Capítulo 74

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Max, Alison e eu, fomos para um quarto, os seguranças para outro, obviamente minha avó não iria deixar dormirmos homens e mulheres juntos, mal ela sabia que se fosse para evitar algo, que então ela colocasse tudo, menos Alison e eu no mesmo quarto.

Assim que peguei meu Iphone para ligar e avisar minha mãe que eu tinha chegado bem, vi que Hudson tinha me ligado, respirei de forma hostil e exagerada.

'Não nesse fim de semana' Pensei e ignorei suas quatro ligações, liguei para minha mãe e lhe disse que tínhamos chegado bem, em seguida fui trocar de roupa e mudar para algo mais confortável, tanto Alison quanto Max também mudaram de roupa, estamos os três prontos para um dia na fazenda.

Quando chegamos a sala, foi impossível não rir. Aqueles dois homens que trajavam-se sempre de preto e com o uniforme todo fechado e impecável, agora estavam de blusa e bermuda, até mesmo um estranho óculos de sol eles usavam, estavam ridículos.

"Qual a graça?" Minha vó perguntou-me. Não existia resposta para aquilo, apenas engoli o riso.

"Nada vovó, uma piada que Alison me contou"

"Vocês realmente são muito amigas"

"Sim, vó" Fui até minha vó e lhe dei um beijo em sua bochecha "Até mais tarde"

"Tomem cuidado" Minha vó alertou e saímos, Max vinha andando no meio entre Alison e eu, obviamente segurávamos suas pequenas mãos, os seguranças vinham atrás, nos seguindo, eu queria ir primeiro nos cavalos, minha paixão assumida desde a infância, já estávamos bastante afastados da casa, de modo que, parei a caminhada e me virei para os dois homens.

"Vocês podem ficar por aqui, não precisam seguir a gente, nada vai acontece aqui"

"Não podemos, é o nosso trabalho"

"Dia de folga, que tal?" Sugeri "Por que vocês não vão dar uma volta na cidade ou dormir em baixo de uma arvore?"

"Por que estamos em horário de trabalho"

"Quem disse? Eu estou estabelecendo que hoje é dia de folga"

"Não é você que estabelece isso, é a agência, estamos de plantão"

"Acho que a agência não ficaria feliz em saber que fomos assediadas por vocês dois e que faltaram ao respeito com a gente" Isso partiu de Alison, que até então estava calada, tanto os seguranças quanto eu olhamos para ela assustados. Eu logo sai do estado de susto e lhe dei um sorriso, estava orgulhosa dela.

"Tudo bem, acho que nada realmente acontece por aqui" O segurança recuou, Alison realmente tinha conseguido, eu lembraria de lhe agradecer a isso mais tarde.

"Vocês, quando for 14 horas venham para cá e a gente se encontra nesse ponto, até lá, façam o que quiser" Alison continuou dando as ordens, ambos os homens concordaram e foram para longe de nós duas.

"Mano, você realmente mandou bem" Falei orgulhosa.

"Nunca duvide do meu poder de persuasão" Alison tinha um olhar sexy, tão provocativo que se não fosse por Max soltar um leve gritinho e puxar minha mão, eu teria esquecido que ele estava lá.


Quando chegamos no pequeno estábulo, Max surtou, ele começou a gritar animado e tentou correr até o cavalo, felizmente fui mais rápida que ele e o segurei, impedindo dele correr até o animal e ganhar uma dolorosa patada.

"Au au, au au" Max repetia, tanto Alison quanto eu, acabamos rindo dele.

"Não filho, não é au au, é cavalo" Alison tentou explicar, mas foi sem sucesso, pois Max sacudiu a cabeça negativamente e voltou a repetir "au au"

"Desiste, Alison, para ele os cavalos são cães grandes" Max estava empolgado e tentava se jogar ao chão e correr para os cavalos, os animais com certeza tinham ficado ariscos com tamanha gritaria.

"Max vai fazer esses cavalos derrubar todos nós no chão" Alison alertou ele, como se ele fosse entender.

"É uma possibilidade"

Alison tentou sair com Max do estábulo para que eu pudesse acalmar os animais, foi em vão, Max chorou e gritou mais.

"Max, você acabou de melar um belo passeio a cavalo" Minha voz saiu frustrada.

Com tanta gritaria de Max o passeio teria de ficar para outro dia, pois os animais realmente estavam assustados com tamanhos gritos, apenas permitiram um leve carinho na cabeça e nada mais.

Saímos do estábulo e fomos até o pé de Laranja, aquele certamente era meu lugar favorito, Max não tinha muita coordenação motora, mas com ajuda ele foi conseguindo escalar parcialmente a arvore, em verdade, eu é que fui o segurando e o subindo, mas para ele, ele tinha feito tudo sozinho.

Alison subiu e ficou no galho ao lado nosso.

"Quais as chances de cairmos aqui de cima?"

"Grandes, mas nem estamos a dois metros de altura, no máximo um braço quebrado" Respondi.

Por causa de Max, não podíamos subir muito, entretanto ver a fazenda ali de cima, era uma vista incrível, era impressionante como os vários tons de verde se contrastando davam a ilusão de que ali, diante de nós, tínhamos um belo quadro. As gaivotas formavam pontos negros naquele céu tão azulado.

"Devo confessar que não gosto de mato, mas esse lugar é o paraíso" A voz de Alison me fez para de olhar para a paisagem e olhar para ela, definitivamente, ela era o quadro mais lindo daquele lugar, era difícil acreditar que aquela mulher era real. Cada detalhe seu era perfeito, esculpido, pintado por um fino e delicado pincel.

Alison acabou virando o rosto e me flagrou a olhando, o sorriso que ela me deu, apenas serviu para deixar aquela miragem, aquele quadro a minha frente, ainda mais perfeito.

Seu corpo com delicadeza se esticou até o meu e sem ela ou eu perder o sorriso, compartilhamos um beijo doce e delicado, aquele beijo tinha um sabor tão especifico, era uma mistura abstrata de sonhos com açúcar.

Quando descemos da árvore, Max ficou enlouquecido com o balanço de pneu amarrado a ela, ele não preciso de mim ou de Alison para brincar com ele, pois sozinho mesmo, ele fez sua própria festa particular. Se pendurava de todas as formas possíveis naquele peculiar e antigo brinquedo, Alison e eu apenas ficamos sentadas em baixo da sombra da arvore, escorada na mesma, olhando Max brincar e hora ou outra mandando ele tomar cuidado.

De tanto se pendurar e se esfregar no seu novo brinquedo, ele tinha ficado realmente imundo, seus braços, mãos e rosto eram totalmente manchados de poeira, lama e graxa, mas ele não notou isso, continuou brincando.

Depois de longos minutos a brincadeira se tornou chata e ele veio correndo até nos duas, sua pele transpirava de tal modo, que seus cabelos estavam bastante molhados de suor e, totalmente, com os fios grudados. A corrida desenfreada dele só acabou quando ele chegou até nos duas e se jogou em nossos colos, metade do corpo foi para a Alison e metade para mim, dei leve batidas no bumbum dele, de brincadeira, pois eu tinha ficado com suas pernas, enquanto Alison tinha sua cabeça.

"Você está sujinho e fedido, precisa de banho" Brinquei com ele, Max ria, ele estava tão feliz, que nem ouvia o que falávamos a ele. Aproveitei que estava com sua parte inferior do corpo sobre meu colo e lhe fiz pequenas cócegas em seu pé descalço, que estava totalmente sujo de terra e grama. Assim que ele sentiu a ponta dos meus dedos passearem pela sola dos seus pés, deu um pulo, seu corpo se estremeceu, logo em seguida ele começou a rir sem controle e se remexer, me chutando e me impedindo de o tocar, Alison aproveitou e entrou na brincadeira o enchendo de beijos barulhentos e sequenciais, ele odiava isso.

Não o torturamos por muito tempo, ele era criança, tinha um limite curto, logo deixamos ele respirar e se recuperar, o relógio já beirava as 14 horas, era hora de voltarmos para o almoço. Max estava cansado de tanta brincadeira, iniciou um pequeno choro para não ir andando, cedi a ele e o peguei no colo, fomos andando até o ponto de encontro, os seguranças já estavam lá.

Assim que chegamos próximo a casa, o cheiro da comida já se fazia presente, aquele cheiro inconfundível de tempero de vó invadia não só nosso sentido olfativo, como também invadia nossa alma, o sabor daquele tempero me veio logo a boca, eu não precisava nem comer para saber como era, pois aquele gosto, eu guardava já em detalhes dentro de mim.

"Vocês demoraram" Minha vó disse assim que sentiu nossa presença com ela, ela estava na cozinha, terminando de preparar algo no fogão, quando ela se virou para a gente, vi seu cenho franzir, os óculos que levemente estavam milímetros caídos sobre seu nariz, ela tratou de arrumar, endireitando perfeitamente seu ângulo de visão "Vocês tem certeza que vieram do mesmo lugar?" Minha vó perguntou de forma levemente surpresa.

"Co- como assim, vó?" Gaguejei. Maldição! Por que menti para vó é tão difícil?

"Eu não sei, mas parece que os dois rapazes foram para um lugar e vocês duas, mais o menino, para outro"

Só então olhei para todos nós e me dei conta que minha vó estava certa, nos mesmos denunciávamos que estávamos em lugares contrários, pois Max estava imundo, suado e lambuzado, Alison e eu, obviamente estávamos mais limpas, entretanto também estávamos levemente transpirando e com nossas roupas sujas, devido a escalada na arvore e depois sentar sobre o chão com Max vindo correndo se agarrar a nos, em oposição a isso, os seguranças estavam impecáveis, roupas limpas, pele fresca, cabelos penteados, realmente era inegável que tínhamos estado em lugares distintos.

"É que preferimos ficar sobre a sombra de uma árvore, lendo, enquanto elas curtiam a fazenda" Meu segurança resolveu explicar, aquele homem era tão sério, com sua voz impostada, que ninguém ousaria dizer que aquilo era uma mentira.

"Entendo" Minha vó disse, respirei aliviada "Meninas, vão tomar banho que depois sirvo o almoço"

As regras de minha vó sempre foram claras e especificas, uma delas era de que, o almoço só era servido com todos limpos, jamais poderíamos comer suados ou coisa similar.

Eu fui feita pra vocêWhere stories live. Discover now