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     Valentina elevou a cabeça olhando para o céu. Fechou o olhos e expirou.
     O vento bateu em seu rosto sacudindo os longos fios de cobre.
     As palavras de Miguel remoía sem pausa. A possibilidade de um novo recomeço foi lançada como uma proposta a qual lhe tiraria do sufoco e daria um novo sentido para a vida.
     Abriu os olhos paulatinamente cruzando diretamente com a lua. Os olhos esverdeados cintilaram.
     O que mais poderia acontecer afinal?
     Lutar contra seu coração e negar o desejo de estar envolvida nos braços do homem que ama?
     Viver carregando em si o ódio e rancor impossibilitando-se de ser feliz, entender e perdoar?
     Valentina fechou os olhos novamente dessa vez umedecidos. As gotas de água reluzia nos cílios dourados.
     Ir contra a natureza e viver a vida ao lado de sua família ou... esquecer Miguel por definitivo e manter a paz com César e Márcio? — era dominada por pensamentos embaralhados.
     — Apenas minha história. — replicou num sussurro
     Todos olharam para o ranger da porta. Metade do corpo de Valentina adentrou o quarto a outra metade ficando para fora.
     — Posso falar com você, Miguel?
     Miguel a encarou por meio segundo. Assentiu.
     Fechou a porta com delicadeza. Valentina estava parada no mesmo lugar de antes virada para o Leste.
     — Pode falar.
     Valentina girou o corpo para ficar de frente para Miguel. Os lábios desgrudaram.
     — Diz pra mim que está arrependido verdadeiramente do que fez! — murmurou com a voz trêmula pelo o pranto.
    Miguel enxugou os olhos de Valentina com as pontas de seus polegares com o toque macio.
     — Não há nada pelo o qual me arrependo tanto. Eu sinto profundamente por tudo o que fiz de ruim. — assumiu com sinceridade
     Valentina fechou os olhos os mantendo fechados por um longo momento.
     Miguel encaixou os lábios com os de Valentina. Os manteve colados e esperou que Valentina cedesse e o beijasse.
     Segurou na cintura dela com firmeza. Puxou-a pela nuca pressionando as bocas. Valentina pôde sentir o hálito quente de Miguel tocar seus lábios.
    Não vendo escapatória Valentina cedeu retribuindo o beijo com fervura. As línguas se entrelaçavam afobadas.
     Miguel segurou o rosto de Valentina com a mão direita enquanto a esquerda mantinha-se na cintura a segurando com firmeza contra seu corpo.
     O beijo se prolongava sem pausa para respirarem. Seus corpos queimavam ficando impossível de se controlarem.
     Os pelos no corpo de Valentina arrepiaram com o toque do hálito de Miguel em seu pescoço. Fechou os olhos e retorceu o pescoço, instigada.
     — Vamos mandar as meninas embora! — murmurou Miguel no ouvido de Valentina
     Valentina concordou num balançar com a cabeça.
     Júlia levantou da cama quando a porta abriu.
     — Bom, meninas, acho que já está tarde e precisamos dormir. Amanhã é um novo dia cheio com o que fazer.
     Luísa se pôs de pé entendendo o recado.
     — Vamos Yara. Precisamos descansar para irmos procurar por Yasmin.
    Yara levantou. Passou por Miguel e Valentina parados na porta, sem os olhar.
     Hope a seguiu.
     — Ela precisa de um tempo sozinha. É completamente compreensível. — afirmou Valentina mirando a varanda
     — Já senti o mesmo que ela por diversas vezes. — disse Luísa
     — Vamos achar Yasmin. — prometeu Miguel
     Catarine e Alyssa saíram da cama.
     Não demorou para que todas deixassem o quarto.
     Valentina desfilou até a cama. Inclinou o corpo e beijou o alto da testa de Max. Verificou se ele realmente dormia.
     Se ergueu. Se voltou para Miguel com malícia no olhar. O rosto enrugou num sorriso repleto de segundas intenções.
     Miguel sorriu assimilando o comportamento de Valentina.
     Aos beijos entraram no banheiro. Miguel arrastou a porta devagar. Valentina tirou a blusa e a arremessou dentro do lavatório.
     Os dedos gélidos de Miguel percorreu o ombro de Valentina descendo a alça bege do sutiã pelo o braço.
     Beijou o ombro com maciez.
     Os olhares flamejantes se cruzaram. Movidos pelo o desejo, saborearam mais uma vez do doce sabor de suas línguas se afagando.
     Desceu com as mãos pelas costas de Valentina a araciando levemente com as pontas dos dedos.
     Valentina gemeu.
     — Shh! — chiou Miguel
     A pegou no colo e a sentou no lavabo. Sutilmente os dedos corriam pela coxa de Valentina até se esconderem debaixo de sua saia.
     Valentina deu uma leve mordida no ombro de Miguel o estimulando.
     Puxou Valentina para mais perto com a facilidade de se pegar uma pena.
     Valentina fechou o olhos. Aspirou com força. Apertou o musculoso braço despido de Miguel.
     Os dedos de Miguel pressionou a perna de Valentina. As respirações cada vez mais desreguladas.
     Afastou o cabelo dela para trás e a beijou o pescoço.
     Os gemidos e sussurros cada vez mais difícil de segurar. Valentina e Miguel abafava os gemelhicados com beijos contínuos e ardentes.
     — Eu te amo!
     Miguel parou o beijo, suado e ofegante. Colou a testa na de Valentina.
     Valentina lançou os braços em volta do pescoço de Miguel.
     — Te amo. — murmurou Miguel, finalizando com um beijo breve.
     Deitado de lado na cama, de olhos abertos e atento a discreta agitação, Max soltou um sorriso largo de satisfação.
    
    
        
       
    
    

VIDA BANDIDA A última bala Parte 3Onde histórias criam vida. Descubra agora