Sentado na beliche de cabeça baixa encarando o chão, Felipe pensava em como estava o resto da família e, principalmente, Yasmim.
— Pensando nas meninas de novo? — perguntou Guilherme deitado, mirando o teto.
— Tem como parar de pensar?
— Infelizmente não.
Guilherme sentou na cama.
— Já faz anos que estamos aqui e não sabemos notícias nenhuma das meninas, não vieram nos visitar, nem deram sinais de vida.
— Isso que me preocupa. Não sabemos o que o desgraçado de Sombra fez com elas.
Felipe mirou ao longe da cela.
"Apegado as grades da cela Gustavo olhava em direção a cela de Felipe."
— 15 anos que estamos nessa "desgraça" e ainda não conseguimos escapar. Não sei como as meninas estão. Se ainda estão vivas.
— Se não fosse nosso plano de fuga ter falhado não teriam aumentado nossa pena. — disse César sentado na cama observando Gustavo.
— Culpa do Marcos não ter vigiado a saída direito.
Gustavo sentou na cama e passou a mão na barba grande e escura.
— Temos que pensar em algum plano que nos tire logo daqui.
— Já estou pensando.
— Mas em algum que não tenha mais falhas. Ter a pena aumentada de novo iremos morrer aqui.
— Pegar 20 anos de prisão já é muito, sermos pegos novamente irão duplicar.
César sentou na cama.
Gustavo mirou César.
— Nunca demoramos tanto para nos livrar de um problema. Até agora quero saber quem nos denunciou. Como nos acharam.
— Não é só você.
"No final do corredor, deitado na cama encarando o forro do colchão acima, Marcos Marques tinham seus pensamentos fixados em Alyssa e Catarine."
— Será que Catarine já arrumou outro alguém? E Alyssa, será que já chama outro de pai? — disse desanimado, pensativo.
— Penso o mesmo de Hope.
Márcio abaixou a cabeça para que pudesse olhar para Marcos.
— Será que Hope casou? E se ela já tiver filhos?
Marcos elevou seu tronco ficando semi deitado.
— Acho que elas não fizeram isso.
— Faz muitos anos que estamos aqui, elas nunca vieram nos visitar.
— Não é possível que tenham nos esquecido aqui.
Márcio suspirou.
— Só de imaginar Hope pagando aquele "boquete" pra outro eu já enlouqueço.
Marcos enrugou as sobrancelhas.
— Melhor Guilherme continuar achando que ela é virgem.
Márcio arregalou os olhos e elevou as sobrancelhas, voltando em seguida para seu lugar.
"— Até quando vamos continuar nessa jaula? — Lobo bateu com a mão nas grades, enfurecido."
— Se não fosse o plano ter falhado estaríamos soltos agora — Marcos Pimentel virou a página do livro que tinha em mãos.
— Quem deveria quebrar cabeça para nós tirar daqui é você e seu amigo "pilantra" que armaram pra cima da gente.
Marcos olhou para Lobo, fechou o livro e levantou.
— Se fosse seu filho no lugar do meu você não teria feito o mesmo?
— Não. — retrucou — Sei que posso contar com meu irmão e se fosse Arthur no lugar do seu filho eu e Gustavo íamos dar um jeito de salvá-lo sem ser preciso colocar a vida de todos em perigo. Sem ser preciso trair minha família.
— Falar é fácil.
Marcos subiu de volta a cama.
— Realmente, mas eu não sou de falar, sou de fazer... o que é mais difícil. Eu jamais deixaria apontarem uma arma na cabeça do meu filho, mas também jamais aceitaria colocarem uma na cabeça de Gustavo.
— Você faria o que então?
— Caçaria meus inimigos e mataria cada um antes que pudessem fazer mal aqueles que amo.
— Tentou com Carlos e não deu muito certo. — respondeu voltando a ler.
— Aquele desgraçado teve a morte mais rápida que alguém como ele merecia. Fez bem, se ele fosse ter uma morte dada por mim ele ia saber o que era chegar ao inferno sem ao menos fechar o olhos. — disse observando o vazio fora das celas.
Marcos mudou sua atenção para Lobo observando que a insanidade do mesmo era a mesma de Gustavo. Nada mudava.
— Como descobriu que é irmão de Gustavo? — perguntou curioso.
Lobo olhou para Marcos por cima do ombro.
— Se fosse tão inteligente saberia.
Marcos sentou na cama deixando o livro de lado.
— Como assim? — perguntou sem entender.
— Ninguém cria inimigos sem antes saber a história deles. Você tinha do lado meu maior inimigo e ele não te contou e você nem ao menos se interessou em perguntar? — Lobo se virou para Marcos — Isso te torna o inimigo mais burro que já tive.
— Se acha tão inteligente assim?
— Você teve uma esposa chamada Sofia, ela era acompanhante de luxo — Marcos levantou num átimo e andou até Lobo —, sempre fingiu ser o bonzinho...
Marcos prensou Lobo contra as grades causando barulho.
— Como sabe da história de Sofia?
— Quando desconfiei que tivesse contra meu irmão eu pesquisei sobre você.
— Gustavo te disse?
— Gustavo raramente falava de você pra mim.
— Então como sabe?
— Diferente de você sou inteligente o bastante para procurar saber com que tipo de inimigo estou lhe dando. — afastou Marcos com um empurrão.
Continuou:
— Eu sei de muitas coisas que eu tive que ir atrás e não precisei esperar Gustavo ou alguém vir me contar.
— Não volte mencionar Sofia como acompanhante de luxo. — apontou o dedo na cara de Lobo de forma ameaçadora.
— E você nunca mais aponte esse dedo na minha cara! — deu um tapa na mão de Marcos a abaixando — Estou há um bom tempo sem saber o que é sexo, neurônios estão queimando, não estou vendo meu filho crescer, estou preso em uma jaula... Então pense bem antes de me ameaçar.
— Estamos no mesmo barco.
— É. Então será melhor para nós dois não termos um conflito, o que eu adoraria.
Lobo deitou em seu colchão.
Marcos fitou o vazio fora da cela, aplacado.

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VIDA BANDIDA A última bala Parte 3
ActionApós a prisão da família bandida, Max, Alyssa, Arthur, Yasmim, Camila e Miguel ficaram sem destino certo. Sobraram muitas pontas soltas que precisarão ser unidas e perguntas que precisa de respostas, uma delas, o que houve com as crianças? Onde está...