reviver tudo, Emily e eu agora não estávamos mais abraçadas e sim apenas sentadas lado a lado, ela segurou minha mão, eu apertei sua mão forte e contei para o policial tudo, desde a hora que entrei em meu apartamento e vi que estava aberto, até a hora que Max foi atropelado. Senti que a cada palavra minha Emily se mexia mais e apertava mais minha mão.

"Vocês conseguiram pegar ele?" Emily perguntou, sua voz era tão grave que me fez arrepiar, ela estava claramente com ódio.

"Infelizmente não" O policial saiu e disse que voltaria um outro policial amanhã para confirmar a história.

Assim que ele saiu, Emily virou-se par mim e disse simplesmente "Eu vou matar esse homem" Eu não me importava que Hudson morre-se, era o que ele merecia após atropelar Max, entretanto não pelas mãos de Emily.

"Não fale isso, não vá estragar sua vida e deixar Max e eu sozinhos" Emily tinha seus olhos negros, porém não tinha o brilho que eu tanto amava, era negros de ódio "Você ta me ouvindo?" Tentei chamar sua atenção "Você não vai fazer nada, a polícia cuida disso"

"Alison, não adianta, qualquer coisa para esse homem é pouco, eu vou matá-lo de uma forma muito cruel" Me arrepiei com suas palavras, não eu não ia deixar ela estragar sua vida, pois Hudson não merecia isso, ele não merecia o gostinho de morrer sabendo que destruiu a vida de Emily.

Segurei o rosto dela a obrigando a me olhar dentro dos olhos, ela hesitou, porém acabou cedendo e me olhando nos olhos, pude ver seu ódio diminuir um pouco ao me encarar.

"Amor, eu amo você" Eu lhe disse com a voz doce, minhas palavras foram como mágicas, sua pupila voltou ao normal e seus olhos brilharam, ela ainda estava tensa, porém bem menos. Emily me abraçou e me puxou para junto dela me fazendo sentar em seu colo, lhe abracei de volta e coloquei minha cabeça em seu ombro, ficamos praticamente uma hora assim, eu sentada em seu colo e ambas abraçadas, aos poucos nos duas fomos nos acalmando, uma foi transmitindo para a outra paz, sentindo novamente que tudo ficaria bem.

Passamos a madrugada inteira acordadas intercalando entre ficarmos na cama de Max lhe fazendo carinho ou ficarmos no sofá apenas abraçadas e consolando uma a outra, pouco falamos, palavras não eram importantes no momento. Quando o dia se fez presente liguei para minha família e alguns amigos para informar o acontecido, minha mãe como uma boa avó se desesperou e correu até o hospital, ela foi autorizada a subir até o quarto da UTI em que Max estava, no primeiro instante ela ignorou a mim e a Emily e correu para o lado de Max, ela chorava e falava com ele baixinho, deixamos ela com ele e ficamos ao longe apenas vendo a cena, foi longos minutos até ela para de chorar e vir até mim. Eu lhe expliquei parcialmente as coisas. só então ela se deu conta de Emily no quarto.

"Alison, quem é essa mulher?" Minha mãe perguntou.

"Meu nome é Emily" Em se apresentou "Eu sei que você é a dona Jéssica, prazer"

Minha mãe cumprimentou Emily, porém eu pude sentir ela um pouco fria e ríspida com Emily, eu acho que Emily quis dar privacidade a mim e a minha mãe, então ela disse que ia buscar algo para comermos. Eu não tinha fome alguma, mas sabia que precisaria comer e também entendi que Emily queria deixar minha mãe a vontade com a sua filha e o seu neto, de modo que aceitei que Emily saísse.

Emily foi até Max e lhe beijou a cabeça, emseguida ela cumprimentou novamente minha mãe, eu ainda não estava consciente decada ato ou gesto meu, afinal meu filho encontrava-se em um hospital em comainduzido, de modo que eu apenas agia por impulso e sem pensar, segurei amão de Emily e a puxei antes dela sair selando meus lábios com o dela.

Eu realmente não me dei conta que minha mãe surtaria com aquilo.

"Alison, eu não posso acreditar que seu filho sofre um acidente e você trazsua namoradinha para ficar no quarto com ele" Minha mãe gritou comigo, elarealmente iria brigar comigo agora? Com Max doente e praticamente em coma? Emilyno quarto com Max era o que mais preocupava ela no momento?

Definitivamente eu não estava em mim e senti-me capaz de dizer tudo que eupensava para minha mãe, no momento eu não me importava de respeita-la comominha mãe, ela apenas iria ouvir tudo que eu tinha para dizer.

Eu fui feita pra vocêWhere stories live. Discover now