Sentado na mesa do refeitório, de cabeça baixa e pensativo Max fuçava no macarrão ao molho o enrolando no garfo.
— No que tanto pensa? — perguntou Arthur jogando o prato sobre a mesa, sentando no banco de frente à Max.
— Acho que não te interessa! — respondeu arrogante.
— Sabe o que eu acho?
— Você não acha nada — o interrompeu.
Arthur bufou.
— Sabe do que você precisa? De uma surra das boas para aprender falar direito com as pessoas.
— Quem vai dar? — desafiou Max levantando o olhar.
— Não queira que seja eu, porque no dia que isso acontecer você vai mudar da água "pro" vinho.
— Com tanta marra seu pai ficaria orgulhoso por ter um filho tão bravo.
Arthur estava prestes a abocanhar o garfo com macarrão quando parou a mão no ar em meio o caminho.
Encarou Max com fúria.
— Fale do meu pai novamente que arranco seus olhos com a colher, "filho da puta!"
Com um movimento rápido Max pegou o prato jogando sua comida na cara de Arthur que levantara num átimo o puxando pela gola da camisa.
Os demais órfãos olharam assustados.
Faxineiros que por ali passavam, separaram os dois evitando um tumulto.
— Nunca mais ouse falar do meu pai ou acabo com a sua raça! — gritou Arthur enquanto era retirado do local.
Max sorriu, arrumando a camisa amassada.Indo em direção ao banheiro com o rosto e roupa sujas de molho, Arthur afundava os pés no chão com sua ira.
— Arthur! Espera! — bradou Yasmim tentando alcançá-lo.
Ignorando o chamado de Yasmim continuou a andar.
Correu mais rápido e o segurou pelo o braço o virando.
— Me deixa Yasmim!
— O que aconteceu entre você e Max? Qual foi o motivo daquilo tudo? — perguntou preocupada.
— Max é um babaca que merecia ter levado uns murros na cara para aprender ser menos boca dura.
— Por quê? O que ele fez?
— Eu não sei o que aconteceu. Não sei o porquê dos meus pais terem me deixado aqui, mas uma coisa que não admito, nunca, é alguém falar deles.
Yasmim ficou em silêncio.
Arthur deu as costas indo limpar-se."Sentado na cama, de cabeça baixa, encarando as mãos inquietas, Max tentava se acalmar não pensando em seus pais."
— Quer...
— Quero ficar sozinho. — disse antes que Alyssa pudesse terminar sua pergunta.
Alyssa sentou do lado de Max que evitava a olhar.
— Eu sei que não é fácil estar aqui, sei o quanto é difícil não saber notícias dos seus pais, não ter respostas... Mas você não pode sair descontando suas revoltas em todo mundo. — falou com a voz calma e meiga.
— Não estou descontando nada em ninguém.
— Está descontando em mim, Arthur e Yasmim, pessoas que estão com você desde que nos conhecemos por gente.
Max olhou para Alyssa.
— Temos os mesmos problemas que você. Também não conhecemos nossos pais e nem sabemos sobre o paradeiro de cada um, então devemos nos apoiar já que só temos à nós mesmos.
Max baixou o olhar e voltou a fitar as mãos.
— Eu só quero respostas, nada mais.
— Não vai ser tratando todos mal que você irá conseguir.
Max levantou. Passou a mão nos cabelos e se virou para Alyssa.
— Eu não quero mais ficar nesse lugar. Eu não aguento mais ter que dormir e acordar nesse mesmo ambiente e viver um replay de cada dia. Sempre a mesma coisa, nada de novo acontece aqui. Só há perguntas e mais perguntas e nada de respostas.
Alyssa se pôs de pé.
— Para tudo há seu tempo. Não adianta se "afobar" porque nada será sempre do seu jeito. Só apenas saiba agradecer por ter sido deixado num orfanato e não na rua. Por ter um teto e comida.
— Isso para mim não é o suficiente.
— Se você não sabe agradecer pelo o pouco que tem, não saberá agradecer quando tiver tudo o que almeja.
— "Tá" ficando muito tempo com as "tias", tá falando igualzinho a elas. — zombou.
Alyssa uniu as sobrancelhas zangada com a zombaria de Max.
— Não te falo mais nada.
Max encarou Alyssa a seguindo com o olhar até que sumisse através da porta.
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VIDA BANDIDA A última bala Parte 3
ActionApós a prisão da família bandida, Max, Alyssa, Arthur, Yasmim, Camila e Miguel ficaram sem destino certo. Sobraram muitas pontas soltas que precisarão ser unidas e perguntas que precisa de respostas, uma delas, o que houve com as crianças? Onde está...