Capítulo 25

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"Eu sabia que ainda não estou completamente louca, vocês estão juntas e agora que eu já vi tudo, você pode tratando de me contar toda a história" Aria disse assim que entramos no táxi, a olhei em descrença.

"Aria, você jura que no meio de todo esse caos você quer que eu lhe conte fofoca?" Perguntei indignada.

"Ai Ali, não é fofoca, você é minha amiga e tenho o direito de saber sobre tudo que se passa em sua vida"

Aria realmente não conhecia os limites e acabou me fazendo contar toda a história de como eu acabei ficando com Emily, de certo modo ela me ajudou, pois eu iria acaba surtando durante todo o caminho e ela me fez ir relaxada, lembrar de Emily e pode falar dela me deixava feliz e leve, porém quando o táxi parou na porta do hotel senti-me doente, pronta para desmaiar a qualquer momento.

"Eu vou subir com você" Aria disse tentando me apoiar.

"Nem morta, isso vai ter que ser um assunto resolvido a dois, por isso nem Max eu trouxe"

"Mas ..." A cortei antes mesmo dela concluir sua frase.

"Eu entendo sua preocupação Aria, porém eu terei que passar por isso sozinha"

Ela tentou insistir, ameaçou ligar para Emily e faze-la me obrigar a deixa-la ir comigo, porém eu fui irredutível e minha amiga acabou a contra gosto me deixando subir para o quarto sem ela.

Eu devo ter ficado uns cinco ou dez minutos encarando a porta fechada, minha consciência era plena que no instante que eu cruzasse aquela porta as coisas ficariam difíceis demais, mas era algo que não tinha como fugir.

Respirei fundo, rezei e abri a porta, Hudson estava sentado no sofá de forma relaxada, com os pés sob a mesa de centro, para piorar a situação em sua mão tinha um copo de whisky, ele estava bebendo e esse era o tipo de conversa que teríamos que ter sóbrios. Olhar para Hudson fez minha irá aumentar, ele enganou e destruiu um monte de pessoas e entre elas, eu.

Fui enganada por ele, deixei ele entrar na minha vida e ainda fiz mais, dei-lhe um lugar especial ao meu lado. Não importa o quanto as outras pessoas podiam achar estranho nossa relação ser aberta ou se não tínhamos um papel assinado dizendo que éramos casados, eu via Hudson como meu marido, eu realmente acreditei que ele era o homem da minha vida e agora eu me odiava por isso.

Hudson era um farsante, um golpista, fingiu para mim por quase três anos ser uma pessoa que não era, aquele homem perfeito não existia, o que existia na verdade era um homem estúpido que se aproveitava da crença e bondade das pessoas e as usava, eu fui usada por ele. Me usou como a mulher ideal, a bela garota que você exibe orgulhoso para seus amigos. Que ódio de mim por nunca ter notado toda aquela atuação.

"Hey, vai ficar ai na porta ou vai entrar?" A voz de Hudson me fez sair dos meus pensamentos, só então me dei conta que eu devia estar a um bom tempo parada o olhando sem dar um passo para dentre do quarto, senti meu rosto úmido e notei que tinha chorado, ele não merecia isso, Hudson não merecia mais nada de mim e muito menos minhas lágrimas, sequei meu rosto e fechei a porta "Nem vou te perguntar ao porque está estranha, afinal certamente sua amiguinha já fez a fofoca. " Ele tomou um gole do seu whisky "Até que ela demorou, pensei que ia contar tudo assim que o avião pousasse em solo brasileiro" Hudson terminou de tomar o whisky do copo, era asqueroso o modo sarcástico como ele falava.

Fui para o quarto sem lhe responder nada, eu não sabia o que falar, peguei minha mala e comecei a jogar minhas roupas dentro, minhas coisas tinham ficado quase todas em Las Vegas, por sorte duas malas iria caber todas as minhas roupas, sapatos e maquiagem. Eu já estava quase completando uma mala quando ele entrou no quarto.

"Que merda você acha que está fazendo?" Ele puxou a mala da cama e tacou na parede, acabou indo direto a um enfeite de canto e quebrando o enfeite, o vidro do enfeite se espalhou por todo o lado. Foi impossível eu não me assustar e soltar um pequeno grito com a reação abrupta dele "Você não vai sair daqui" Eu não tinha coragem de olhar para ele, pois eu sabia que Hudson deveria estar transtornado, e olhar ele me daria apenas mais medo. Porque sim, eu estava morrendo de medo.

"Hudson, você está nervoso e bêbado, me deixe ir e depois conversamos" Pedi.

"Eu não estou bêbado e nem muito menos nervoso, estou calmo, calmo até demais, não queira me ver nervoso, Alison" Sua voz era tão grave, ele parecia possuído.

"Você está me dando medo" Eu disse na esperança que ele pudesse se acalmar um pouco, afinal se ele um dia me amou ou se ainda me amasse, não iria querer me causar pânico, certo?

"Eu estou lhe dando medo?" A risada sarcástica ecoou no quarto "Digamos que eu deixe você ir, você vai para aonde? Sua mãe não vai ser feliz com você se divorciando de mim" Hudson bateu uma mão na outra fazendo um grande estalo, meu corpo tremeu com aquele som "Já sei" Ele soltou novamente sua risada sarcástica "Vai para a casa de Emily, né? Max está lá? Vão brincar agora de casinha? Depois de um tempo brincando de namorar agora vão brincar de casar. Que lindo, eu estou emocionado, acho que vou chorar"

Era impressionante como ele não dizia nada em sua defesa, apenas tentava me atacar, em nenhum momento ele pediu para conversamos e tentou explicar sobre suas acusações de golpe.

"Hudson isso tem a ver comigo e com você, eu já te disse que a tempos não vejo ou falo com Emily"

"E você acha que sou idiota? A única idiota aqui é você, Alison, ou você ainda não percebeu? " Suas palavras me atingiram em cheio, ele realmente me achava uma idiota e pior que isso, eu realmente fui uma idiota, por ter demorado tanto tempo para ver que algo estava errado.

"Sim, eu fui uma idiota, idiota por me deixar acreditar em você por um dia ter amado você" Gritei irritada.

"Me amado? Você nunca me amou, apenas achou que eu era um homem babaca que você poderia usar para manter uma vida normal enquanto saia por aí se divertindo. Acorda, Alison Dilaurentis! O papel de vítima nunca serviu para você, e não é agora que vai servir"

"Você é um idiota Hudson" A cada segundo minha raiva aumentava, eu não podia acreditar que ele estava tentando reverter a situação e me colocar como vilã.

"Ai é que você se engana, bonitinha" Hudson segurou firme meu rosto me fazendo encara-lo, só então vi como seus olhos estavam negros, sua pupila era completamente dilatada, o cheiro do álcool era forte em seu corpo, eu me arrependi de não ter deixado Aria subir comigo, pois eu agora estava sozinha com aquele louco "Eu não sou um idiota, você é a idiota na história" Ele soltou meu rosto e ao mesmo tempo me empurrou jogando meu corpo no chão.

"Se você quiser ir embora, vá, mas vá sem levar nada, pois nada aqui te pertence mais" Tudo que era meu, eu tinha comprado com meu dinheiro, Hudson nunca sustentou meus luxos, porém era óbvio que eu não ia contestar isso agora, me levantei do chão e fui em direção a porta. Eu realmente era uma idiota para não desconfiar que ele estava me deixando ir fácil demais, antes que eu pudesse sair do quarto senti sua mão segurar meu braço.

"Mas querida, por que a pressa? Vai ir embora sem me dar um beijinho? Ah, assim não tem graça" Dito isso ele tentou me beijar, eu relutei virando o rosto, ele insistiu mas acabou desistindo "Sua puta, você ainda vai se arrepender em me abandonar" Em seguida ele mais uma vez me jogou no chão, dessa vez acabei caindo em cima dos cacos de vidro do enfeite quebrado, senti um rasgar minha mão, mas a dor embora fosse grande não superava minha vontade de sair dali, sem olhar para trás corri até a porta, sem fazer uso do elevador desci correndo os 17 andares de escada.

Não vi Aria e tão pouco lembrei dela, apenas corri até a rua e entrei dentro de um táxi parado na esquina.

"Você quer que eu te leve ao hospital?" O velho, motorista, perguntou assustado e eu apenas disse não com o rosto e dei o endereço de Emily.

Lá eu encontraria todo o tipo de remédio que eu precisava agora.

Eu fui feita pra vocêWhere stories live. Discover now