Capítulo 70

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Acordei com Max pulando na cama, abri o olho já rindo, como eu tinha sentido falta daquilo. Max parecia bem sadio, eu estava feliz e orgulhosa da força dele em se recupera de todo o trauma que seu corpo tinha sofrido.

"Mas pula tanto que vou chamar de pipoca ao invés de jujuba" O segurei e joguei ele na cama o deitando.

"Isso, deita ele e vamos voltar a dormir" Alison resmungou, ela ainda permanecia de olhos fechados.

"Vamos dormir, Max?" Perguntei rindo, era óbvio que ele não queria dormir.

"Não" Ele gritou de forma bastante alta e aguda, 'não', era definitivamente sua palavra favorita.

"Eu tentei" Falei com Alison, ela não tinha ainda aberto os olhos, mas sabia que eu tinha falado com ela, em resposta ganhei um gesto descortês, ela me mostrou o dedo do meio. Eu ri, estava feliz, tinha sido acordada por Max e não poderia ter sido melhor.

"Ok, pode continuar dormindo que eu cuido da ferinha" Levantei-me e levei Max comigo, tentei o levar no colo, mas ele estava elétrico, optou por ir no chão correndo e pulando.

Era cedo ainda, nem sete da manhã tinha dado no relógio, dei café para Max e em seguida banho e roupa trocada, levei ele junto de alguns brinquedos e os deixei na cama com Alison, ela realmente tinha voltado a dormir, porém deixei Max com ela e fui tomar meu banho, pois não poderia faltar outro dia de trabalho.

Alison tinha tirado o dia para se render a preguiça e escolheu ficar no apartamento, comemorei internamente, assim eu teria todo o tempo do mundo para conversar com minha mãe e expor o que eu queria de uma forma que não a magoasse. No caminho até a ONG Eduardo me ligou, o atendi logo no segundo toque, o segurança guiava o carro me deixando livre para atender a ligação.

"Te liguei ontem o dia todo, onde se meteu?" Eduardo tinha realmente virado um amigo e não um profissional, sua falta de protocolo mostrava isso.

"Dia de folga, entretanto você não teve folga, me ligou cem vezes" Exagerei, pude ouvi-lo soltando um grunhido do outro lado.

"E você me dá folga? Eu saio para viajar em lua de mel e você me dá trabalho"

Eu juro que tinha apagado Hudson de minha mente, só mesmo agora é que ele voltou a se fazer presente em meus pensamentos e, acima de tudo, em minha inquietação.

"O que você descobriu?"

"Que esse homem é mais difícil de ser achado do que qualquer outra pessoa, eu posso achar Jesus Cristo e não posso achar ele. Já achei pessoas que o conheceram, mas com nomes e condutas diferentes, nada que leve a real identidade dele"

"Isso não me ajuda em nada" Falei decepcionada, Hudson estava começando a me intrigar, eu necessitava saber tudo sobre ele. O homem era um louco, eu tinha que entender a raiz disso.

"Minha lindinha" Sua voz não poderia ter saído mais ofendida e gay "Eu estou me esforçando"

"Desculpe" Pedi sincera.

Eduardo e eu ficamos conversando sobre o inventário e minha volta a Inglaterra dentro de algumas semanas, em seguida ele me contou da sua lua de mel e ocasionalmente sobre como estava tentando descobrir tudo sobre Hudson, desliguei a ligação quando cheguei a ONG, ainda saindo do carro liguei para Hudson, afinal a mensagem dele de ontem ainda me causava curiosidade, novamente nada dele me atender.

Passei a manhã inteira submersa em trabalhos burocráticos, tudo estava um caos, quando sai para ver os cães, não fiquei mais de 40 minutos longe da sala, entretanto esqueci meu Iphone na mesa, mal pude acreditar naquilo, só podia ser alguma piada divina.

"Merda!" Falei alto para ninguém, no tempo que eu estava lá, Hudson tinha me ligado três vezes, o retornei à ligação e nada, novamente e nada. O quanto ridículo era aquilo? Joguei o aparelho sobre a mesa.

Na hora do almoço fui almoçar com minha mãe, eu tinha algo em mente e estava com medo de sua reação, com medo dela entender mal, entretanto ela pareceu até mesmo feliz com minha proposta.

Alison amava minha casa, eu sabia o quanto ela amava lá, propus minha mãe que ela, minha tia e meu pai fossem para a casa ao lado e, Alison, Max e eu ficássemos naquela casa.

Eu sabia que podia magoa-la com essa proposta, mas ela ficou animada, por minha sorte ela amava a casa do vizinho, talvez seja a coisa toda da grama do vizinho ser mais verdade, pois ela realmente adorava a casa ao lado, com seu jardim e grande piscina. Fiquei animada para contar a Alison, mas eu não podia simplesmente ligar para ela e lhe contar, precisava pensar em uma forma de contar-lhe e ao mesmo tempo lhe surpreender com a notícia.

Nunca fui romântica, no entanto com Alison eu era, provavelmente porque eu a amava e queria lhe agradar sempre, então ser romântica era uma forma de lhe agradar.

Ao longo da tarde quando voltei ao trabalho, tentei ligar algumas vezes para Hudson, mas ele não atendia, aquilo já estava me consumindo, eu precisava saber o que ele queria.

Eu fui feita pra vocêWhere stories live. Discover now