Realidade

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I

Não há paz com guerra e
Sim mais sofrimento!
E o homem que assim pensa,
Torpemente vai tentando
Almejá-la esta dita "paz" ―
E começa uma guerra
E começa um desassossego
E começa um vário sofrimento;

E vai trazendo
Demasiadas mazelas.
E vai levando
O que tens e o que não tens:
Tua casa
Teus pertences
Tua família
Tua vida
Teu povo
Tua fé
Teus sonhos;
E leva de outros muitos
Sua alma!

II

E nós expectadores dessa barbárie,
Nos perguntamos por quê e pra quê!
Em vão procuramos respostas!
Achamos, mas as desprezamos.
Procuramos respostas por não
Mais saber o que procurar ―

Solução?
A solução será a dissolução
Dos seus algozes atrozes.
Mas será?
É o sensato, mas não de fato,
Única e devera solução!

E enfastiados, dormimos
Desassossegados,
Sossegadamente...

III

...Nossos Irmãos
Pungidos acordam ―
Não porque quiseram acordar!
Acordam bastante apavorados,
Horrorizados, desesperados:
Um bombardeio os acordou
E fez outros tantos dormirem!

Toneladas de escombros sepultam
Esperanças de um mundo melhor.
Sepultam a inocência...!

O choro é contido!
Não há tempo para o choro
― Mais um bombardeio ―;
Todos ali agora sorriem,
Livres da guerra, da dor.

IV

Mas há tantos outros sofrendo:
A mãe que perdeu seu filho
Para a ideologia!
O rapaz que perdeu sua noiva
Para a fome e a doença!
A mulher que perdeu suas ilusões
Para si mesma!

E o pai, que para fugir da guerra,
Buscando lugar melhor,
Perdeu seu filho para o mar ―
Seu pequenino filho...!

V

É triste!
É realmente triste tudo isso!
Mas estou impotente a escrever
Outros finais, felizes.
É a realidade, amarga!
É a realidade tão real
Quantos os sonhos perdidos
Com a guerra!

Pétalas CadentesOnde histórias criam vida. Descubra agora