"Diante a janela olhando fixamente para o céu de braços cruzados, Luísa se perguntava onde Gustavo e seus filhos poderiam estar.
Júlia surgiu logo atrás quase não podendo ouvir seus passos.
— Eles são fortes... garanto que estão bem. — mirou o horizonte
— Eu sei que são. Meu medo é da sua garantia estar errada.
Júlia e Luísa se fitaram.
— Não esqueça quem são nossos homens. Não importa o que aconteça... sempre dão um jeito de se livrarem de qualquer problema. — a expressão de Júlia estava tão relaxada quanto sua voz
Luísa desviou o olhar de novo para o céu.
Esperou a bola descer garganta abaixo e o pesar no peito cessar sequer meio segundo para então desprender os lábios.
— Não vejo a hora de encontrá-los.
Júlia suspirou deixando os ombros caírem relaxados
— Sabe Luísa... Esses anos todos que passamos na prisão só me fez querer uma única coisa. Ter vida o suficiente para ver quem amo bem. Nossa família vai além de pessoas unidas. Somos super-heróis!
Luísa sorriu com a dedução de Júlia.
— É verdade — deu uma cotovelada de leve no braço de Luísa a fazendo descruza-los. — Olha só o que fizemos e ainda fazemos: Fugimos de prisões, destruímos nossos inimigos como matar barata com o pé. Se pensarmos bem... Batman, Super Homem e Mulher Maravilha não são pário para nós.
Luísa mirou Júlia a encarando os olhos. Buscou seriedade no que ela falava.
Júlia ficou séria, sem sucesso por muito tempo. Logo desgrenhou o sorriso largo soltando uma alta gargalhada.
Luísa a acompanhou.
— Mas fala aí... daríamos uma boa família de vingadores, não daria? — perguntou tentando conter o riso
Luísa sacudiu a cabeça, chocada com a imaginação fértil de Júlia.
— Só você para me fazer rir nesse momento.
Os gargalhos cessaram. Júlia passou o braço sobre o pescoço de Luísa e a puxou para mais perto.
— Nos descabelar não vai resolver nada, além do mais... confio nos rapazes."
"Esmeralda parou o carro rente ao meio fio, duas ruas antes do hospital. Puxou o freio de mão. Abriu a porta com pressa e desceu.
Olhou para a esquerda e direita averiguando se não havia policiais por perto.
Colocou a toca da blusa de frio sobre a cabeça e puxou os cabelos para fora cobrindo parte do seu rosto.
Entrou no hospital tentando manter a calma. Foi até o balcão.
— Boa noite. Er... — hesitou. Engoliu uma bola de saliva. O olhar da enfermeira caiu sobre a mão trêmula. Esmeralda encolheu os dedos fechando a mão em punho escondendo o nervosismo — Estou procurando um garotinho. Ele levou um tiro na perna. O nome dele é Arthur... Arthur Delmondes.
A enfermeira olhava para Esmeralda, desconfiada. Ficou calada por um minuto inteiro.
— Só um minuto. — tirou o telefone do gancho o levando para a orelha
— Não! — Esmeralda segurou a mão com o telefone a impedindo de ligar. A enfermeira estreitou as sobrancelhas estranhando a atitude nervosa. — É que ele é meu filho e quero muito vê-lo. Então se puder autorizar minha visita o mais rápido possível... ficarei muito grata. — explicou
— Vou ligar na direção para saber que autorização sua entrada.
— Não consegue ver isso pelo computador?
Esmeralda deu um sorriso sem ânimo para disfarçar o medo evidente.
Depois de alguns instantes segurando o telefone sem executar nenhuma ação, a enfermeira desistiu da ligação e colocou o telefone de volta no gancho.
— Só um minuto.
Esmeralda assentiu.
Esperou, contendo a inquietude.
Algumas tecladas rápidas e foi informada:
— O horário de visita acabou. Terá de voltar amanhã.
— Por favor! Me ajude! Eu tenho que ver meu filho.
— Ele está aqui desde ontem... por que apareceu somente agora...?
O olhar de Esmeralda estreitou.
— Eu estava viajando a trabalho. Cheguei agora à noite. Vim direto do aeroporto. — tentou parecer o mais convincente possível
A dúvida no olhar da enfermeira se mantinha acesa. Analisou a roupa pouco formal e os cabelos desgrenhados. — trajes e penteado de quem realmente passara por um longo e estressante vôo de emergência.
Convencida do papo-furado de Esmerada, resolveu ajudá-la.
— Ele está no quarto 9, seguindo o final do corredor, virando a direita.
— Obrigada.
Seguiu as instruções fugindo o mais rápido que podia da visão da enfermeira.
Estremecida, andou até o final do corredor e virou a direita como ordenado.
Procurou nas portas o número nove.
Arthur assistia tevê. Se encolheu na cama ao ver a porta abrir lentamente.
Os olhos arregalou quando Esmeralda entrou.
— Toc, Toc. — brincou, fingindo bater na porta
— Mais medicamentos?
Esmeralda sorriu com o desespero de quem não gostava de tomar remédios. Fechou a porta.
Andou até Arthur com as mãos cruzadas frente ao corpo. O coração apertou ao mirar a perna de Arthur enfaixada.
— Como está a perna?
— Ainda dói.
— Sabe quem fez isso? — a voz era calma e aveludada
— Não. — mentiu
— Por que está mentindo, Arthur?
Arthur uniu as sobrancelhas formando sombra sobre os olhos claros.
— Primeiro quem é você? E por que quer saber? — a pergunta pareceu um pouco grosseira
Esmeralda deu alguns passos à frente se aproximando um pouco mais da cama, desatando as mãos.
Arthur se encolheu ainda mais.
— Não se sinta ameaçado, filho.
Os traços no rosto de Arthur ficaram tensos.
— Me chamo Esmeralda. Sua mãe. E estou aqui para te proteger. — disse com o olhar lacrimejante
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VIDA BANDIDA A última bala Parte 3
ActionApós a prisão da família bandida, Max, Alyssa, Arthur, Yasmim, Camila e Miguel ficaram sem destino certo. Sobraram muitas pontas soltas que precisarão ser unidas e perguntas que precisa de respostas, uma delas, o que houve com as crianças? Onde está...